Depois de um dia intenso de faxina, precisava tomar um banho. Entrei no box, liguei a ducha e fiquei la embaixo, enquanto a água escorria sobre meu corpo. Resolvi aproveitar todos os minutos possíveis, já que não sabia quando tomaria um banho descente novamente. Como eu ansiava por aquela viagem! Eu me preparei a vida toda por uma oportunidade como essa, e ela finalmente chegou. Esse pensamento me fez acelerar meu banho, já que meu professor passaria para me dar uma carona até o porto, de onde sairia a nossa van.
Fechei a ducha rapidamente e saí do banheiro enrolada numa toalha. Fui até meu quarto, e vesti uma roupa que já havia sido separada e deixada em cima da cama. Como não sabia quão frio seria, vesti uma calça jeans escura, uma camiseta de cor vinho e peguei uma jaqueta caso esfriasse no caminho. Coloquei um tênis, e la estava eu, pronta pra começar essa nova aventura.
Não demorou muito até que o porteiro de meu prédio interfonasse dizendo que minha carona havia chegado.
- Senhora Sophia, tem um homem aqui embaixo a esperando.
- Tudo bem, Geraldo. Já estou descendo.
- Ele perguntou se a senhora gostaria que ele mandasse seu assistente buscar tuas malas.
- Avise a ela que não é preciso. Eu mesma carrego minhas coisas.
Apesar de minhas malas estarem pesadas eu não gosto de depender de outros. Coloquei exatamente o necessário, e sou plenamente capaz de arcar com elas.
Fui até o quarto, dei uma ultima olhada ao redor. Como eu ia sentir falta dessas paredes lilases, da minha cama, e do meu cachorrinho de pelúcia que Caio havia me dado no nosso primeiro encontro. Com algumas lagrimas nos olhos peguei minhas coisas e saí, sem olhar para trás.
Chegando no térreo, avistei meu professor. Ele estava, como de costume, vestido de uma maneira bem elegante. Na verdade nunca consegui entender muito bem como ele conseguia sempre estar vestido com terno e colete, não importando o quão calor estivesse. Acho que era para passar a seriedade de sua profissão. Ele é um homem alto, branco, aparenta ter seus 50 anos, coisa que ele nega firmemente. Tem cabelos ruivos e esta sempre de bom humor. Andei em sua direção, e seu assistente veio para guardar minhas coisas no porta-malas do carro. O professor fez-me um sinal para que entrasse no carro e eu entrei. Ele deu a volta e entrou ao meu lado no banco de trás.
Seu assistente era um homem calado e muito sério, isso me deixava um pouco desconfortável. Depois que ele havia ajeitado as bagagens ele entrou no carro e esperou o sinal do professor, dizendo que ele já podia seguir até o local de onde sairíamos. O professor acenou com a cabeça e ele colocou o carro em movimento. Perguntei a ele quanto tempo demoraríamos para chegar, e ele me disse que se o transito ajudasse, em questão de quarenta e cinco minutos estaríamos la. Peguei meu iphone e meus fones de ouvido e fui ouvindo musica durante o caminho, porem acabei adormecendo.
Acordei quando o carro passou por um buraco na avenida, olhei em volta e vi que ainda não havíamos chegado. O professor olhou para mim e sorriu.
- Você realmente dorme como uma pedra, não é mesmo? Estava tendo sonhos ruins?
Sorri de volta para ele.
- Onde estamos? Falta muito para chegar?
Ele me olhou e disse:
- Não, não. Logo estaremos la!
Aquela cena, por mais simples que pareça, me deixou em estado de alerta. Fiquei pensando o que poderia acontecer comigo, afinal eu só o conhecia por ser meu professor. Pensamentos ruins inundaram minha mente, mas afastei-os logo, afinal ele já era de uma idade mais avançada, o que ele poderia fazer, afinal?
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Os Crimes De Sophia
Misteri / ThrillerUma jovem de personalidade forte. Essa era Sophia! Aos 18 anos cursava a faculdade de jornalismo, pois sempre sonhou em estar nos lugares mais perigosos e inusitados atras de uma nova matéria. Desde pequena esse era seu sonho e ela o estava seguindo...