Permanente (2023)

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O espaço de tempo que nunca acaba
Se deleita em limites de início e fim,
Tal qual aquela flor que só sorri à madrugada
E que é infinita no agora e finita no porvir.

A eternidade é inalcançável por natureza;
Não tinha como não haver começo algum.
Mas se burla a regra pela origem da permanência
Quando se cria a antítese do infindável que não é contínuo.

À vista macroscópica vêm momentos vencidos
Que foram largados atrás como antigos favores,
Visto que não há importância no sabor breve do ínfimo

Conquanto deleitou-se incessantemente em seus teores.
No intervalo entre lua e sol, não viviam para sempre;
Morriam antes do infinito, mas se faziam permanentes.

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