/ 06 / bem vinda

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Seis meses antes, Abril de 2022.

Começar a vida, era uma boa escolha a se fazer depois de que Nica deixou claro que não a amava com o mesmo amor que havia pela garota. Certamente, não poderia mudar isso nela, então decidiu mudar por si propria sua vontade de amá-la.

Não era boa em guardar seus sentimentos mais profundos somente para ela, apesar de tentar falhou quase todas as noites quando pensava nas última palavras que ouviu sair da boca de Nica e se perguntava ao universo se ela merecia tanto desamor assim.

Agora estava em seu carro, estacionada a uma nova casa que comprara, nada de alugueis e nem mesmo perto da família de Nica, não correria risco de vê-la. Com muito aperto no coração começou a agir pensando que talvez fosse melhor virar essa página, mesmo que fosse lentamente virada.

O cigarro estava preso nos lábios enquanto seus olhos estava fixos numa flor que nascia no novo jardim da casa, sua mente vagou pensando que teria que plantar tudo novamente e que talvez isso pudesse ajudá-la a passar melhor o tempo.

A casa que decidiu comprar ficava próxima a casa de Antônio e Cecilia, pelo pedido deles que quiseram que Tiffany estivesse acolhida na família. Na verdade, queriam que a loira morasse com eles, mas ela se negou e acabou que o universo calhou de que ela pudesse encontrar uma casa a venda próxima do casal.

Desceu então do carro e pousou o cigarro nos lábios, abriu a porta do passageiro, retirou de lá a última caixa que sobrou da mudança e carregou consigo para dentro da nova casa. Tivera um pouco de dificuldade para abrir a porta. Ao invés de pôr a caixa ao chão, a manteve em seus braços.

Adentrou e a casa lhe remetia uma vida nova, apesar de não estar preparada para viver algo novo, sabia que era necessário virar a página Nica Pierce e um ato criminoso de amor.

Colocou a caixa ao chão e empurrou com os pés para o lado da parede, não sabia como começar a viver, o que devia tirar das caixas, o que era necessário para viver uma vida plena e nova.

Sua sorte foi ouvir a porta de sua casa se abrir e lá estava Cecília com sua filha. Uma mulher perto dos seus quarenta anos, pele morena como a de seu pai e cabelos negros e longos. Tiffany não se lembrava quando foi a última vez que viu Elena, mas vendo ela agora parecia ter sido há muito tempo.

— Tiff! — Ouviu um grito fino sustenido. Correu ao encontro com os braços abertos para um abraço, Tiffany fez o mesmo em direção à Elena.

— Pensei que nunca mais te veria, achei que tivesse voltado para Colômbia, você tá linda! — Fez a mulher rodopiar.

— Siempre volveré. Ya estaba de camino, pero después de que mi madre me dijera que venías a vivir aquí, compré el billete antes de tiempo porque quiero formar parte de tu mudanza, como la última vez. Ya se ha convertido en una tradición.

— Elena... Por favor, não fale espanhol comigo. — Choramingou com riso bobo. — Então venga, me ajude a começar porque eu não faço la menor ideia.

Elena ri do espanhol fajuto de Tiffany. Cecília que ficou para trás fecha a porta da casa e aproxima-se de Elena e Tiffany. A mulher cruza os braços enquanto se encanta com a amizade de ambas.

— Gosto de vê-las juntas, já disse a Elena que vocês duas não podem nunca deixar essa amizade morrer.

— Jamás, mamá. — Beijou as mãos se Tiff e voltou a abraçá-la.

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