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Gabriela.

O sol de 12h nunca esteve tão quente nesse caralho de cidade como hoje. Todo dia eu tenho que ir pro trabalho a pé, já que apesar da cara de herdeira, única coisa que minha família deixou de herança foi um histórico imenso de traumas, e se pa um cachorro de meia idade.

Subo a última rua no final do quarteirão, finalmente chegando no meu trabalho, que é no starbucks do Iguatemi. Dou a volta na loja, entrando pela porta do fundo, jogando de longe minha mochila em cima de um banco que ficava na área restrita pra funcionários, e puxo do cabideiro um avental branco escrito "Starbucks" de todo tamanho na frente, bagulho brega.

- Oi Aisha - pisco pra garota do outro lado do balcão. - Hoje ta suave aqui?

- Mais ou menos. - ela ri

- Ah coe cara, hoje é sexta feira, sinônimo de bailao lá na rocinha. - a menor de cabelos castanhos ri. - Não mereço ficar aqui até 19h, né?!

- Gabriela voce ta metendo o louco? Ta se metendo em morro de rival porque?

- Primeiro que não tô indo pra caçar briga com ninguém, segundo que eles são rivais do Jp, não meus! - me defendo enquanto limpo algumas mesas da loja.

- Voce é a de fé do Jp, então eles são rivais de você sim. Depois fica careca, e vai virar notícia lá no cidade alerta. - ela rebate e sorri em seguida.

- Se liga maluca. Não to com o Jp e a única certeza hoje é dar desgoto pra ele e ser feliz, me perder deve ser de fuder. - acabo de limpar as mesas e vou até o caixa.

- Vou contigo hoje, moro? Mas sem caô pra cima de mim Gabriela, sério. - puxo ela pra um abraço e sorrio.

- Para Gabi, a gente ta no trampo.

- Trabalho! Eu que sentava pra traficante e você que ta falando essas gírias aí? - corrigo ela em tom de brincadeira e voltamos a trabalhar.

[ quebra de tempo . . . . . ]
17:15pm

Passo nas mesas pegando alguns copos vazios de café colocando em cima da bandeija, jogando tudo no lixo depois. Finalmente ta acabando o expediente, isso aqui tá mais pra tortura, ter que aturar cliente chato e riquinho o dia todo, da vontade de afogar cada um na máquina de café pra parar de moscar no trabalho dos outros.

Fecho a porta de vidro da frente da loja, e vou apagando as luzes até chegar na área restrita, na qual tiro meu avental o pendurando novamente no cabideiro na porta. Pego meu celular pra ver algumas mensagens antes de sair, mas Aisha aparece por trás me assustando.

- Puta que pariu garota. Que susto. - dou o dedo pra ela e puxo minha mochila a colocando nas costas.

- Se assustou é porque tá devendo pra alguém. - sorrio falso pra menor e ela da língua.

- Coe mano vai se fuder, tu ta me fazendo broxar de te deixar ir se arrumar lá em casa hoje. - abro a porta dos fundos e espero ela passar.

- Para de caô que eu até já postei la no twitter que hoje tem baile, se liga fia. - tranco a porta e vou caminhando do lado da menor.

 - tranco a porta e vou caminhando do lado da menor

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