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"E ali são os escorregas de água," o Mikey disse, apontando para a nossa direita.
"Meu Deus! Eu quero ir!!!" a Charlotte guinchou.
"Ainda nem almoçaste," a Arden disse, revirando os olhos.
"E? Isso não quer dizer que possa voltar daqui a bocado," ela respondeu, voltando ao telemóvel para tirar mais selfies.
A Arden voltou a revirar os olhos e bufou. "Se quiseres, vens sozinha."
"Eu posso vir com ela. Estou cheio de calor," o Mikey disse.
"Eu... eu também venho. Tenho de tomar conta dela," a Arden disse.
"Mas eu sou responsável! Achas que tenho, o quê? 10 anos?" a Charlotte resmungou.
"Cala-te," a Arden ordenou-lhe.
Fizemos caminho até à cantina. A Charlotte ficou muito espantada pelo nome que lhe davam. Dizia que cantina era apenas na escola.
Chegámos lá e fomos surpreendidos por uma fila gigante de pessoas esfomeadas.
Colocámos-nos atrás de uma rapariga que aparentava ter uns 10 anos. Ficámos uns 20 minutos à espera que chegasse a nossa vez e quando chegou, a Arden decidiu ir à casa de banho.
Fizemos os nossos pedidos e nem quisemos saber da Arden, excepto o Mikey, que decidiu ser um cavalheiro e pedir por ela.
"Estragaste tudo! Deixavas-a morrer à fome!" o Luke disse-lhe, dando-lhe um leve empurrão no ombro.
"Ele é querido, ao contrário de vocês," a Arden disse, apontando para nós os dois. Nem apontou para a Charlotte porque ela nem estava connosco. Decidiu juntar-se a um grupo de raparigas que estavam sentadas na mesa à nossa frente.
"Hey! Nós temos sentimentos!" eu intervim, fazendo beicinho.
"Ai sim?" a Arden ironizou.
"Sim. Caso não saibas, somos seres humanos. Desculpa... tinha de desabafar," o Luke disse, ironizando.
"O QUÊ? Vocês estão a gozar, certo? É impossível!" a Arden brincou.
"O Mikey deve estar a pensar que somos atrasadinhos mentais," eu notei.
Ele estava calado a observar-nos, mas ao mesmo tempo com um sorriso na cara.
"Não..." ele respondeu, sorrindo.
"Ele está habituada," o Luke disse, carregando no habituada.
"Ele acabou de te chamar gaja," eu notei, rindo-me.
"Achas que ele quer saber? Nós estamos sempre a brincar um com o outro," o Luke disse, rindo.
O almoço foi repleto de risos e ironias.

Depois de 2 horas ali sentados, fartámos-nos e decidimos ir ao tal parque aquático.
Fomos aos quartos trocar de roupas e a Arden não se calava.
"Levo este, este, este, este, ou este?" ela perguntou.
"Para quê que trouxeste tantos?" perguntei-lhe, elevando as sobrancelhas com espanto.
"Nunca se sabe, né?" ela disse, sorrindo e encolhendo os ombros.
Revirei os olhos e virei costas, pegando no meu biquíni.
"Leva esse, sei lá," disse, apontando para um biquíni cai-cai, azul escuro.
"Obrigadaa!" ela disse, abraçando-me, elevando o pé.
Revirei os olhos novamente, e ri.

Assim que estávamos prontos, fomos até ao parque.
A Charlotte foi a correr à nossa frente. A sério, como é que é suposto encará-la como uma adolescente de 15 anos se ela age como se tivesse 10?
"Meu, eu quero ir ali!!" a Charlotte guinchou, apontando para um escorrega enorme.
As filas para cada um dos escorregas eram do tamanho de dois Texas.
"Deves estar a brincar, Charlie. As filas são gigantes!" a Arden disse.
"Não me chames Charlie!" a Charlotte gritou e deu uma chapada no braço da Arden.
A Arden simplesmente ficou calada pois ainda lhe podia sair alguma coisa má.
Os rapazes decidiram se aventurar e ficar à espera na fila para o escorrega maior. Eu e a Arden ficámos nas toalhas a tirar fotos ou a rir das figuras da Charlotte, que por sua vez, estava a tentar ver quem é que estava a atuar no palco. Estava aos saltinhos e a tentar espreitar por entre as cabeças das pessoas. Até chegou a dar pulos de frustração e gritar.
Depois de se fartar, veio ter connosco toda amuada.
"Sabem quem é que está ali em cima?" ela perguntou, de braços cruzados.
"É um DJ qualquer que ninguém conhece," a Arden disse, não tirando os olhos do telemóvel. Sinceramente, nem sei como é que ela conseguia ver alguma coisa com tanto sol.
"Eu posso conhecer, ok?" a Charlotte, disse, rudemente e foi para a piscina.
Olhei de novo para o topo do escorrega onde o Luke e o Mikey se tinham enfiado e, para meu espanto, eles estavam quase.
Uma senhora mais uma criança desceram pelo escorrega e apesar de eu estar um pouco longe, consegui ouvir os gritos que a criancinha fez dentro do túnel.
O Luke acenou-me e eu fiquei-me a rir sozinha e acenei-lhe.
O Mikey desceu primeiro e de seguida, foi o Luke.
Eu estava deitada de barriga para baixo, para tentar adormecer ou até ficar com algum bronze, quem sabe.
Senti algumas gotas geladas pousarem nas minhas costas e sou rapidamente despertada do meu quase-sono.
"Ai!" resmunguei, virando-me de barriga para cima para ver quem era.
Nem tive tempo de realmente me deitar, fiquei deitada de lado e o Luke abraçou-se a mim.
"AI! SAI! ESTÁS FRIO!" eu gritei, tentando afastá-lo de mim.
"E tu estás quentinha," ele disse, apertando mais o abraço.
"Luke, estás gelado!" eu guinchei, empurrando-o.
"Oh!"
"Eu tenho frio. Aquece-me," ele disse, encostando a cara à minha.
"Quero lá bem saber! Sai!!" voltei a pedir.
"Pst! Oh vocês!"
"Luke, vá lá! Estava a morrer de calor e agora estou a morrer de frio!"
"Oh atrasados!" a Arden gritou pela 3ª vez.
"Que foi, atrasada?" eu perguntei, virando a cara para ela, ainda com o Luke gelado em cima de mim.
"Nós vamos dar uma volta. Fiquem de olho na estúpida da minha prima," ela disse, pegando na mala.
"Que lata! Leva-a tu!" o Luke disse, colocando a mão gelada na minha cintura.
"AI, ESTÚPIDO! QUE FRIO!" eu disse, dando-lhe uma palmada nas costas. "Ela não sabe tomar conta de si própria? Ela que se vá lixar! Eu com 15 anos já... já... sei lá! Já ia às compras e fazia o meu comer."
A Arden revirou os olhos e o Mikey agarrou-se a ela e foram-se embora.Mas aquilo já deu em alguma coisa? Espero bem que não porque eu não quero perder a aposta com o Luke. Apesar do Luke ter apostado que eles iam sair e não iam ficar antes de sair.Ok... A Arden que nem se atreva!
"LUKE!" eu grito. "ÉS PARVO OU FAZES-TE?"
Com os olhos fechados a tentar combater o sol, o Luke decidiu aproveitar-se disso e espremer o cabelo na minha cara.
"É para ficares fresquinha," ele disse, com um sorriso tolo.
Revirei os olhos e voltei a fechá-los.
Fiquei a ouvir os sons da água, as pessoas a rir, a falar e o vento de vez em quando a soprar, prestes a adormecer e comecei a cair no sono até que ador-- Não. O Luke decidiu ir à piscina e voltar para me molhar de novo.
"LUKE!!!" gritei ainda mais alto.
"Porra!" ele disse, assustando-se com o meu grito.
"Desculpa," eu disse, rindo. "Não sabia que conseguia gritar tão alto."
Ele ficou a rir-se ainda em cima de mim.
"Tipo, ahm... Importas-te de..." eu disse.
"Ah, desculpa," ele disse saindo de cima de mim e caindo na toalha estendida ao lado.

Agora que o meu sono tinha desaparecido, agarrei-me ao telemóvel e tentei ver se tinha alguma mensagem. Nenhuma.
Demorei dez horas para escrever a mensagem mas lá consegui escrever. Tinha erros mas acho que dava para perceber.

