numa tarde de tanajuras e Sol brejeiro, cigarras zunem seus chiados,
entre tocos de ipê, pés de manga, laranja, abacate e limão-rosa.
formigas quenquéns trilham, enfileiradas e agressivas, o chão bruto do quintal,
invadindo esterqueira, joá-bravo, galinheiro, gravetos, curral, silo e plantações.
enquanto isso, debaixo da quaresmeira, um homem roçando o pasto,
vasculha o trabalho miúdo, atrevido e teimoso de ervas daninhas e insetos.
por mais que faça, na lida incansável da roça, dia a dia, mês a mês, ano inteiro,
o roceiro não consegue dar cabo do joá-bravo e do formigueiro.
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E SOPRO, E CATO, E GUARDO O VENTO: PROSA E POESIA
PoesiaNOS RUÍDOS DA POESIA Nasci e fui criado na cidade de São João del-Rei, Minas Gerais. Em pequeno, gostava de ouvir histórias contadas e recontadas por meu avô, Geraldo Corneteiro. Homem invisível, desimportante e de pouca escola, mas ilustrado e cerc...