Capítulo 6

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Todos levantaram num pulo e começaram a correr em direção a van. Entramos apresados e, Caio que entrou por ultimo, bateu a porta com força, enquanto motorista acelerava por aquela rua deserta.


Todos estavam ofegantes e em silencio. Ninguém se atrevia a perguntar o que tinha acontecido, todos só olham para mim, esperando que eu explicasse o que tinha sido aquela cena. Eu permaneci em silencio. Aquela imagem não saía de minha mente. Aquele pobre homem com certeza teria seu fim trágico e não haveria nada que alguém pudesse fazer para salvá-lo. Aquele olhar de desespero, aquela agonia de saber que a qualquer momento ele não existiria mais. Aquilo eu não esqueceria nunca! Então que o silencio que reinava foi quebrado por uma pergunta do motorista:

- Professor, para onde iremos agora?

- Não conheço nada por aqui - Respondeu o professor.

Richard morava perto do local e ofereceu seu apartamento para descansarmos daquele susto. Richard ia guiando o motorista. Viramos em uma rua bem iluminada e bem movimentada. Olhava pela janela e via bares lotados, musica alta. Como eu queria ser aquelas pessoas. A vida toda sempre fui centrada, eu sabia o que queria e em nenhum momento desviei meu foco. Como eu queria simplesmente não saber o que fazer e não me preocupar com isso. Ainda mais agora: vi um homem prestes a morrer de uma forma brutal e egoísta e não podia fazer nada para mudar aquilo. Lagrimas começam a percorrer meu rosto contra minha vontade. Sinto um braço em volta de mim me puxando para seu lado, era o Caio, me consolando. Ele não disse nada, só me abraçou.


A van parou em frente a um prédio muito bonito. Era branco, com uma cascata na frente, e era tão alto. Eu sabia que Richard era de uma família rica, mas nunca imaginei quão rica podia ser. Atras de nós estava estacionando um carro todo preto, vi que tinham duas pessoas dentro, mas não fiquei olhando muito tempo. Minha cota de curiosidade já tinha estourado hoje. Fomos entrando naquele bonito e elegante lugar. A entrada tinham duas portas de vidro enormes, e um simpático porteiro para nos dar passagem. As portas davam para a recepção. O ambiente era todo decorado num mármore impecável. Haviam dois elevadores e ao lado uma escada num tom escuro, dando contraste com a claridade que havia no ambiente. Fomos de escada, já que Richard morava logo no primeiro andar.


Entramos no apartamento de Richard e ele nos acomodou na sala, enquanto dava ordens para uma senhora nos trazer água e alguns aperitivos. A sala era bem grande, e logo que entrávamos tinham duas janelas que davam para a rua. A sala era toda decorada em vermelho, vários tons, tapetes, acessórios, tudo em tons de vermelho. Carol, Denis e Ana sentaram em um sofá grande e macio. O professor preferiu uma poltrona afastada. Richard tinha saído atras da senhora para ajudá-la com as bebidas. Mayara tinha ido ao banheiro, e Caio estava encostado na parede ao lado da porta. Fui até as janelas que davam para a rua, precisava de um pouco de ar. Olhei para baixo e vi o mesmo carro preto. Eu não sabia se deveria me preocupar com ele ou não. Podia estar ficando paranoica, ou seria meu instinto de que havia alguma errada. Resolvi entrar antes que meus pensamentos me enlouquecessem. 


Richard apareceu com as bebidas, a a senhora ao lado com uma bandeja cheia de sanduíches. Comemos, bebemos e acabamos adormecendo ali mesmo. Uns no sofá, outros no tapete. Aquele dia foi um tanto diferente para todos nós.


Os Crimes De SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora