#19

290 22 6
                                    

{EDITED}

"Tens noção que graças a vocês, o Luke não me disse como é que ele sabia das minhas mensagens, certo?" eu perguntei à Arden, cruzando os braços.
"Eu sabia lá! Pergunta-lhe outra vez..." a Arden disse, arrumando umas coisas na mala.
"E quantas vezes é que eu já lhe perguntei e ele nunca responde, Arden?" voltei a dizer, deitando-me na cama de barriga para cima.
"Olha... Desculpa. Eu nem sabia que era assim tão importante!" ela disse, virando-se para mim.
"Está bem!" eu disse, irritada.

Hoje à noite íamos ver um concerto qualquer que ia haver cá no campo. A Arden, como sempre, demorou 3 horas para escolher a roupa.
Ela e o Mikey nunca se largavam e eu estava a ficar com medo. Primeiro, porque ela tem namorado, o Connor.Eles conhecem-se desde sempre e acho que se ele descobrisse que ela o anda a trair... era uma amizade para o caixote do lixo. E segundo, porque eu não quero perder a aposta com o Luke.
Pelo caminho, foi sempre a mesma coisa. O Mikey e a Arden à frente, eu e o Luke atrás e sem se ver sinal nenhum da Charlotte.
"Já te mentalizaste que vais perder, princesinha?" o Luke perguntou, com um sorriso tolo.
"Não, porque não vou perder. Eu tenho de falar com a Arden sobre isso de qualquer das maneiras. Ela não pode andar aí a trair o pobre Connor," eu disse.
"Pode pois. A vida é dela," o Luke disse.
"Eles conhecem-se desde sempre! Ela tem de ser mesmo muito parva para fazer isso," eu disse, colocando as mãos dentro dos bolsos do casaco.
"Acredita... Acho que ela vai ser parva o suficiente," o Luke disse.
"Cala-te," eu disse, dando-lhe uma palmada no braço.
Continuámos o caminho até ao lugar em silêncio. Apenas se ouvia os risinhos parvos da Arden.
"Se eu ganhar... Vais ser a minha escrava durante 1 mês," o Luke disse, quebrando o silêncio.
Eu ri-me. "Pois, pois... Fica a magicar isso... Ela não vai acabar com ele."
"Veremos," ele disse, também colocando as mãos dentro dos bolsos.

Assim que chegámos ao largo, já imensas pessoas estavam de volta do palco. Luzes de todas as cores moviam-se para a frente e para trás e as colunas soltavam o som com imensa força.
Segui-os por entre a multidão de pessoas e já estava a começar a entrar em pânico. Nunca gostei de estar rodeada de tantas pessoas, especialmente apertada.
O Luke virou-se para trás para olhar para mim, e reparou na minha cara de pânico. Ele pegou-me na mão e continuou a caminhar para a frente.
Normalmente, quando ele me fazia isto, quando éramos mais pequenos, eu nem queria saber. Às vezes até dizia para ele me largar, e que era um chato. Por alguma razão, não me importei. Ao sentir a mão dele tocar na minha, fez o meu coração bater mais rápido.
Assim que chegámos a uma área mais vazia, o Luke continuava a não me largar a mão. Foquei o meu olhar no palco, mas nada parecia desconcentrar-me. Nem a multidão me desconcentrava. Apenas sentia a mão do Luke agarrada à minha.
Senti o olhar dele pousar em mim, mas tentei nem olhar. Será que estava a corar? Provavelmente nem dava para perceber por causa das luzes todas. E se der? Espero bem que não.
A Charlotte foi mais para a frente do palco e juntou-se a um grupo de raparigas. Se calhar eram as mesmas do almoço. Ela não parava de saltar e gritar.
"Vou buscar um sumo. Queres alguma coisa?" o Luke perguntou-me.
"Não. Estou bem," eu disse, sorrindo-lhe.
Ele assentiu, largou a minha mão e foi até à bancada das bebidas.
E... o pânico voltou.
A Arden e o Mikey estavam em lado nenhum que se visse, a Charlotte no cu do conde a pular mais umas raparigas quaisquer e eu aqui, sozinha e a entrar em pânico. Fiquei a olhar para o Luke, mentalmente a gritar para ele se despachar ou eu ainda dava em maluca.
Mas que raio de amiga é que a Arden é? Deixa-me aqui sozinha! Ok, quando ela se foi embora o Luke ainda cá estava... Mas mesmo assim!
Ainda mais pessoas começaram a chegar e o pânico começou a crescer.E o Luke nem estava cá ainda!
O espaço vazio que havia em minha volta já tinha desaparecido por completo e a minha respiração começou a falhar.
Comecei a sentir as minhas pernas a tremer e a primeira coisa que me veio à cabeça foi: sair dali.
Ainda com as forças que tinha, comecei a correr para fora daquela multidão.
Assim que me encontrei fora daquele lugar, sentei-me num banco que ali estava e comecei a fazer exercícios de respiração.
O Luke quando voltasse com a bebida nem me ia ver, mas pronto. Ele que ligue. Isso é se ele tiver o meu número, mas pronto. Se não tiver, ligue para o Mikey e que a Arden me ligue.
Quando já estava um pouco mais calma, decidi voltar para o quarto.Não há nada nem ninguém que me voltasse a meter naquela multidão de novo.
O caminho para o quarto foi calmo, visto que eu estava sozinha.Assim que lá cheguei, a Arden e o Mikey também ainda não tinham chegado.
Deitei-me na cama de barriga para cima e fechei os olhos, para tentar-me acalmar.

Senti o meu telemóvel vibrar dentro do bolso do meu casaco e tiro-o para atender.

O Que Me Chamou Baby a receber chamada
Aceitar Rejeitar

Aceitei e coloquei o telemóvel à orelha.
"Finalmente dás sinal de vida, hum?"
"Onde é que andas?"
"Hã?"
"Ahm... Ah, desculpa... Ahm, não-não era para ti... E-era... Para... a minha p-prima,"
"Hum... ok..."
"Mas vá... Onde andas, baby?"
"Acabei de sair de um concerto num campo de férias. Deixaram-me lá sozinha no meio daquela gente e comecei a entrar em pânico. Vim agora para o qua-"
"Ok, adeus," ele disse e desligou.
Fiquei a olhar para o ecrã do telemóvel com a chamada terminada. Ele liga e depois nem me deixa acabar a porcaria da frase.
Voltei a fechar os olhos e passados uns minutos, a porta do quarto é aberta.
"Porque é que não me avisaste?" era o Luke.
"Hã?" eu perguntei, esfregando os olhos e sentando-me.
"Porque é que te vieste embora sem me dizer nada? Deixas-te me preocupado," ele disse, sentando-se na borda da cama.
"Não conseguia aguentar ali sozinha..."
"E eles também deixaram-te sozinha-Mas a Arden não sabe que tens ataques de pânico quando estás em grandes multidões?"
"Bem... E-eu... Eu nunca lhe contei..."
"Porquê?"
"Sei lá... Não é algo que eu conte a toda a gente, sabes... Por acaso, és o único que sabe... Também és o único que já me viu assim vezes sem conta," eu disse, soltando uma gargalhada.
Ele sorriu e ficou a olhar para mim.
"Que foi?" eu perguntei, também sorrindo.
"Nada..." ele disse, ainda com o sorriso na cara.
"És tão parvo," eu disse, dando-lhe um pequeno empurrão no ombro.
"Mas tu adoras-me," ele disse, puxando-me num abraço.
É... eu adoro-o.

The Text Message PrankOnde histórias criam vida. Descubra agora