Eu enviada hoje, às 15:12
olá :) está tudo bem? ti costumad mandr mensagens logo de manh~s
que se passa?

"Ok, eu sou a pior mensageira...?" eu disse, não tendo a certeza que mensageira era a palavra indicada.
"Porquê?" o Luke perguntou, rindo.
Encolhi os ombros e voltei a guardar o telemóvel.
O Luke agarrou-se ao telemóvel e parecia um estúpido a tapar o sol para tentar ver a mensagem. Espero bem que eu não tenha feito aquela figura ou pior.
Ele riu-se e escreveu algumas coisas.
Até na porcaria da piscina me exclui.

Ficámos um bocado a ver as pessoas na piscina e vimos uma menina a deixar o gelado de 7 bolas - sim 7! - deixá-lo cair e um menino a ser picado por uma abelha no rabo.
Depois de rir-mos um bocado, o luke decide falar.
"Realmente... não sabes mesmo escrever," ele disse, com o tal sorriso tolo na cara, que tanto me irritava e ao mesmo tempo não.
Ergui uma sobrancelha.
"Como é que sabes?" perguntei.
Ele encolheu os ombros e continuou a olhar para as pessoas.
Não muito satisfeita com a resposta, voltei a insistir.
"Como é que sabes que 'realmente não sei escrever'?"
Ele não respondeu novamente e eu fiquei a processar a frase. Ele não me deixou acabar de pensar, pois disse logo mais alguma coisa.
"O que é que aqueles dois andarão a fazer?" ele perguntou, nem fazendo contacto visual comigo.
"Sei lá, prov--" eu parei. Isto era uma maneira de ele me fazer esquecer o assunto. "És tão controlador," eu disse, mas com um sorriso na cara.
"Eu?" ele perguntou, elevando as sobrancelhas e apontando para o seu peito.
"Sim, tu! Agora responde-me. Como é que sabes?" eu perguntei, pela 3 terceira vez, encarando-o.
Ele ficou sem resposta, apenas lambeu os lábjos e de seguida deu-lhes uma leve mordida.
"Responde!" eu obriguei.
"E se eu não quiser?" ele perguntou, cruzando os braços.
"Lucas, tu tens ima aplicação onde podes cuscar o meu telemóvel?" eu perguntei, com medo da resposta.
"Não! Que raio de ideia tão parva, Kay..." ele disse, rindo. "E não me chames isso. Quantas vezes é que te tenho de pedir?"
"Então se não é isso... É o quê? Diz-me, ou eu vou chamar-te Lucas para sempre!" eu disse, com um sorriso desafiador na cara.
Ele suspirou e pareceu ficar a pensar no assunto. Mas o que é que era assim tão chocante que ele não me podia contar?
"Então... vais contar hoje ou amanhã?" eu perguntei, cruzando os braços.
"...Amanhã?..." ele disse, meio confuso e encolhendo os ombros.
"Nem penses, Lucas! Agora contas. Já!" eu disse, prendendo-lhe os pulsos e sentando-me em cima dele.
As sobrancelhas dele elevaram assim que me viu em cima de si.
"Conta. Agora," eu pedi.
"Eu acho melhor não..." ele disse, suspirando.
"Porquê? O que é que é assim tão--"
"Porque não! Kay... T-tu... Tu não percebes. Eu não quero perder a tua amizade e se calhar se te contar...Bem, podes ficar chateada ou assim," ele disse. "Não sei..." ele adicionou,, encolhendo os ombros.
"Eu prometo que não me chateio," eu digo, calmamente.
Ele voltou a suspirar e pareceu olhar para--
"Para de olhar para as minhas mamas e conta!" eu disse, dando-lhe uma chapada.
"OW!" ele gritou, agarrando-se à bochecha.
"Desculpa!" eu disse rapidamente ao aperceber-me que provavelmente foi com demasiada força. "Foi sem querer! Desculpaa!!"
Ele começou a rir e formou-se um sorriso carinhoso na sua cara.
"Não faz mal," ele disse.
Eu sorri-lhe de volta mas depois voltei a lembrar-me.
"Vá, vá. Chega de lamechismos e conta!" eu disse, voltando a agarrar-lhe os pulsos.
Ele engoliu e seco e abriu a boca para falar.

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