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- Seu triplo Tennesee, rockstar - ele empurrou o copo em minha direção

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- Seu triplo Tennesee, rockstar - ele empurrou o copo em minha direção. Faço uma careta, agarrando-o entre os dedos e deleitando-me em um longo gole.

Depois de molhar a garganta, eu respondo: não estou vendo absolutamente nenhum rockstar por aqui, com exceção dos seus amiguinhos, talvez - meu riso soa debochado e minha cabeça aponta em direção a mesa 14, que por sinal estava parcialmente vazia.

- Você deveria ficar feliz, os deixou sem - Jake começou mas foi interrompido.

- Palavras. Nos deixou sem palavras - ela completou, tomando o assento ao meu lado para se acomodar - Vodka dupla, uma rodela de limão e gelo, Jacob.

Jacob atendeu, preparava o pedido calado e eu tentava formular palavras em meu cérebro. Acho que estava tonta pelo cheiro dela, que ocupava todo o ar disponível no curto espaço entre os bancos do bar. Sem dúvidas, alguns daqueles perfumes que valem meu guarda-roupas inteiro. Os meus lábios brincam em uma risada descrente e ela percebe.

- Qual é a graça? - é sua vez de aproveitar sua bebida, seu gole foi tão alongado quanto o meu.

- Estava refletindo sobre quanto você deveria gastar perfumando a pele - eu digo, guardando meu copo novamente no balcão.

- Não é pouco mas não se preocupe, ainda tenho um bom dinheiro para isso - ela não desmentiu, nem tão pouco se preocupou em soar menos arrogante. Seu olhar se tornou meu e, com aquele cheiro, me faziam suar e perder novamente as palavras.

- Eu sempre soube que os astros da música eram arrogantes mas você se superou.

- Continuo cheirosa - Billie encolheu os ombros ao concluir, um sorriso escapando em sua boca.

- Sim, você continua cheirosa - admito, por fim.

Sua presença me deixa entorpecida, mas ela definitivamente não é do tipo de mulher com quem eu ando, você sabe, aquele que não encosta seu par de Nike no chão.

- É engraçado - ela volta a falar, brincando com a rodela de limão em seu copo -, eu consigo ouvir você me julgar.

- Garanto que são julgamentos justos - giro em meu banco, deixando que minhas costas descansem na borda do balcão. Eu olho o movimento. Aquela noite, em particular, era diferente. O lugar estava cheio e todos pareciam em um mundo só nosso, estávamos todos de corpo e alma ali.

- Foda-se - eu faço uma careta com sua resposta, mas não torno a olha-la. Ouço seu último e extenso gole em silêncio e quando seu copo, vazio, bate sobre a grossa madeira do balcão, eu a encaro, com a surpresa brilhando em meus olhos -, eu e meu irmão queremos fazer uma proposta a vocês.

Nesse momento, a música ao nosso redor pareceu parar. Procurei algum fio de brincadeira em sua voz mas não havia nenhum. Me voltei para encará-la. Sua postura continuava igual. Sentada, ela ainda brincava com a rodela do limão de seu copo vazio. Podia jurar que a vi sorrir quando sentiu que conseguiu chamar minha atenção.

- Como assim "proposta"? - questiono.

- Quanto tempo para o fim do número de vocês? - Eilish ignorou minha pergunta e parecia impaciente por minha resposta.

- Uma ou duas músicas, talvez - mesmo intrigada, eu respondo. Continuo tentando desvendar sua linguagem corporal mas é tudo muito inalcançável, com exceção da ansiedade denunciada no movimento constante em suas pernas, sua expressão era vazia. Fechada, mas vazia - Por que caralhos você não responde o que eu pergunto?

- Não é necessário - forçando um sorriso, ela levanta de seu lugar - Você vai sentar conosco agora, Finneas quer conhecer você.

- Por que eu deveria sentar na mesa de alguém petulante que sequer é capaz de me responder? - minha voz soa acusativa e sarcástica.

Billie se pôs à minha frente. Suas mãos abraçavam cada um dos lados do meu corpo, agarrando seus dedos no balcão e, pela forma em que eu estava sentada, ela se pôs entre as minhas pernas. Não havia contato entre os corpos, não físico, mas seu olhar fuzilava o meu. Eu sentia uma glock sendo descarregada diretamente entre meus olhos durante todos aqueles segundos que precederam sua fala: Heather - ela suspirou pesadamente ao dizer meu nome - como porra ela sabe o meu nome? - cale o caralho da boca e me siga, cacete!

Eu senti o short de compressão que eu usava ficar menor e meu maxilar travou. Por alguns segundos, eu não respirava. O ar em meus pulmões desapareceu. Então, pisquei em resposta, deixando-a ciente de que iria.

Enquanto eu me levantava e me apressava para seguir seus passos, ela explicava que Connor e Travis já sabiam que teriam de nos encontrar lá, com os outros. Em pensar que nesse exato momento tudo o que me concentro é em um mantra para que minhas calças jeans sejam grossas o suficiente para não marcar.

Jane's Midnight GardenOnde histórias criam vida. Descubra agora