𝐉𝐮𝐬𝐭 𝐊𝐞𝐞𝐩 𝐒𝐰𝐢𝐦𝐦𝐢𝐧𝐠 - 𝐀𝐭𝐥𝐚𝐬 𝐂𝐨𝐫𝐫𝐢𝐠𝐚𝐧

Capítulo 1

É inevitável pensar sobre suícidio quando você está totalmente no fundo do poço, e esses pensamentos vem aparecendo com bastante frequência nos últimos tempos.

A mais ou menos, um ano atrás meu padrasto me expulsou de casa, e fui morar na casa do meu único amigo, mas a duas semanas ele se mudou para o Colorado, depois de seu pai ser transferido. Eu disse a eles que minha mãe tinha deixado eu voltar, mas a verdade é que eu venho enrolando para pedir a ela para voltar, mas as coisas estão cada vez mais difíceis, e eu preciso logo de um lugar para morar.

Toco a campainha do lugar que um dia já chamei de lar, e espero que a mulher que me trouxe ao mundo abra a porta.

━ Oi mãe ━ Digo dando um sorriso sem mostrar os dentes.

━ Atlas ━ Ela diz num suspiro ━ O que você quer?

━ Eu queria saber se eu posso voltar a morar aqui, mas só até me formar.

━ Não!

━ Não? Por que não?

━ Luke não vai gostar, e você sabe disso.

Minha mãe se casou com Luke alguns anos atrás, e desde então minha vida foi ladeira abaixo, ele nunca gostou de mim e alguns meses atrás finalmente conseguiu me chutar para fora de casa.

━ Eu prometo que ele nem vai saber que eu estou aqui, eu só preciso de algum lugar para morar, Gabe e a família dele se mudaram para o Colorado e eu não tenho mais nenhuma opção.

━ Eu já disse: Não! Você é um garoto esperto, sei que vai arranjar alguma solução.

━ Mãe eu... ━ Antes que eu pudesse acabar a porta já está fechada. 

Vou caminhando até uma praça, começando a pensar no que eu posso fazer, e assim que chego pego um caderno na minha mochila e começo a fazer uma lista de coisas que eu posso fazer.

• Ir a abrigos para desabrigados
• Acolhimento familiar
• Tentar arranjar um emprego
• Conseguir comida

Já está escurecendo, e amanhã cedo já vou atrás das minhas opções, preciso encontrar alguma solução até o inverno.

Encontro um local na praça mesmo para passar a noite, e começo a pensar na minha situação. Deus, eu nem sei como consegui passar essas duas semanas na rua.

Nessas poucas semanas já consegui ver mudanças significativas na minha aparência, meu cheiro está cada vez pior,  eu estou mais magro, meu rosto mais fino, meus olhos estão fundos e com olheiras, a única coisa que permanece igual são as marcas nos meus braços, feitas pelo meu padrasto.

Não sei como explicar, mas venho percebendo que tenho sentido cada vez menos emoções e sentimentos, eu nem lembro qual foi a última vez que eu sorri porque eu estava genuinamente feliz.

A única coisa que eu tenho vontade de fazer é desistir.

Mas todo mundo merece mais uma chance, inclusive eu, então se eu não conseguir abrigo ou comida, estou pronto para deixar esse mundo.