Voltei!
Divirtam-se!!!
Por três dias seguidos, Kara e Lena mal conversaram, mas continuaram fingindo que eram um casal na frente da família Luthor. Quando iam para o quarto, apenas desejavam boa noite e mais nada era dito até pegarem no sono.
Quando Lena não estava nas aulas de dança para o casamento, estava com Lex, Eve e Helena fazendo alguma coisa que tinha a ver com o casamento. Kara até chegou a acompanhar uma das aulas de dança, por insistência de Eve — ela era meio doidinha, mas Kara gostava dela — só que quando viu que Lex fez a irmã dançar com a ex, se sentiu bastante estranha e não quis mais ver aquilo.
Isso era uma coisa que Kara não conseguia entender, Lex claramente sentia inveja da irmã e tentava boicotá-la de qualquer maneira. Mesmo assim, ela continuava fazendo tudo o que o irmão queria, até se submetia a dançar com uma pessoa que a havia magoado profundamente. Porém, quando viu a cena entre Lena e Helena, Kara percebeu que sua falsa namorada estava conseguindo o que realmente queria e decidiu se afastar o quanto podia para não estragar o plano da Luthor mais nova.
Se distanciando de Lena, Kara acabou se aproximando de Sam e Andrea. Passava quase o dia inteiro junto delas fazendo alguma coisa dentro daquela mansão. Não conseguia ficar sem rir perto das duas, quando não estavam trocando farpas, estavam agindo feito um casal. Era claro como o dia que se gostavam, mas não estavam juntas por culpa delas mesmas.
Na quarta de manhã, Kara acordou mais uma vez sozinha. Depois de se trocar, desceu para tomar café, mas só encontrou na mesa Lilian, Sam e Andrea. Não deveria estar tão incomodada pela ausência de Lena, mas a cada dia estava mais. Até parecia que Lena estava fugindo dela e talvez estivesse já que estava se dando bem com a Bertineli.
— Bom dia! — desejou quando se sentou a mesa.
— Bom dia! — Sam e Andrea disseram juntas.
— Bom dia, Kara! — Lilian sorriu para ela amigavelmente. — Teve uma boa noite de sono?
— Sim. Eu dormi muito bem. É... Onde está a Lena?
— Ela não te avisou onde iria?
— Não — respondeu à Lilian negando com a cabeça. — Ela anda tão ocupada com as coisas do casamento que não temos conversado muito. Deve ter esquecido de me dizer.
— Ela foi com os noivos, Lionel e a sonsa da outra madrinha ver o salão onde vai ser a cerimônia — Sam respondeu. — Não sei como ela consegue ficar perto da Helena. Mulherzinha insuportável.
— Ah! — foi o que conseguiu responder sentindo como se tivesse levado um soco no estômago.
— Eu disse a ela para te chamar para ir junto — Lilian comentou enquanto dava um gole em seu café. — Ela disse que não queria te acordar.
— E se tivesse chamado, eu não iria. Isso é uma coisa entre família.
— E você é da família, Helena é que não é — Andrea disse chamando atenção de Kara. — Já te considero minha prima. Mas se caso um dia você e Lena romperem, e você ainda quiser continuar fazendo parte da família, pode me ligar — deu uma piscadela. — Sei que faço seu tipo.
Kara riu quando percebeu que Sam não tinha gostado nada do que ouviu.
— Não me leve a mal, Andrea, mas eu prefiro a sua prima.
— Não se incomoda, Kara?
— Com o que, Lilian? — a fitou sem entender a pergunta.
— Ela estar com a Helena nesse momento.
Se tinha uma coisa com que vinha se importando era isso, mas esse era plano. Estava sendo paga para enganar a família de Lena e fazer ciúmes para sua ex. Se depois do jogo de basquete as duas passavam cada vez mais tempo juntas, significava que estava fazendo bem o seu serviço.
Com a pergunta de Lilian, Sam e Andrea pararam de comer para saberem a resposta.
— Bom — bebericou seu suco sentindo a garganta secar —, eu confio na minha namorada. Se o que ela sente por mim for tão real e grande quanto eu sinto por ela, não tenho que me incomodar com a presença de Helena.
— Minha intuição de mãe diz que isso é recíproco.
— A minha intuição de prima também.
— E a minha intuição de melhor amiga diz que é real — fez um maneio de cabeça para Kara.
