Through my eyes - Neteyam

capítulo três- página dois

( Ouçam a música acima enquanto lêem, ouvi esta música enquanto escrevia ahahah, boa leitura a todas♡
E só para avisar...que este capítulo serviu também como um desabafo de como eu me sinto....através da personagem da Raya...por isso peço desculpa se não houver tanta ação...mas eu compenso no próximo capítulo ♡)

Pov Raya

Sabem aquele momento da vossa vida...em que se sentem extremamente cansados e sufocados?
Como se tivesssem sempre constantemente a gritar por ajuda mas ninguém vos ouve?

É como se me tivesse afogar e não conseguisse nadar até á superfície e água vai enchendo os meus pulmões até eles enchenrem de água e o vosso cérebro parece que vai explodir....

Bom é isto que sinto a toda a hora...não sei se começou desde mais cedo por causa dos problemas com o meu pai...mas com certeza a morte de meu irmão foi um gatilho para este sentimento sombrio.

O meu peito pesa e minha cabeça anda sempre a mil e mesmo que queira parar de pensar não sou capaz....na morte....na minha morte...as vezes pergunto-me o que raios estou a fazer aqui...eu pergunto-me se a vida é mais do que regras e deveres....eu quero poder amar em paz...me divertir sem me sentir culpada ou sentir medo do que os meus pais possam achar ou fazer...sinto que não tenho voz própria e por mais que tente ser perfeita não sou capaz de ser...e que sou uma desilusão para tudo e todos.

Outra pergunta....em quem posso realmente confiar? No fim todos acabam por me abandonar...e não consigo parar de me culpar pelo abandono de Aonung.

Ao controlar minha respiração e me concentrar em ficar escondida dos humanos, a minha vida passa-me toda pela mente...e percebo que no fundo...não sei quem sou, estou confusa entre seguir o meu coração e escolher o que me faz feliz...ou simplesmente desistir e escolher o caminho que todos dizem que nasci para escolher....

- ei...está tudo bem - Neteyam sussurrou para mim provavelmente notando que não estou bem.

Isso era outra coisa....isto com Neteyam é inseguro...e secreto...no início até era divertido...mas tornou-se num peso...não quero ter de esconder mais...mas também não posso simplesmente chegar para o meu povo e acabar com tudo e simples deixar o lugar de Tsahìk e largar Mayhem.

Mas ao mesmo tempo...ele é o meu porto seguro e a minha âncora para aguentar, tento não pensar muito nestes sentimentos sombrios...e ele é uma grande ajuda que me distrai...Neteyam é quem me ajuda a conseguir nadar para a superfície e respirar...mas porquê que tem de ser tão difícil? Porquê uma das poucas coisas que realmente faz bem...é a mais difícil de ter?

Só sinto vontade de chorar a toda a hora, estou em pânico com a guerra que se aproxima...meu irmão nunca mais irá voltar...Mayhem não tem culpa de nada mas até ele eu já o culpo pela minha infelicadade...odeio cada vez que penso na minha infância nunca fui feliz....pareço uma maquina militar que meu pai criou...e tenho apenas 17 anos...ninguém sabe que me sinto assim...tenho um no na garganta e por mais que queira contar alguém como me sinto...não sai....não sai absolutamente nada...nem mesmo com Neteyam é fácil falar...mas também....não temos tido oportunidade para tal....

Já para não falar que...ter sido torturada durante dois dias seguidos pelos humanos não foi uma aventura boa....e agora sempre que os vejos entro em pânico...mas ao mesmo tempo cheia de raiva....

Sou acordada dos meus pensamentos ao ouvirem um grande grito vindo de um dos humanos e logo o silêncio ocupou toda a floresta.

- meninos estão bem???- Jake pergunta ao entrar na gruta em que estavamos e Tuk foi logo para os braços do pai.

Neteyam abraçou seu pai também e Neytiri logo chegou juntamente com Lo'ak e Tsereya.

- onde está a Kiri?e o Mayhem?- perguntei confusa e um tanto preocupada.