Dia 03 - "Virtual"

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Desafio 03 - Jogando ou assistindo um filme.

Título: "Virtual"
Sinopse:
A amizade virtual¹ que Bilbo nutre por seu colega de classe Thorin e como ela muda por causa de um jogo.

🗻🗻🗻

- Como foram suas notas? - Perguntou Bungo Bolseiro na mesa de jantar, tomando seu café da manhã enquanto lia o jornal.

Bilbo, seu único filho e herdeiro, sorriu educadamente e acenou com a cabeça.

– Foram boas. Você pode ligar para escola se quiser confirmar.

O rapaz tentava recordar como o relacionamento entre eles se tornara assim. Não se lembrava da última vez que seu pai sorrira ou, ao menos, olhara para si. Talvez antes de sua mãe morrer? Provavelmente.

- Certo. – Respondeu, sem realmente se importa muito. - Bilbo, seus tios disseram que você não anda muito sociável na escola.

Por tios, ele queria obviamente dizer primos, mais especificamente, Otho. Afinal, Drogo e Papoula jamais o dedurariam dessa maneira e seu pai há anos não falava com nenhum Tûk, nem deixava que Bilbo se aproximasse deles.

- Isso já foi resolvido. - Disse cauteloso dando garfadas em sua panqueca que parecia cada vez mais difícil de engolir. - Eu estava me sentindo indisposto na semana passada.

Tomou um gole de chá.

- Pois então... - Bungo levantou o olhar do jornal, fitando o adolescente pela primeira vez naquela manhã. - Não se sinta mais.

Assim, após essa ordem, em silêncio os dois terminaram sua refeição e partiram da casa: um para o trabalho, no juizado do Condado e o outro para a escola.

Parecia que todos os dias eram assim, pelo menos desde que Bilbo era capaz de se lembrar. Constantemente vigiado, constantemente punido. E tudo isso porque seus parentes queriam herdar aquela casa: o Bolsão. Todos queriam convencer o vovô Mungo que eles, pai e filho, não deveria morar ali.

Entendia o apego do pai ao casarão, já que fora lá que crescera e onde sua esposa morrera, mas ainda assim... não conseguia deixar de se sentir sufocado como se estivesse sendo obrigado a engolir uma panqueca. Ou talvez fosse o seu sangue Tûk falando.

A única dose de dopamina de Bilbo, fora os livros que ainda assim eram restringidos pelo pai, era observar seu vizinho de mesa.

Thorin Durin era tudo que sempre sonhara e abominara em ser. Seus pais pareciam ignorá-lo, ele ia para festas tarde da noite e trabalhava depois da escola numa mecânica (não pergunte, como o Bolseiro sabia disso.)

Ele jogava, ia em Karaokês, fazia parte de três clubes, tinha uma rede gigantesca de amigos tanto de família quando de fora. Virava e mexia brigava com estudantes da Escola Mirkwood e chegava com hematomas em casa. (novamente não pergunte como ele sabia essas informações.)

Além disso, tinha uma personalidade secretamente gentil e adorava criaturas pequenas e fofas. Quanto mais o adolescente descobria sobre o colega, mais admirado se tornava.

Thorin era ridiculamente arrogante, tanto que seu apelido entre os amigos era Escudo de Carvalho, por ser extremamente cabeça dura. Mas era uma das poucas pessoas que conhecia que podia ser arrogante, se não, que devia ser assim.

Ele era o melhor de qualquer um dos mundos, Bilbo sabia disso e o admirava secretamente desde o dia de admissão na escola. Thorin ficara em segundo lugar nas provas, enquanto ele mesmo ficara em primeiro.

Os dias se passavam, o primeiro ano parecia terminar rápido demais e Bilbo ainda não tinha conseguido cruzar a linha da observação com o rebelde de cabelos negros. Ele sabia que não machucaria a si mesmo, ir e dizer: "Oi!"

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