— Se vocês acreditam nisso, é sinal que tudo está bem — deu um pequeno sorriso torcendo para aquele assunto chegar ao fim.
— Eu vou para a piscina — Sam se levantou. — Quer vir comigo, Kara?
— Quero, sim — se levantou também. — Só vou me trocar.
— Te espero na sala.
— Você nem tocou na comida, Kara.
— Estou sem fome, Lilian. Com licença.
Voltando para o quarto, Kara colocou o seu biquíni, um vestido qualquer para andar pela casa, pegou seus óculos escuros e uma toalha. O dia em Metrópolis estava quente e, ainda que fosse cedo, o sol brilhava forte. Cair na piscina era a melhor coisa que poderia fazer para se distrair e usufruir de todo os luxos daquela mansão.
Chegando na sala, Sam estava sentada no sofá a esperando. Elas saíram por uma das portas na lateral direita da casa e começaram a andar pelo gramado verde e muito bem cuidado.
— O que está achando da casa? — Sam perguntou quebrando o silêncio.
— Que isso é maior do que qualquer casa que eu vou ter um dia.
— Venho aqui desde que virei amiga da Lena e ainda fico chocada com tudo isso — olhou para Kara que estava com a cabeça um pouco baixa. — Eu e Andrea marcamos nosso jantar da vitória para sábado. Você e Lena já escolheram o dia?
— Não — colocou os óculos escuros erguendo a cabeça. — Certamente é Helena que ela vai levar.
— Eu não teria tanta certeza — comentou para si mesma.
Alguns metros a frente já conseguiam ver a enorme piscina. Em volta, o chão era de um piso parecido com pedra e havia cadeiras e guardas sóis espalhados ao redor. Parecia mais uma área de um clube do que de uma casa.
Ao chegarem perto o bastante da área da piscina, Kara se sentou em uma cadeira e Sam ao seu lado. Desde o jogo de basquete a mente da CFO fervilhava em pensamentos sobre a loira e sua amiga, aproveitaria o momento a sós para descobrir algumas coisinhas.
— Você tem alguém te esperando quando voltar para casa?
— Não — riu de como Sam tentou ser sutil, mas passou longe disso. — Namoros não para pessoas como eu.
— Como assim pessoas como você? — franziu o cenho a olhando.
— Prostituta, garota de programa, acompanhante de luxo... — deu ombros. — Quem iria querer uma pessoa que leva a vida assim?
— Não acha que alguém pode ver que você é mais do que isso? — viu Kara negar. — Porque?
— Porque é mais fácil me pagarem para ter o que querem do que me conhecer de verdade — se deitou na cadeira. — E é isso que eu faço, dou as pessoas o que elas querem e lucro com isso.
Até podia estar errada, mas alguma coisa na voz de Kara deixava implícito que ela estava se referindo a alguém. E para Samantha, esse alguém era Lena.
— Pode me explicar exatamente o que significa dar as pessoas o que elas querem?
— As pessoas estão preocupados em exibir, em ouvir o que elas querem e realizarem seus desejos. A maioria das vezes só querem me exibir mesmo.
— E a parte do ouvir o que elas querem e desejos? — a curiosidade estava latente em sua voz.
— Como aqui, por exemplo, eu digo os que todos querem ouvir sobre minha relação com a Lena. E estou realizando um desejo dela de não estar sozinha no casamento e fazer ciúmes pra ex.
— Mas... você também...
— Sou paga para fazer isso na cama? — encarou Sam que concordou. — Sou. Na verdade, a partir do momento que me pagam, está tudo inclusivo, desde que queiram.
Concordando lentamente com a cabeça, Sam processou aquelas revelações. Estava se sentindo um pouco mal por Kara por ela achar que ninguém nunca iria gostar dela por causa do que fazia. Se sentiu mais mal ainda quando ela disse que preferiam pagá-la para terem o que queriam do que conhece-la.
Desde o jogo de basquete, Sam não estava gostando nada da aproximação de Lena e Helena. E a cada momento que conversava com Kara, só tinha mais certeza de que a amiga estava perdendo a chance de conhecer uma ótima pessoa. Podia acontecer delas nunca terem nada e depois do casamento nunca mais se verem, mas queria que Lena enxergasse que haviam pessoas que valiam a pena e sua ex não era uma delas.
— Certo — apertou os lábios pensando na próxima pergunta. — Você é sempre tão gentil e carinhosa com todos os clientes ou isso é algo que você reservou para Lena? Percebo como é cuidadosa com ela.
