Capitulo 4

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Finalmente chegamos ao local combinado, e todos já estavam la nos esperando. Minha sorte é que estava de carona com o responsável pela viagem, se não, provavelmente teriam me deixado para trás. Logo que desço do carro, Caio vem em minha direção e me dá um abraço bem apertado, e um beijo bem apaixonado.

- Oi minha princesa, você demorou hein?

- Pois é, o transito estava terrível!

- Hum... Pelo visto você dormiu no caminho, não é?

Ele apontava pra meu rosto, onde tinha uma enorme marca de onde eu estava apoiada no carro quando adormeci. Comecei a esfregar o rosto em uma tentativa inútil de me livrar daquela marca. Já estava escuro, praticamente não haviam pessoas na rua. O professor pediu que aguardássemos enquanto ele e o motorista da nossa van verificavam os últimos detalhes antes de nos levar para o aeroporto de São Paulo. O lugar em que estávamos era uma pracinha deserta e mal iluminada. Haviam alguns bancos maltratados pelo tempo, algumas arvores grandes. Estávamos em sete pessoas:

Richard, que era o líder do nosso grupo. Sempre tomava as decisões e nós o acompanhávamos. Se dava bem com todo mundo e era um ótimo amigo.

Mayara, uma pessoa bem alegre. Não saía do lado de Richard. Em alguns momentos pensei que eles pudessem ter algum tipo de relacionamento alem da amizade, mas com o tempo descobri que não, eles eram só amigos.

Denis, era o melhor amigo de Richard. Sempre muito serio e não gostava de socializar muito. Por Richard ter esse espirito de liderança, algumas pessoas acabavam tendo serias discussões com ele, e Denis, sempre estava lá para defender o amigo.

Carol, era um doce de pessoa. A melhor amiga que já tive.

E por fim, e totalmente insignificante Ana. Ela era o tipo de pessoa que se fazia de vitima, e totalmente falsa. Como eu odiava essa menina. Principalmente o fato de que ela era a melhor amiga de Caio. Não é ciumes! Simplesmente ela é uma falsa mas ele não enxerga isso. Só de pensar nessa amizade já me dava nos nervos. Caio sentiu minha mudança de humor.

- O que foi minha pequena? Ta tudo bem?

- Sim.

- Pode ir mexendo essa boca e me falando o que aconteceu.

- Nada.

- Tem certeza de que não foi nada?

- Sim.

- Ok!

Não aguentei ver a cena, e dei um grito:

- Como assim "ok"? Você sabe muito bem o que foi! Aposto que enquanto eu não chegava você já estava de papo com aquelazinha!

- Ah! Então tinha alguma coisa?

- Não se faça de besta! Você sabe muito bem que eu não gosto dela e mesmo assim fica insistindo nisso. Parece que faz de propósito!

- Sophia! Chega! Nós já discutimos milhares de vezes sobre isso. Você sabe muito bem que ela é minha amiga a um tempão, desde antes de nós ficarmos juntos.

- Ah, então ta defendendo ela? Pois pode ficar ai com a sua "amiguinha".

Sai andando e deixei ele la. Ele me chamou algumas vezes, mas não olhei para trás, até que ele desistiu e não me chamou mais. Fui andando sem rumo. Passei por um deposito abandonado, e la dentro havia alguns containers velhos. Ouvi um gemido baixo e abafado. Fiquei assustada e ao mesmo tempo mais curiosa para saber o que era aquele barulho, aquela hora da noite, num lugar praticamente abandonado. Pensei em continuar meu caminho, afinal poderia ser algo perigoso, igual em filmes onde o mocinho ouve alguma coisa e acaba se dando mal, mas foi mais forte do que eu. Acabei entrando de fininho até o local de onde vinha aquele barulho. Fui andando na ponta dos pés, quase não respirava pra não fazer barulho. Foi ai que ouvi duas pessoas rindo enquanto uma outro pessoa parecia estar chorando. Parei onde eu estava, não tinha mais certeza se queria estar ali. Estava encostada num container que dava de frente para a rua de onde eu vim. Pensei em sair correndo dali, mas minha curiosidade fazia meus pés não se moverem. Respirei fundo e fui ate a ponta do container e coloquei a cabeça devagar, pro caso deles estarem olhando na minha direção e acabarem me vendo. Quando finalmente olhei a cena fiquei apavorada. Meus olhos não acreditavam no que viam!

Os Crimes De SophiaOnde histórias criam vida. Descubra agora