IV: REAÇÕES INESPERADAS

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George estava paralisado.

Ele sabia quem era aquele homem, sabia de onde o conhecia. Foi nele que George esbarrou àquela noite, e agora, por uma peça do destino - uma peça de muito mal gosto - ele estava frente a frente com ele, prestes a ser descoberto.

Estava claro que o homem à sua frente iria revelar para todos naquela sala o que George fazia a noite, e, por mais que tenha sido uma única vez, eles nunca iriam acreditar ou levar em consideração. Era o fim.

George olhou mais uma vez para o rapaz bem na sua frente e queria que ele viesse através do seus olhos sua súplica, seu pedido desesperado para que não contasse nada a eles.

- Você está bem, Bene? - indagou Eloise, olhando confusa para o irmão mais velho que não parava de encarar George. - Como pode conhecê-lo? Se ele com certeza não é desse bairro, sem querer ofender você - ela olhou para o garoto ao seu lado, sorrindo - e está aqui para a vaga de serviçal.

Por um momento, todos ficaram em silêncio, sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo. Benedict estava louco?

O mesmo olhou para Eloise, e depois para seu irmão, que permanecia em silêncio. Ele sabia quem era aquele garoto, sabia de onde ele veio e o que fazia à noite. Em uma frase, ele acabaria com a farsa dele, e se ele vira até ali apenas para roubar, ele chamaria a polícia.

- Responda, Benedict! De onde o conhece? - insistiu Eloise, quase perdendo a paciência.

Benedict, então esse é o seu nome.

- Isso mesmo! De onde irmão? - Anthony alfinetou, sorrindo.

Benedict olhou mais uma vez para George, que também o olhava visivelmente nervoso e ele só esperava que ninguém percebesse.

- Eu me confundi! - disparou, de repente. George se sentiu aliviado, mesmo estando confuso do porquê do garoto mentir sobre de onde o conhecia. - Eu estou meio distraído essas dias, vocês sabem; bailes, casamentos... - ele olhou para seus irmãos, e ambos estavam confusos. Mas, especificamente, mirou sua atenção no garoto, que parecia não acreditar no que acabara de ouvir. - De qualquer forma, eu preciso ir! Tenho um compromisso! Boa sorte, espero que consiga o trabalho!

Piscou para George, fazendo o mesmo soltar um leve um sorriso. Por que ele não o entregara?, se perguntou. Ele não tinha certeza de quem ele era, já o vira correndo de guardas tarde da noite, poderia estar ali para roubar. Todas essas perguntas sem respostas rodeava sua mente, e parecia que elas não seriam respondidas.

- George, vamos, minha mãe deve estar logo ali! - Eloise chamou, pegando novamente em sua mão e o puxando por um corredor gigantesco.

George olhou para Anthony e deu um leve aceno de cabeça - os ricos e sofisticados gostavam de fazer isso - e o mesmo retribuiu.

A casa era sem dúvidas a mais bonita que vira em toda sua vida, levando em conta que ela foi a primeira que George entrou, tudo era devidamente arrumado e bem cuidado. Todos aqueles móveis deviam custar o olho da cara, e por estarem tão limpos, deviam ter mais de 3 empregados, se não mais.

George realmente gostaria de morar em uma casa assim um diaz com sua mãe. Se um dia conseguíssemos tal proeza, seu pai ficaria extremamente orgulhoso.

- Por que está tão nervoso? - perguntou Eloise, curiosa. Nunca tinha visto alguém tão nervoso desde que viu sua irmã, Daphne, se casando.

- Bom, é só olhar para minha aparência... E minhas roupas. - enfatizou, fazendo Eloise soltar gargalhadas. - Falei algo engraçado?

- Obviamente que disse! Por acha que não iríamos te contratar, quer dizer, minha mãe e meu irmão, por causa de suas vestes e de sua posição social? - quis saber, ainda mais curiosa sobre as opiniões de George sobre a alta sociedade, quem sabe ela até concordaria.

Deu de ombros, e isso respondeu a pergunta de Eloise.

- Por favor, não somos assim. Quer dizer, a maioria dos ricos são assim, mas nós somos uma excessão. - prontificou, como se tentasse convencer George de que sua família não tinha horror a pobres.

- Se você diz...

Finalmente chegaram ao seu destino, e ao fazer isso, todos que estavam no local olharam para ele, sem entender o porquê de sua está acompanhada de um garoto estranho.

- O que está acontecendo aqui, Eloise? Quem é esse garoto? - perguntou a mulher, ainda o olhando.

- Ele veio para uma das vagas para os ajudantes do baile. - informou, sorrindo.

- Oh! Querido, sinto muito, mas as vagas estão todas ocupadas! - George mudou seu semblante, e dessa vez não se preocupou em demonstrar tristeza.

- Bom, então eu já vou! Obrigado por me receberem! - agradeceu, pedindo licença e se virando, pronto para sair daquela casa com a única dignidade que restava dele.

- Espera! - Eloise pegou em seu braço - Mamãe, não tem como abrir uma excessão? - tentou fazer sua mãe mudar de ideia, mas George sabia que nada adiantaria.

- Eloise, sabe que não podemos!

- Por favor, mamãe! Olha, pensa só, se ele veio até aqui é porque realmente precisa desse trabalho! É só pensar no quanto a família desse coitado ficaria triste ao vê-lo chegar em casa, com a notícia devastadora de que não conseguiu agarrar a chance de sustentar sua casa, e não porque ele não tentou, mas pelo fato da senhora não ter dado a oportunidade. - Eloise tinha uma habilidade com as palavras que impressionou George. - Por favor.

Sua mãe e todos ali presentes ficaram em silêncio, pensando nas palavras com um Incrível poder de persuasão de Eloise.

- Bom, que seja! Vou abrir uma excessão e ele pode ficar com o trabalho!

George estava gritando por dentro, estava imensamente feliz por finalmente ter conseguido algo em sua vida. Sua mãe ficaria feliz ao saber da notícia, conseguia imaginar o sorriso no rosto dela.

Mas, apesar de tudo aquilo, sua mente vagou até uma certa pessoa, a única que poderia colocar seu emprego em risco! George iria fingir que nunca o vira na vida, era melhor assim.

Qual era mesmo o seu nome?, se perguntou.

Benedict, esse era o nome dele! Um nome que era tão bonito quanto ele! parou para pensar.

~ notas finais ~

MAIS UM CAPÍTULO, MEU POVO!

Não tô preparado pra ver esses dois interagindo entre si!

Espero que tenham gostado! Qualquer erro me avisem para que eu possa corrigir!

Espero que tenham gostado! Qualquer erro me avisem para que eu possa corrigir!

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QUANDO A TINTA SE ACABA - BENEDICT BRIDGERTON Onde histórias criam vida. Descubra agora