VII: POEMAS E PENSAMENTOS

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"Como eu poderia esquecer-te-a, minha bela amante? Tu, tão linda, assim como a primavera mais florida da cidade, como a flor mais linda do campo, como eu poderia esquecer seus belos olhos, azuis como o céu e o vasto oceano atlântico, no qual me afoguei sem conseguir voltar a superfície.

Oh, bela mulher, como poderia esquecer? Seus cabelos, seus belos cabelos ruivos, as sardas em seu rosto macio.

Bela amante, queria que fosse mais que isso, e não apenas uma companheira da noite.

Como poderei esquecer? Se nem ao menos me dá uma chance, oh bela mulher"

Assim estava escrito na primeira página do livro que George havia ganhado do velho David. Como um homem tão prepotente poderia escrever palavras tão belas?

Nunca tinha encontrado alguém assim, que o desejasse ao ponto de escrever um poema tão lindo ou achasse que ele valia de tal forma que o levasse a eterniza-lo em uma folha de papel.

George encarou o livro por alguns segundos, se perguntando se um dia poderia inspirar alguém assim.

— George? Onde diabos está seus pensamentos? — Julie balançou os seus ombros para que ele voltasse a realidade, quando George saiu de seus devaneios, encarou a loira por alguns segundos. — O que tem de tão bom nesse livro ao ponto de te deixar assim?

— Nesse livro? — ela fez uma careta — Digo, é um livro de poemas. Na verdade... são palavras mais belas que eu já li e adivinha quem as escreveu?

— Não faço ideia.

— Benedict Bridgerton.

Ela arqueou as sobrancelhas, encarando George como se ele fosse maluco.

— Olha, acho melhor você descansar um pouco. — ela balançou as mãos de forma exagerada, se virando para sair de perto do maior.

— Não acredita em mim? Olhe! Está bem aqui!  — abriu o livro onde se encontrava a assinatura de Benedict, tão bela quanto ele.

Por que diabos estou pensando isso? Benedict não é aquele homem do poema, na verdade é um metido a besta.

Julie se aproximou e olhou de perto a assinatura, tão cética quanto antes. Trabalhar na casa dos Bridgerton não estava fazendo bem ao coitado, pensou Julie.

— Isso pode ser a caligrafia de qualquer pessoa dessa cidade, isso não quer dizer nada. George, acho melhor ir logo trabalhar, ficar lendo esse livro idiota de poemas que você pensa ser do homem mais belo da cidade só vai te fazer perder o emprego. — Julie aconselhou — E você sabe que sem o meu dinheiro eu não vou mais cuidar da sua mãe.

George revirou os olhos, encarando a loira à sua frente e desejando ser tão rico quanto aos Bridgerton, só para poder se livrar de uma vez por todas dela.

O baile estava cada vez mais próximo, os preparativos estavam a todo vapor, Lady Violet queria que tudo saísse perfeito, para que todos da cidade ficassem chocados. George estava cansado depois de levar tantas caixas e vazos de flores, ele queria sentar e descansar um pouco.

E foi isso que ele fez, ele parou no corredor pra descansar e aproveitou para ler mais um dos poemas de Benedict Bridgerton, só que, estranhamente, aquele não era como os outros. Deveras, era muito... Apimentado.

Era majestoso como minhas mãos passava pelo seu corpo nu e quente.

Eu podia sentir cada músculo do seu belo corpo se enrijecer, assim como a minha parte mais íntima reagia ao seu toque, leve e suave, em minhas mãos.

Talvez eu fosse explodir de tanto desejo.”

George levou um susto ao ouvir alguém soltar um pigarro próximo a ele, olhou rapidamente assustado e viu Eloise o encarando curiosa, fazendo o mesmo voltar a sua postura normal, desconfiado de que ela pudesse ter visto algo mais animado além do belo poema de Benedict. Aliás, sobre quem o poema falava? E sobre o que falava? Talvez tivesse uma ideia sobre o que seria, mas não se atreveu a imaginar.

QUANDO A TINTA SE ACABA - BENEDICT BRIDGERTON Onde histórias criam vida. Descubra agora