— Estou sendo paga pra ser namorada perfeita — tentou desconversar.
— E se não estivesse sendo paga, continuaria agindo assim?
— Se eu não estivesse sendo paga, a mulher mais poderosa de National City e herdeira de uma das famílias mais ricas do país nunca olharia pra mim — se levantou deixando os óculos escuros de lado e tirando o vestido. — Vou nadar um pouco.
Sam sabia que Kara foi nadar para encerrarem o assunto, mas só o seu jeito de reagir as perguntas já dizia muito mais do que suas próprias respostas.
Dentro da água, Kara esqueceu de tudo a sua volta. A única coisa que a importava era manter o ritmo das braçadas e das pernas. Nadou no mesmo ritmo até sentir suas pernas e braços doerem. Depois ficou apenas boiando encarando o profundo céu azul. Ficou perdida dentro de si que nem ouviu quando Sam disse que iria procurar por Andrea.
Após alguns minutos, Kara saiu da piscina e encontrou Lena sentada na cadeira onde ela estava anteriormente a encarando.
— Vim te chamar para almoçar — Lena disse assim que Kara se aproximou.
— Estou sem fome — pegou a toalha começando a se secar.
Inevitavelmente, os olhos de Lena pousaram sobre o corpo da loira.
— Sabe dirigir? — perguntou ainda a olhando de cima a baixo.
— Sei, porque?
— Nós vamos sair pra almoçar, e você vai dirigir. Não vou aceitar um não como resposta.
— Você não sabe dirigir? — a olhou por alguns segundos antes de colocar seu vestido.
— Sei, mas prefiro não dirigir.
— Então é uma má motorista.
— Claro que não — disse na defensiva se levando e caminhando para a casa. — dirijo muito bem.
— Não é que o parece.
— Dá pra parar de deduzir sobre a forma que eu dirijo e ir se arrumar? Eu fiz uma reserva ontem para nós duas, não quero me atrasar e estou com fome.
— Ontem? Fez uma reserva ontem?
— Sim. Não falei nada, pois queria fazer uma surpresa — a empurrou pelas costas. — Vai logo se arrumar. Se não vou desmaiar de fome.
— Ok — disse um pouco atônita por causa daquilo tudo.
Ficando um pouco mais para atrás só para olhar Kara, Lena suspirou pesadamente se sentindo nervosa por ter tido coragem de fazer aquilo.
Durante esses dias que se manteve mais afastada, aproveitou para pensar sobre algumas coisas. Como sempre ficava nervosa na sua frente, não de um jeito desconfortável, mas de um jeito que estava se tornando bom, preferiu manter um pouco de distância para que não interferisse em suas ideias.
Após o jogo de basquete, quando pulou em Kara e abraçou, Lena percebeu que nunca havia sido tão espontânea com alguém. Fez aquilo no calor do momento porque quis fazer. No dia seguinte, percebeu que gostava do jeito que Kara a olhava. E depois concluiu que gostava do jeito que era tratada por ela.
Sabia que estar passando tanto tempo com Helena poderia indicar que elas estavam se dando bem, mas não era nada disso. Só estava fazendo esse tipo de coisa para saber se sentia na presença da ex o que vinha sentindo com Kara. A resposta era o Sam já tinha dito. Apenas amava as memórias que tinha com Helena e não ela. Kara só precisava olhá-la para quase ter uma síncope. Já Helena, nem dançado com ela, conseguiu sentir alguma coisa.
Em sete anos que esteve com Helena, seu corpo, mente e coração não chegaram nem perto reagirem com ela, como reagiam em relação a Kara desde que a conheceu. Mal dava para por em palavras o que Kara vinha causando.
Quando se deu conta de que finalmente estava se livrando daquele peso chamado Helena na sua vida, fez a reserva no restaurante que mais gostava de Metrópolis, pois queria estar com Kara longe da sua família e longe da sua ex. Queria ter a chance de conhece-la longe de uma bolha de fingimento.
Nem mesmo Samantha estava sabendo sobre tudo isso que havia pensado. Não contou não porque queria esconder algo dela, mas porque tinha consciência de que tinha que fazer uma escolha e que essa escolha deveria ser feita sozinha. Ainda não sabia como se curar da dor que Helena a havia causado, porém sabia agora que não queria continuasse doendo e não iria permitir que ela tivesse mais tanta influência na sua vida.
