Shira uma artista independente e responsável pela própria vida. Abandonou as festas e resenhas que costumava ir todos os finais de semana. Mas por conta de um certo fora da lei, talvez ela volte a ativa.
Nunca que Shira iria imaginar, que o homem fo...
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Fecho a porta do estúdio deixando minha cabeça bater contra a mesma de maneira delicada, um suspiro cansado sai de meus lábios e o desânimo recobra novamente em todos os meus músculos. Largo os saltos no chão escutando o barulho seco deles se chocando contra a madeira velha.
Não ligo a luz do estúdio, não tenho vontade de ficar na luz, só quero meditar enquanto penso no que posso fazer no meu próximo quadro.
Percebo um cheiro de tabaco e fastfood, mas novamente ignoro. Vou devagar em direção a caixa de som a ligando e conectando no meu celular, deixo Toxic — Kehlani, tocando em um som alto que sobressai meus pensamentos e me jogo encima de uma das macas, pra pensar.
Vejo algo ou alguém se levantando de uma poltrona que ficava perto da porta pro outro cômodo. Rolo meus olhos em direção à pessoa sentindo o cheiro de churrasco e menta, que me fez pensar em sorrir.
A figura anda em passos calmos em direção ao som e abaixa, o que me faz suspirar irritada.
Abaixa minha musica não, caralho
- o que você quer aqui? - pergunto sem emoção alguma em minha voz
- pensei em ser recebido de uma maneira mais calorosa - o falso ânimo na voz de Dabi me mostra que ele está tão feliz quanto eu
- sentiu saudades e veio atrás? Que fofo - debocho o vendo se aproximar ficando no pé da maca
- algo do tipo - é sincero, mas não me importo o suficiente com ele pra me importar se é verdade sim ou não - vim fazer minha tatuagem
- toxic - cantarolo fechando meus olhos - você não me mandou mensagem, nem marcou um horário. Não pense ser especial só porque transou comigo, Bibi - meu tom de voz sai mais amargo do que gostaria, mas ele não parece se importar
- te mandei mensagem, em três números diferentes. Marquei horário pra final de semana - sinto suas mãos se encaixando embaixo das minhas pernas, que ele levanta e se senta as colocando em seu próprio colo. Penso em algum cliente que tenha marcado e lembro de um numero desconhecido, dou um riso fraco pelo nariz e cubro o rosto com o braço, tentando continuar com meu mau humor, não é porque ele ta aqui que vou ficar felizinha, ainda mais por ser ele. - noite ruim?
- toxico - xingo ao mesmo tempo que a musica e Dabi ri fraco - ta mais pra semana ruim, a noite foi melhorzinha - confesso colocando minhas duas mãos encima da minha barriga e o olhando - não é porque algum cliente fala "vou ai final de semana pra combinarmos o resto" que foi um horário marcado e outra eu nem te respondi - gesticulo e ele da risada
A luz fraca de um poste, que entrava pela janela aberta do estúdio, era suficiente apenas pra iluminar a silhueta de Dabi e os piercings de sua orelha, por me acostumar a escuridão, consigo ver que ele estava pensativo de verdade, seus muros estavam caídos, por isso não fez nenhum tipo de graça ou ligou a luz, ele ta derrotado.
