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Depois de organizar o trabalho, Tenko guardou seus materiais, abrindo a porta para que Touya saísse

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Depois de organizar o trabalho, Tenko guardou seus materiais, abrindo a porta para que Touya saísse. Ele estava quase que expulsando o colega, pois detestava estranhos em seu lugar de conforto.

ㅡ está me expulsando? sério isso?

ㅡ não. estou dizendo que acabamos, e que você já pode sair.

ㅡ então você está me expulsando.

ㅡ algum de nós precisa levar as meninas em casa. e eu tenho certeza que essa pessoa não sou eu.

ㅡ certo.. opa, o que é isso?

Touya pegou um caderno de desenho que estava escondido dentro dos lençóis. Assim observando os desenhos. Eram bonitos e passavam sensações diferentes a cada folha que ele virava.

ㅡ ei, não mexa nisso!

Tomou o caderno na mão de Touya, que começou a rir do nervosismo do garoto.

ㅡ seus desenhos são legais, são bem bonitos. você já pensou em investir nisso?

Os olhos do azulado brilhavam. Ele raramente era elogiado, e receber um elogio inesperado era a razão do sorriso meigo em seu rosto.

ㅡ obrigado. mas não, não penso em investir nesses desenhos. na verdade, eu gostaria de não ter que rabiscar esse caderno.

Eu estou falando de mais. Por que estou falando tanto? Por que estou me expressando honestamente para esse cara que nem tenho intimidade?

Seu olhar intrigado chamou a atenção de Touya, que estava começando a sentir vontade de torná-lo seu mais novo amigo. Digamos que ele enxergava o olhar triste por trás do sorriso que Tenko havia demonstrado. Ele era alguém triste, que guardava muitas palavras na garganta, que lhe impediam de desabafar.

ㅡ então você só desenha seus sentimentos ruins? que interessante. vou ficar com esse caderno.

Touya roubou o caderno da mão de Tenko, saindo correndo do quarto. O azulado estava desesperado, e correu atrás do caderno, que apesar de guardar seus sentimentos de forma abstrato, ainda era desconhecido por seu pai, que entendia qualquer gesto de rebeldia que Tenko fazia.

ㅡ ei, me devolva isso!

ㅡ eu quero ficar com ele, seus desenhos são tão legais. eu quero ficar com eles, me venda!

ㅡ não estão a venda! devolva-me!

ㅡ não não!

Os garotos percorreram um longo percurso, até Touya parar de correr e entregar o caderno para Tenko.

ㅡ aqui. pode ficar agora.

ㅡ obrigado.

O menino estava ofegante, e logo parou na primeira parede que achou, para recuperar o ar.

ㅡ você estava se divertindo correndo atrás do caderno.

ㅡ eu estava irritado! não foi divertido.

ㅡ mas você estava rindo comigo.

ㅡ era de nervosismo! grr, pare com isso.

Ele voltou para seu quarto, trancando a porta para não ser incomodado. Seu coração estava acelerado, pois havia gastado suas energias acumuladas por uma semana, naquela corrida pelo caderno.
De fato, ele se divertiu correndo atrás do colega de escola. Foi bom ter um momento relaxante de forma honesta. Ele estava verdadeiramente feliz e confortável. Não se sentia assim há anos.

Depois de algumas horas, todos os convidados foram embora, e Tenko finalmente adormeceu, acordando apenas no dia seguinte. Ele não estava feliz, e nem triste. Estava apenas confortável em saber que estava acordando sem sentir nada ruim. Não brigou com seu pai, nem ouviu a voz dele pelos corredores da casa. Aquele dia não estava prometendo nada, mas ele sentia que no final entregaria tudo e um pouco mais.

Todos os dias ele chegava e dormia, acordando no horário exato da aula. Depois que todos os professores terminavam suas obrigações, ele se isolava no banheiro e voltava assim que o intervalo acabava. Mas naquele dia, ele simplesmente não conseguiu descansar, pois seu novo amigo era bem persistente.

ㅡ bom dia, flor do dia! como foi seu dia? quer uma banana? uma pera? um pãozinho com queijo e mortadela?

ㅡ não, obrigado.

ㅡ credo, que resposta seca. quer uma aguinha?

ㅡ não, obrigado

Ele era uma criança difícil de conversar, e Touya sabia disso. Então antes que pudesse puxar um novo outro assunto, pegou a mochila do garoto, saindo correndo com ela. Tenko odiava que pegassem em suas coisas, mas por algum motivo, não se irritava quando aquele garoto fazia isso.

ㅡ me devolve isso- eu realmente não quero correr.

ㅡ sinto muito, eu não posso devolver, estou assinando.

ㅡ assinando?! não risque!

ㅡ mimimi, eu não estou riscando.

Entregou a mochila do garoto, se divertindo com a afobação dele para recuperar o que foi perdido.

ㅡ você precisa correr mais. é muito sedentário

ㅡ eu não preciso correr. você que precisa parar de roubar minhas coisas.

ㅡ eu até gostaria de parar. mas se eu parar, você vai voltar pra sala e vai dormir. né?

ㅡ não tenho boas noites de sono.

ㅡ ah.. entendo.

Touya puxou Tenko pelo pulso, levando ele de volta para sala que lhe pertencia, sem incomodar o garoto durante algumas horas.

meu meio irmão {ShigadabiOnde histórias criam vida. Descubra agora