Um tempo depois, Kara apareceu na sala. Involuntariamente, Lena sorriu vê-la se aproximando.
— Pronta pra ir?
— Sim. Estou pronta pra ser sua motorista particular hoje.
Enquanto se arrumava, Kara ficou pensando nos motivos que levaram Lena a convidá-la para almoçar, em todos os cenários a resposta era a mesma: Elas tinham que fingir que eram um casal, e casais faziam o que iriam fazer. No entanto, quando chegou na sala e viu Lena sorrindo, quis acreditar que aquele almoço não fazia parte de um fingimento.
Seguindo as indicações do GPS, Kara se concentrava em apenas chegar ao restaurante e não criar expectativas. Mas Lena queria conversar.
— Porque decidiu trabalhar como acompanhante? — Lena olhou admirando seus cabelos esvoaçantes por causa do vento.
— Desespero, necessidade, dinheiro fácil... — deu ombros.
— Pretende parar com isso algum dia?
— Sim. Quando eu achar que devo, eu vou parar.
Curta e grossa, Lena pensou, mas isso não era o suficiente para desistir de descobrir mais sobre sua vida.
— Seu eu fizer uma pergunta, você me responde? — perguntou cuidadosamente.
— Acabou de fazer uma pergunta — provocou Lena e a ouviu sorrir.
— Já se sentiu atraída por algum cliente? Ou... sei lá... já se apaixonou?
— Já percebi que você curiosa, mas, infelizmente, não vou poder ter responder isso. É confidencial.
— Me conta — choramingou. — Quantos clientes quiseram dormir com você, mas não porque te contrataram, porque... porque se atraíram por você, ou... ou se apaixonaram.
— Ninguém — ficou uns segundos calada enquanto estacionava o carro. — Isso só acontece em filmes, na vida real a história é outra. Só sou paga para dar as pessoas o que elas querem. São só negócios. Não há mais nada depois do acordo cumprido.
Lena desceu do carro ainda sem acreditar naquilo. Só por tudo que vinha passando desde que a viu desde a primeira vez, era difícil acreditar que ninguém nunca quis nada com Kara além de pagar para conseguir o que queria.
— Você me disse que só faria o que eu quisesse — voltou a dizer quando Kara se aproximou.
— Sim. Só me dizer o que quer.
— Me mostra — percebeu que Kara não havia entendido o que ela queria dizer. — Me mostra como faz.
— Faço o que?
— Dar as pessoas o que elas querem. Não é assim que você define seu trabalho? Então me dê o que acha que eu quero.
Entendendo aquilo como um desafio, os olhos de Kara brilharam. Assim como se sentia nervosa todas as vezes que entrou numa quadra para jogar antes de lesionar, ver Lena daquele jeito esperando uma reação, fez tudo se remexer dentro de si.
Não dava para compreender como uma pessoa que conhecia a pouquíssimos dias a fizessem sentir tantas coisas diferentes. Desde que viu Lena na cafeteria achava um verdadeira incógnita. Adorava como ela ficava nervosa e quando a via concentrada em algo. Adorava ainda mais quando ela sorria. E já tinha perdido algumas horas de sono só para admirá-la. Mas vê-la a encarando com um olhar desafiador, cheio de expectativa, com um sorriso que era um misto de doçura e algo ligado a sensualidade, sem dúvidas, essa era a versão de Lena Luthor que mais adorava agora.
— Se eu não quiser fazer isso? — seus olhos varreram minuciosamente todo o rosto da morena.
— Porque não iria querer fazer? É o que eu quero que faça. Anda. Me mostra.
Mordendo o lábio inferior, Kara concordou lentamente com a cabeça. Levando uma mão até a barriga de Lena, a empurrou contra a porta do carro ficando bem próxima a ela.
— Fecha os olhos — pediu com delicadeza. Mas ao invés de fazer isso, Lena olhou em volta parecendo estar assustada. — Fecha os olhos, docinho — segurou o queixo da morena e virou para que ela a olhasse.
— Tá bom — engoliu seco fazendo que o foi pedido.
Vendo Lena de olhos fechados, com a respiração pesada tão próxima a ela, Kara pensou em mil outras coisas que gostaria fazer com ela, mas conteve seus pensamentos. Com a mão que continuava no queixo dela, a usou para contornar seus lábios com o polegar os sentindo quentes e macios. Lentamente, se inclinou o suficiente para suas respirações se misturarem e, sem querer, seus narizes se encostaram de leve, mas Kara não se moveu. A mão que antes estava livre, a pousou na cintura de Lena percebendo que o toque fez seu corpo tencionar.
