Eu gosto de ficar em pé no ônibus
Dessa forma, estou livre de tudo
De obrigações sociais importantes
Como ficar atenta plena e constantemente
E olhar cada pessoa que entra
Ansiando sempre em doar a preferência
Se eu estou em pé
Ninguém vai me lançar caras feias
Caso eu não veja a senhorinha
Ou aquela grávida imperceptível
Eles não vão me odiar com olhares
Quando eu fico em pé
Não me sinto sob pressão
E não há o impulso em agir
Pois não estou ocupando um lugar
Só estou lá, me segurando para não cair
Assim, eu entro no ônibus e não me sento
Ou alivio a minha consciência quando cedo
Deixo livre aquele banco precioso e duro
Sem olhares, só me seguro
Sou firme para não cometer o erro de cair
Porque sei que basta um deslize
E, num instante, terei olhos de novo em mim
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Espelho Da Á(lma)gua
PoesíaA poesia vibra na frequência da alma, embalando com sutileza e brutalidade as mentes que a provam. Ostenta o dom de fazer sentir, juntando tudo de forma simultânea e gradativa, e explodindo sua essência em provocadoras epifanias. Então, permita-se...
