Sina
“Tudo bem em casa? Estou quase terminando aqui.”
“Sina, está tudo bem?”
“Onde você está? Por que não atende as minhas ligações?”
“Sina?”
“Que porra é essa, Sina? Você sumiu!”
“Não posso acreditar que você fez isso.”
A última mensagem chegou quase duas horas depois da penúltima e não havia nenhuma outra, nem mesmo uma ligação após esse horário. Droga.
Por um segundo, a ideia de procurar uma pousada para passar a noite cruzou a minha mente. No entanto, eu não iria desistir com facilidade.
Para o bem ou para o mal, devia essa conversa a mim e a Noah.
— Quer que eu entre com você? — papai perguntou quando parou na calçada.
— Não, está tudo bem. — Beijei a sua bochecha. — Feliz natal, pai.
— Eu te amo, filha. Feliz natal.
Segurei Maya no colo, ela estava adormecida. Já tinha passado da sua hora e o carro a tinha embalado. Meu pai me ajudou a abrir o portão antes de ir e eu fiquei parada no quintal com Maya em meus braços, observando a casa silenciosa. O apartamento de Noah estava na penumbra total. No andar superior também, exceto pelos pisca-piscas. Não lembrava de tê-los deixado acesos, contudo, saí às pressas. Devia ter esquecido.
Com dificuldade, subi as escadas. As coisas começaram a ficar estranhas quando notei a porta destrancada. Isso eu tinha certeza que não havia deixado. Suzana havia ficado na casa de Noah, não na minha.
Apreensão tomou conta de mim. Afastei-me dois degraus e vi uma sombra passar por baixo da porta.
Caralho!
Pânico subiu pela minha garganta. Pensei em como faria para chamar a polícia e deixar Maya em segurança quando a porta se abriu de supetão.
— Noah!
— Você voltou. — Sua carranca de preocupação se dissolveu em uma rápida expressão de alívio. Porém, logo o seu rosto se fechou de novo. — Não sabia se voltaria, deixe-me pegá-la.
Apesar do ar pouco amigável, sua voz era suave, assim como a delicadeza que teve para tirar Maya do meu colo e levá-la para dentro, mas não sem antes beijar o seu rosto adormecido e sussurrar feliz natal para ela.
Ele a colocou na cama com cuidado e a cobriu com o lençol. Ouvi um balbuciar no cercadinho e fiquei surpresa ao ver Andy acordada e com os braços esticados para mim.
— Oi, pequena — sussurrei.
Tomei-a nos braços e inspirei o cheirinho de bebê dos seus cabelos.
Não era só Maya que tinha se apegado a ela, eu também sentiria falta da menininha quando voltasse para a casa da mãe.
— Achei que Suzana a teria levado para casa…
Noah me olhava com a expressão séria e eu sabia que a conversa não seria boa.
Andy esticou os braços para o pai, que a pegou e verificou a fralda. Pensei em interferir para ajudar, porém Noah em seu jeito taciturno me impediu. Eu o tinha levado ao limite da paciência.
Observei-o em silêncio enquanto preparava uma mamadeira e se sentava no sofá para alimentar a filha. Fiquei na outra ponta e apesar do espaço entre nós ser pequeno, era como se tivesse um abismo nos mantendo separados.
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O Natal - Adaptation Noart
Fanfiction|•Noah and Sina•| Lista de compras para o natal: arroz, peru, uvas passas, panetone e... o bebê do vizinho? Sina está se preparando para as festas de fim de ano, o que ela não espera é que em um mal-entendido uma bebezinha seja entregue aos seus cui...