Levi, o tampinha.

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Eren Jeager teve a coragem de me deixar falando sozinho.

SOZINHO!

Aquele pirralho infeliz e birrento. Todo esse drama começou quando Kirstein resolveu que queria treinar comigo durante o treino em grupo, já que sua parceira estava de repouso hoje por um mal estar, então pediu para treinar comigo, até aí eu não estranhei, era comum que eu substituísse alguém que faltasse, o grande problema pro meu namorado foi quando o mais alto iria cair e achou eu seria uma boa ideia me agarrar pra que eu caísse junto com ele, mais uma brincadeira genial do moleque pra provocar o pirralho ciumento.

É claro que Eren extrapolou todas as barreiras que eu tinha imposto enquanto estivéssemos em público, e começou a gritar e espernear dizendo que Kirstein era um oferecido de meia tigela, palavras dele, e que eu era um abusado e que não tinha vergonha de desrespeitá-lo na frente de todos, e que ele se sentia humilhado, e quando eu fui dar um basta, aquele ser me socou o peito e saiu correndo gritando que eu era um tampinha traidor.

Tam.pi.nha.

De qualquer forma, ainda tentei alcança-lo pra fazê-lo se recompor e agir com maturidade, principalmente quando todo o esquadrão paralisou pra ver o espetáculo do homem–titã, mas ele saiu correndo feito um pirralho que era, me deixando falando sozinho e pasmo.

_ Prossigam o treino! – Ordenei, vendo que aos poucos os subordinados voltavam as suas atividades em duplas. – Você – Digo agarrando Mikasa pela nuca. – Vai treinar com ele já que sua dupla saiu correndo como um idiota. – O deixo na frente de Jean. – E você, Kirstein, passe na minha sala mais tarde pra receber as instruções da sua punição. – O sorriso do pateta morreu na hora. Ele tinha uma enorme queda pela moça, muito provavelmente achou todo o espetáculo incrível e ainda teria a vantagem de treinar com a Ackerman, porém se ele acha que saiu ileso, não poderia estar mais enganado.

O resto do dia se seguiu como deveria ser, houve um intervalo para o almoço, cujo qual Eren não deu as caras e eu achei melhor assim, já que eu estava com uma vontade de fazê-lo comer terra no momento e acabei nem comendo nada, estava irritado demais pra conseguir ingerir algo que não fosse meu ódio, e depois da refeição, os treinos se prosseguiram como deveriam prosseguir.

Antes do fim do dia, todos eram liberados dos treinos pra realizarem suas tarefas do dia, como ajudar no preparo dos alimentos, ou na limpeza diária, ou na organização das roupas, e assim se seguia, e eu ia para o meu escritório, ler relatórios, assinar papéis, e quando necessário, elaborar punições, como seria o caso de hoje. Sentei estressado na minha cadeira, já disposto a elaborar as punições, sim, no plural, Eren receberia punição pela sua falta de respeito.

Tinha decidido que Kirstein ficaria responsável pela limpeza dos banheiros e do estábulo durante duas semanas, sem contar que teria de realizar treinos durante a noite. Já Eren ficaria responsável por esfregar o chão de todos os cômodos da base e a arrumação dos equipamentos durante duas semanas, e treinaria à noite junto de Jean, os dois treinariam juntos e, hipoteticamente, sozinhos, mas estaria de olho no desempenho de ambos, tinha passado do tempo da birrinha daqueles dois ficar fora dos períodos de treinamento, eles aprenderiam a conviver pacificamente enquanto estivessem vestidos com as roupas do reconhecimento.

Estava terminando de assinar os papéis da punição quando ouço batidas na porta, era a hora do meu chá, fiquei tão concentrado que não percebi o tempo passando.

_ Entre. – Vejo Eren passando pela porta com a cabeça baixa, desvio o olhar pra papelada, pediria pra que ele levasse para o despachante pra que ele entregasse à Hange na Capital junto das outras papeladas. – Obrigado. – Digo assim que o mais novo deixa a bandeja com o chá quente em cima da minha mesa. Eren tinha agido como uma criança, mas não era louco de faltar nas suas obrigações diárias – Entregue esses papéis pro despachante para que cheguem a comandante hoje ainda. – Lhe estendendo os papéis sem olhá-lo, ouço um murmoxo seu.

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