8.

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- O sobrenome dele é Kang? - Seulgi perguntou inocentemente.

Era um pouco irritante as vezes como ela conseguia não ligar os fatos, ou simplesmente cogitar a ideia de que aquele menino poderia ser seu.

Já Irene se encontrava totalmente paralisada. Não queria mentir, mas também não queria deixar a outra garota sem resposta.

- S-sim. É uma homenagem. - Foi a resposta.

Já ouviram dizer que é difícil ver o que está diante de seus olhos? Então. Estava ali bem diante dos olhos da Kang e ela não conseguia ver.

Hyunjin tinha seis anos, a mesma idade que seu filho teria se tivesse vivo. Tinha as mesmas características de Seulgi, carinhoso, bondoso, gentil. Tinha uma pintinha quase inexistente perto dos olhos assim como Seulgi. Tinha os olhos felinos exatamente iguais aos de sua mãe. Tinha o mesmo nome que Seulgi daria ao filho se ele vivesse..

Eram coisas demais, coincidências demais.

Seulgi deveria no mínimo ter uma leve desconfiança naquela altura do campeonato, mas não.

Bom pelo menos era o que a Bae achava.

Mas Seulgi de fato não tinha pensado sobre isso ainda, até agora.

Kang? Kang Hyunjin?

- Homenagem a quem? - Perguntou.

- Senhorita Bae? Vamos entrar? - Salva pela voz feminina que a chamava, Irene pode se levantar, sair da presença de Seulgi e evitar por alguns minutos o surto que provavelmente viria.

Elas estavam sentadas na recepção da escola primária daquela cidade. Joohyun precisava matricular seu filho o mais rápido possível, ela odiava que ele perdesse aula. A diretora da escola chamou assim que Seulgi fez sua pergunta. Irene logo entrou, saindo correndo da presença da Kang.

Seulgi continuou pensando, já não tinha a certidão de nascimento do garoto pois sua mãe a levou consigo, mas se lembrava da data do nascimento perfeitamente bem.

E ela sempre soube a data do acidente, foi uma das primeiras coisas que perguntou para Sooyoung quando acordou. As datas coincidiam. O mesmo dia, a mesma hora e local.

Seulgi se lembrava pouco sobre Irene ainda, mas tinha certeza absoluta que ela não estava grávida. As poucas coisas que tinha em sua memória sobre a Bae nunca haviam lhe mostrando grávida, pelo contrário eram sempre lembranças sobre o bebê de Seulgi.

- Ai meu Deus! - A mais nova deu um pulo da cadeira onde estava sentada. Repetindo a frase em completo espanto varias vezes enquanto saia daquele lugar. Seus olhos marejados a impediam de ver com clareza e logo algumas lágrimas começavam a escorrer de seu rosto.

- Eu não acredito nisso! Como que eu pude ser tão burra? Tava bem na minha cara! - Seguia em passos apressados até o lugar onde o menino estava. A adaptação.

Avistando-o de longe correu até ele e o segurou, virando o menino de frente para si.

- Desculpe, a senhora é família dele? - Perguntou a professora.

Seulgi pensou em dizer que sim, que era a mãe dele. Mas isso o faria desmentir a versão dela, ou pior, poderia causar muita confusão na cabeça da criança.

- Eu estou com a mãe dele, ela queria saber se ele está se saindo bem. - Mentiu, tentando agir com naturalidade agora que percebeu que assustou a criança quando o puxou daquela forma.

Sorriu e acariciou seus braços. - Você está se divertindo? - Perguntou, agora limpando as lágrimas que ainda desciam.

Viu o menino sorrir e concordar.

Before You Go - SeulreneOnde histórias criam vida. Descubra agora