Era a segunda noite consecutiva que ele surpreendentemente conseguia dormir bem, mesmo com a baixa temperatura e o vento forte entrando pelas frestas da janela de madeira velha do cômodo onde estava hospedado, Sasuke simplesmente adormeceu quando deitou a cabeça no travesseiro.
Assim como no dia anterior, acordou cedo, mas não tão cedo quanto a herdeira dos Hyuugas, a qual havia deixado seu omelete de gohan sobre a mesa da cozinha junto com um suco de laranja antes de se ausentar. Não sabia se considerava a atitude dela previsível pela insistência ou imprevisível pela audácia.
Sasuke comeu seu café da manhã e depositou a louça suja na cuba da pia, abrindo a torneira para que a água escorresse e limpasse minimamente os resíduos e farelos grudados na louça. Era o mínimo que podia fazer como visitante.
Quando Hinata disse "sinta-se a vontade", ele não achou que seria no sentido literal. A Hyuuga respeitava sua privacidade e o deixava livre para fazer o que quisesse, Sasuke sentia como se a casa fosse dele.
Sempre dividiu espaços com pessoas singulares, oposta a si, geralmente exageradas, barulhentas e invasivas. No time sete conviveu com Naruto e Sakura, ambos possuíam aquela mesma energia extrovertida. Já quando se juntou ao time Taka, viu-se em meio de esquisitos de personalidades duvidosas.
Apenas quando estava sozinho se sentia confortavelmente bem.
O prodígio dos Nara, a herdeira dos Hyuugas e o Anbu chamado Sai eram os poucos ninjas que conviveu que, na sua perspectiva, conseguiria trabalhar sem que as vozes afetassem sua saúde psíquica.
No final, um pinheiro se adapta a presença de plantas isoladas.
Sasuke vestiu-se como um Anbu, colocou a máscara de corvo e saiu do clã Hyuuga pulando o muro do distrito que se localizava aos fundos da eclusa. Quando já estava do lado de fora, avistou dois soldados de olhos perolados virando a esquina rumo a entrada principal conversando entre si, pareciam aflitos e preocupados. Sasuke ouviu alguns murmúrios:
Viagem... Hiashi-sama... Matrimônio...
Não pode concluir nada, apenas com aquele conjunto de palavras poderia formar inúmeras frases em infinitos contextos. Não iria interferir naquele assunto, ele era apenas um visitante hospedado na casa da filha do chefe, não tinha que se intrometer nos assuntos que não eram do seu respeito.
Intervir nos seus problemas lhe causava ódio, não faria o mesmo.
Pulou nos telhados da primeira casa e partiu rumo a torre do Hokage, onde terminaria de organizar suas tarefas antes de resolver suas pendências... Faltavam inúmeros relatórios a fazer, deveria reescrever e ditar um por um.
Seria um inferno.
Chegou até o prédio, parou do lado de fora da janela e observou o interior da sala executiva do líder da vila. A primeira coisa que avistou foram os olhos exaustos de Kakashi sobre si, como se estivesse previsto sua chegada.
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Matsu to Sugi
FanfictionO Pinheiro e o Cedro As pessoas amam mais as trevas do que a luz, pois a luz expõe seus erros enquanto as trevas escondem sua verdadeira face. Ser a escuridão é predestinado, estar na escuridão é uma escolha. As pessoas não escolhem nascer nas treva...