II: PREOCUPAÇÕES E OPORTUNIDADES

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George estava na varanda da sua casa, observando as estrelas através da luneta deixada por seu pai antes dele partir para o outro plano. George passou a amar astrologia graças a ele, quando ambos saíam todas as noite para observar as constelações, anotando tudo em um pequeno livreto que ele guarda até hoje como se fosse sua própria vida.

George morava com sua mãe, Miranda, a qual era doente e incapaz de sequer levantar da cama sem a ajuda do filho. Ele sentia falta do seu pai, mesmo depois de 8 anos da sua morte, ainda chorava durante a noite, pensando em como tudo seria mais fácil com a presença do mesmo.

Tudo seria diferente. Mas não importava quantas vezes ele chorasse, gritasse ou pedisse aos céus que o trouxessem de volta, ele não viria, não iria voltar a seus braços e aos de sua mãe.

Um barulho no telhado chamou sua atenção de volta ao que estava fazendo, o mesmo olhou para o local e viu um gato observando-o curioso. Ele acenou para o bichano, como se de alguma forma ele fosse acenar de volta.

George olhou para o céu, dessa vez a olho nú, e percebeu que estava ficando tarde. Era melhor ir deitar, tinha que ir logo cedo a cidade, procurar algum emprego. Sabia que não encontraria tão facilmente, mas o que seu lhe ensinou foi a não desistir na primeira queda.

Depois de anotar mais algumas coisas no livreto, George pegou sua luneta e levou para dentro do seu quarto, onde estava uma verdadeira bagunça. Se tivesse um ninho de cobras em meio as tralhas que chamava de vestes, não se surpreenderia.

Antes de se deitar, George foi ver como sua mãe estava e se a mesma se encontrava confortável. Se para ele, que tinha 20 anos, a cama o deixava com dores insuportáveis nas costas no dia seguinte, que dirá para ela, que já encontrava em certa idade.

- Eu te amo... - sussurrou, apertando a mão de Miranda. - Prometo que tudo vai melhorar. Se ao menos papai estivesse aqui, tudo seria melhor para nós. - antes de sair do quarto, ele deu um beijo na sua testa.

Deitado em sua cama, vestindo seu pijama surrado, George lembrou do que acontecera há algumas horas, de como quase foi pego roubando objetos de uma quinquilharia, e mais ainda sobre quando esbarrou naquele homem. Já o tinha visto algumas vezes por Bloomsburry, mas aquela tinha sido a primeira que tivera algum contato, se é que poderia chamar assim, com o mesmo. Ele era tão bonito, não poderia negar.

George balançou a cabeça, a fim de dispensar todos aqueles pensamentos da sua cabeça. Nunca mais veria aquele novamente, assim como também nunca mais iria voltar a roubar, tinha sido um erro. E se os pegassem? Como sua mãe viveria sem ele?

E foi assim que pegou no sono, tendo aqueles pensamentos, que logo foram se transformando em sonhos durante a noite.

***

O brilho radiante do sol que passava pela pequena brecha na janela do quarto de George estava em seu rosto, batidas do lado de fora, na rua movimentada de bloomsburry, o acordou. O mesmo se espreguiçou e se perguntou que horas eram, devia ser tarde, pelo bendito sol que batia no seu rosto.

- Mãe!? - se assustou ao ver Miranda em pé, fazendo o que constatou ser café. - Já falei para não se levantar sozinha! E se a senhora de repente caísse? Poderia bater a cabeça! - esbravejou, preocupado e com um leve tom de irritação.

- Eu ainda não estou morta, George! Posso muito bem me levantar e fazer os deveres de casa! - rebateu, em protesto.

- Sei que não está morta, porque está na minha frente fazendo birra igual a uma criança mimada! - ironizou, pegando no braço da mesma e fazendo-a sentar na cadeira mais próxima.

- E quando não estiver aqui? Não posso ficar parada, não estou em estado vegetativo! - disparou - Ainda!

- Pare de falar besteira e me deixe terminar o que você estava fazendo - falou, indo até o pequeno fogareiro.

Sua atenção foi chamada ao ouvir alguém bater na porta.

Seu coração acelerou em pensar que poderiam ser os guardas da noite anterior, que tinham vindo o prender por andar roubando. Estava tão nervoso que deixou cair sua caneca no chão.

- Está tudo bem, filho?

Olhou para mãe e a viu com um olhar confuso.

- Estou! Eu... Ahn... Vou atender à porta!

Assim que abriu a mesma, viu sua vizinha, Julie, o que o deixou mais aliviado.

- Julie! Veio cedo! - sorriu para disfarçar o nervosismo.

- Terá de pagar horas extras! Tive que desfazer um compromisso sério para vim cuidar de sua mãe! - anunciou, entrando na casa sem ao menos pedir licença.

- Hora extra?

- Sim! Algum problema?

George apertou os olhos, com receio. Mal tinha dinheiro para sustentar a casa, que dirá para dá hora extra a Julie. Mas, caso a dispensasse, não poderia ir arrumar um emprego, e sem emprego não poderia mais sustentar a casa e nem pagar Julie caso precisasse dela novamente.

- Não, nenhum...

- Ótimo! Onde está sua mãe? - indagou, olhando ao redor. George fez o mesmo, mas não a viu.

- Deve está no quarto! - afirmou. - Bom, que bom que chegou, já estava de saída! Preciso arrumar um emprego.

- Só espero que tenha dinheiro para me pagar - certificou.

- Eu tenho algumas economias, não se preocupe.

- Caso queira saber, os Bridgerton estão a procura se serviçais para ajudar a montar um baile na casa deles. Foi o que ouvi minha mãe falar.

Os Bridgerton. Ótimo, eles eram ricos, se não os mais ricos de Londres, poderiam lhe pagar muito bem. Assim ele poderia comprar mais remédios e sustentar a casa.

- Obrigado por essa informação, foi mesmo muito útil - agradeceu. - Agora tenho mesmo que ir.

Após caminhar por alguns minutos até chegar a A Casa dos Bridgerton, George parou defronte aquele imenso portão e respirou fundo. Tudo o que mais desejava era conseguir o emprego.

~ Notas finais ~

aqui está mais um capítulo, amores! Até que foi rápido haha!

Espero que tenham gostado! Qualquer erro me perdoem!

Espero que tenham gostado! Qualquer erro me perdoem!

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QUANDO A TINTA SE ACABA - BENEDICT BRIDGERTON Onde histórias criam vida. Descubra agora