III: DÚVIDAS CRUÉIS

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George nunca foi muito positivo.

Devido as circunstâncias que levaram a vida de seu pai a óbito e de como sua vida desandou desde esse acontecimento, ele começou a ver a vida como uma grande tragédia, principalmente para pessoas com poucos recursos, algo que seu próprio pai, que era ambicioso, lutava para mudar.

Não estava muito confiante de que iria realmente conseguir aquele trabalho, porque além de suas roupas estarem um farrapo, ele vem de Bloomsburry, o bairro mais pobre da cidade. Provavelmente o julgariam como ladrão assim que o vissem, e por mais que fosse um fato, isso o deixaria muito triste.

Assim que possou pelo portão, olhou para a casa à sua frente, coberta de flores coloridas. Ficou encantado com o tamanho, imaginou que deveria ter mais de 7 quartos, ou melhor, mais de 3 banheiros. Como gostaria de viver lá e ter um banheiro só para ele, não que o seu fosse sujo, mas às vezes ele precisava de privacidade para certas intimidades.

- Quando eu descobrir uma nova constelação, vamos ficar ricos e morar em um bairro nobre, ter empregados e o mais importante; nunca faltaria comida na nossa mesa. - disse seu pai, Vincent, bagunçando o cabelo de George, fazendo o pequeno rir.

- Minha mãe disse que nunca vamos sair daqui e que pessoas como nós não temos oportunidades. - confessou.

- Sua mãe é muito pessimista, pequeno. Não dê ouvidos à ela. Você pode fazer qualquer coisa, tudo o que você quiser, tudo é possível quando essa vontade vem do seu ínfimo. - encorajou, apertando-lhe as bochechas.

George foi tirado dos seus devaneios quando alguém o tocou no ombro, olhou para a pessoa e viu uma garota de cabelos negros e lisos, trajada com um belo vestido azul-marinho. Ela o olhava curiosa, possivelmente se perguntando o porquê de um pobre estar defronte a sua casa e não do lado de fora.

- Olá! Quem é você? - indagou, com um sorriso confuso no rosto.

- Olá! Bom dia! Ahn... Eu me chamo George! - estendeu sua mão direita e ela rapidamente a apertou.

- Sou Eloise - ela sorriu, dessa vez um sorriso sincero. - Bom, o que veio fazer aqui? Quer dizer, no que posso te ajudar? - sorriu gentil.

- Eu ouvi rumores de que sua família estava procurando pessoas para ajudar na montagem de um baile. - ela ficou calada - Essas são as únicas informações que tenho - certificou, meio receoso - Desculpe, se eu estiver sendo um incômodo, peço desculpas. Eu posso me retirar, caso desejar.

- Calma, amigo! - ela gargalhou - É sempre assim? Tão pessimista?

- Desculpe, é que estou nervoso - confessou.

- Para sua sorte, meu nobre cavalheiro, os rumores são verdadeiros! - afirmou, fazendo com que George sentisse uma pontada de felicidade.

Mas ele não queria criar expectativas, era cedo demais.

- Vem comigo! - ele pegou na sua mão e o arrastou rumo à porta.

Nunca, em toda a sua vida, imaginaria entrar na Casa dos Bridgerton, a família da alta sociedade Londrina, dona dos maiores e melhores bailes da região, e claro, uma das mais ricas.

***

Benedict estava deitado no sofá da sala, lendo um folheto, e apesar de parecer concentrado no mesmo, ele ainda mantinha em sua cabeça a lembrança do dia anterior, de quando aquele garoto desconhecido esbarrou nele, e o fato de que ele estava fugindo de guardas noturnos. Era um ladrão, isso ele não poderia negar. Se não fosse isso, por que o tal estaria fugindo aquela hora da noite? Era pobre, poderia estar precisando de mantimentos, já vira vários casos assim.

E porque seu rosto lhe era tão familiar? Será que já tinha o visto por aqueles lados e não se recordava?

Por que diabos estou pensando tanto nesse assunto? Não mudou absolutamente nada na minha vida! Pensou.

- Bom dia, irmão! - seus pensamentos foram rompidos pela chegada abrupta de seu irmão, Anthony. - Posso saber o porquê de chegar tão tarde ontem?

- Hum, irmão, receio que não. - Ironizou Benedict, sorrindo forçado para o irmão.

- Quando vai finalmente tomar rumo e se casar? - indagou, fazendo o irmão mais novo revirar seus olhos azuis.

- Vem cá, irmão - Benedict se levantou de onde estava e foi até Anthony - Quando vai parar de se meter na minha vida?

- Quando você tiver ao menos um pouco de vergonha.

- Quem dera eu fosse o único sem vergonha aqui, irmãozinho. O que foi? Esqueceu a vida libertina que tinha antes de se casar? - provocou.

- Não vem ao caso.

- E não virá porque estou de saída e não tenho tempo para ouvir seus sermões.

Virou as costas e caminhou em direção a porta, mas, antes que pudesse abrir a mesma, Eloise fez isso por ele, mas a ela não estava sozinha; trazia consigo um garoto, visivelmente nervoso e curioso, pois ele olhava a casa de cima a baixo. Apostava que nunca entrara em uma casa daquelas, já que suas roupas demostrava isso.

Quando o garoto olhou para ele, a partir do momento em que seus olhos se encontraram, ele lembrou.

- Espera, espera - pediu de repente - eu te conheço de algum lugar! - disparou, fazendo todos na sala se olharem confusos.

Era ele... O garoto que esbarrou nele na noite anterior!

~notas finais~

Eita bbs, a casa caiu para o George kkkk
Será que o Bene vai dedurar ele?

espero que tenham gostado desse capítulo!

espero que tenham gostado desse capítulo!

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QUANDO A TINTA SE ACABA - BENEDICT BRIDGERTON Onde histórias criam vida. Descubra agora