Capítulo 7

53 6 3
                                    

Acordei, e a casa estava com um cheiro gostoso de pão quentinho. Olhei em volta e todos ainda estavam dormindo. Carol estava encostada em um braço do sofá, Ana estava apoiada em Denis, que por sua vez estava encostado no outro braço do sofá. Mayara estava dormindo no tapete, onde eu e Caio também dormimos. Richard não estava na sala, acho que dormiu em seu próprio quarto. Olhei em direção a poltrona e ela estava vazia. O professor devia estar na cozinha conversando com a governanta.


Me levantei, fui até o banheiro. Me olhei no espelho e dei uma ajeitada no cabelo que estava bagunçado pela noite mal dormida. Ouvi uma batida na porta, era Carol.

- Vim saber como você esta. Não tivemos um tempo sozinhas ontem, e eu também não queria te pressionar.

Carol era uma boa amiga, uma das melhores. Sempre estava sorrindo e tinha aquele olhar de calma, mas dessa vez, vi que o olhar de calma estava aflito, ela estava preocupada.

- Eu estou tentando absorver tudo o que aconteceu ainda. Tudo foi muito rápido, mas você esta certa. Eu preciso contar para todos o que houve. Vamos lá, quando estivermos reunidos vocês saberão o que houve.

Saí do banheiro e dei lugar à ela. Chegando na sala Caio estava acordado, mas permanecia deitado. O ajudei a levantar e fomos até a cozinha. Chegando lá Richard estava sentado à mesa, mexendo em seu notbook, enquanto a doce senhora colocava a mesa. A cozinha era imensa. Era dividida em duas partes, onde se cozinhava e onde eram servidas as refeições . A parte onde se cozinhava era tão incrível, eu nunca tinha visto nada parecido, somente em lojas de coisas caras. Toda ela era feita de inox, forno embutido, um geladeira grande, também em inox, tudo combinando perfeitamente. Na parte em que era servido as refeições tinha uma mesa grande e de vidro. As cadeiras eram brancas e tinham um estofado que parecia ser bem macio. Caio e eu nos sentamos à mesa, perto de Richard. Ficamos conversando e aos poucos os outros foram se juntando a nós. Por ultimo, o professor passa por nós e senta numa cadeira de frente a minha. Cada um foi se servindo, e quando todos ja estavam com seus pratos feitos, comecei a contá-los o que houve. Todos ficaram assustados com tudo o que eu dizia. Assim que terminei todos fizeram várias perguntas, as quais eu não sabia responder.

- Você viu o cara que ia atirar? - Perguntou Denis.

- E o homem amarrado? Será que ele está vivo? - Perguntou Ana.

- Será que eles nos seguiram? - Mayara diz assustada com a ideia.

Nessa hora meus pensamentos voltam para o carro preto estacionado na frente do prédio. Me da um calafrio de pensar que eles estariam aqui embaixo, apenas esperando que eu saísse. Dessa vez, foi o professor quem perguntou:

- E o homem elegante que estava nas sombras? Você o viu? Seria capaz de reconhece-lo ou fazer um retrato falado na policia?

- Na verdade não - eu respondi, e continuei - Estava muito escuro, e não consegui ver seu rosto.

O resto do desejum foi assim, faziam perguntas e eu me sentia cada vez pior por não ter visto nada que pudesse ajudar a fazer justiça àquele pobre homem. Não consegui terminar minha refeição, então me levantei da mesa e fui ate a sala, queria saber se o carro ainda estava la. E para minha surpresa ele estava. Chamei por Caio e expliquei pra ele sobre o carro. Ele disse para eu ficar calma, que devia ser uma coincidência. Pedi que ele me acompanhasse até la embaixo. Queria ver o carro mais de perto, ver quem estava la. Descemos as escadas e tinham dois homens entrando no prédio e indo em direção a recepção, acho que iam se hospedar aqui. Um dos homens olhou para mim, e eu senti que já tinha o visto em algum lugar. Não me preocupei, eu tinha essa sensação frequente. Por fazer jornalismo eu conhecia diversas pessoas, então continuei caminhando em direção as portas de vidro.

Quando saímos do hotel, vi o carro do outro lado da rua, mas não havia ninguém dentro. Como estava de manha o sol forte refletia dentro do veiculo. Varias pessoas passavam na calçada, umas apressadas, outras com passos mais lentos, crianças correndo e sorrindo. Caio segurou minha mão.

- Vamos entrar minha pequena?

Assenti com a cabeça. Quando entramos os homens ainda se encontravam na recepção. A moça que os atendia parecia uma boneca de porcelana. Toda arrumada, sem um fio de cabelo fora do lugar, a maquiagem era impecável. Os dois homens deveriam estar procurando alguém, ouvi quando a moça respondeu que não poderia dar informações sobre os hóspedes. Senti como se o mundo fosse parar de girar. Caio me puxando pela mão, e meus pés não saíam do lugar. Toda aquela cena me veio a mente. Os dois capangas sequestrando aquele homem, os dois homens ali no prédio eram as mesmas pessoas. Caio percebeu que eu estava ficando pálida e começou a ficar aflito.

- O que aconteceu amor?

- Eles estao aqui!




Os Crimes De SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora