Cheiro de manacá

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no passado, quando menino,

um pé de manacá,

mais bonito que os manacás,

jogava seus galhos, folhas e flores

do lado de lá, pro muro de cá.


sadio e elegante, tomado de amores,

o manacá-gigante amanhecia

de orvalhos, aromas e cores,

mais bonitas que os manacás-da-serra,

do lado de cá, pro muro de lá.


certa vez, inda me lembro,

eu, criança; era setembro,

sim, sim, bem me lembro,

do pé de manacá gigante

arranquei muda para plantar

do lado de lá, pro muro de cá.


e hoje, homem barbado,

inda guardo comigo, bem guardado,

a lembrança de ter sido

a criança mais bonita,

do lado de cá, pro muro de lá. 

E SOPRO, E CATO, E GUARDO O VENTO: PROSA E POESIAOnde histórias criam vida. Descubra agora