no passado, quando menino,
um pé de manacá,
mais bonito que os manacás,
jogava seus galhos, folhas e flores
do lado de lá, pro muro de cá.
sadio e elegante, tomado de amores,
o manacá-gigante amanhecia
de orvalhos, aromas e cores,
mais bonitas que os manacás-da-serra,
do lado de cá, pro muro de lá.
certa vez, inda me lembro,
eu, criança; era setembro,
sim, sim, bem me lembro,
do pé de manacá gigante
arranquei muda para plantar
do lado de lá, pro muro de cá.
e hoje, homem barbado,
inda guardo comigo, bem guardado,
a lembrança de ter sido
a criança mais bonita,
do lado de cá, pro muro de lá.
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E SOPRO, E CATO, E GUARDO O VENTO: PROSA E POESIA
PoetryNOS RUÍDOS DA POESIA Nasci e fui criado na cidade de São João del-Rei, Minas Gerais. Em pequeno, gostava de ouvir histórias contadas e recontadas por meu avô, Geraldo Corneteiro. Homem invisível, desimportante e de pouca escola, mas ilustrado e cerc...