— Relaxa, docinho. Você está em lugar seguro — sussurrou com a voz quase falhando. — Eu não vou te beijar se não me pedir — disse assim que viu Lena levantar um pouco o rosto como se procurasse algum contato. — Helena vai se arrepender de ter perdido você. Então não se preocupe — subiu a mão que estava na cintura até o pescoço deslizando seus dedos por ele. — Esqueça o passado. Esqueça a dor — aproximou a boca de seu pescoço. — Pense apenas na mulher incrível que você é. Você é uma mulher incrível, Lena e merece muito mais do que teve até agora. Você merece todo o amor do mundo. Merece alguém que veja a maravilhosa mulher que você é e te diga isso todos os dias.
Se segurando para não fazer mais do que deveria, Kara se afastou um pouco observando como Lena estava. Ofegante, boca entre aberta, olhos ainda fechados e imóvel.
Lena sentia que seu coração iria parar a qualquer minuto de tão forte e acelerado que ele batia. Sentia que aquilo que Kara havia feito foi quase uma tortura. Ela havia entregado tudo e ao mesmo tempo nada. Tudo foi falado de um jeito que fazia seu corpo inteiro se arrepiar. Sentir que ela estava tão próxima, fez suas pernas barbearem. E depois não tinha mais as mãos dela sobre seu corpo, nem sua respiração em seu pescoço.
Torturante. Realmente torturante.
Se já não sabia agir na frente dela antes, depois disso saberia muito menos. Kara era uma caixinha de surpresas e não precisava fazer esforço para chamar a atenção das pessoas a sua volta e encantá-las, e agora, mais do que nunca, havia chamado a sua e a encantado. Não a olharia mais da mesma forma. Nunca mais.
Abrindo os olhos, se deparou com as orbes azuis a encarando com as pupilas dilatadas.
— Surpreendente — foi o que conseguiu dizer totalmente desconcertada.
Dando um leve sorriso, Kara saiu da frente. Lena passou por ela indo a direção contrária da entrada do restaurante. Segurando o riso, Kara segurou em sua cintura a virando para direção certa.
— É por aqui, docinho.
O almoço começou silencioso, cada uma ficava pensando no que tinha acontecido minutos antes e tinham medo que a próxima coisa que dissessem as afastasse. Mas Lena não queria continuar tendo medo.
— Eve me pediu para te convidar para a despedia de solteira dela amanhã a noite — falou sem a olhar para não perder a coragem.
— Não sei se devo ir.
— É claro que você vai — levantou a cabeça. — Não vai ficar com minha mãe e meu pai em casa enquanto todos da casa se divertem.
Com um simples movimento de cabeça, Kara concordou e voltou a prestar atenção em sua comida.
— No sábado, eu quero você comigo na aula de dança — tentava transparecer que estava calma, mas sua perna já começava a tremer. Não queria ouvi um não.
— Seu par não é a Helena?
— Meu par é você.
— Os noivos e ela já sabem disso? Seu irmão parece querer muito que vocês se deem bem.
— Não me importa — deu ombros. — Eu quero que você esteja comigo na aula sendo meu par. E você vai ser minha acompanhante no casamento, não há nada que Lex ou Eve, muito menos Helena possam fazer. Aceita?
Ali estava o lado doce de Lena. Aquele ruborizado, de voz suave, os olhos pidões e esperançosos. Foi por vê-la dessa maneira que Kara aceitou ir com ela a um casamento, até então, sempre descartou negócios que envolviam família de clientes.
— Tudo o que você quiser.
Depois de aceitar o que Lena tinha pedido, sua cabeça dizia que seria melhor para si se devolvesse o dinheiro que recebeu e fosse embora de Metrópolis, pois no final, Lena estaria com Helena. Mas seu coração estava querendo que aquilo tudo fosse verdade e que a morena a sua frente realmente desejasse a sua presença assim como desejava a dela.
:)
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Muito Bem Acompanhada
Fanfic[Concluída] O irmão mais velho de Lena Luthor está prestes a se casar, e ela não quer comparecer sozinha à cerimônia, que será realizada em Metrópolis. Para completar, sua ex-noiva é a madrinha do casamento. Determinada a mostrar para todo mundo, pr...