02.

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𝗟𝗘𝗡𝗡𝗢𝗡

      Quando desliguei a ligação, percebi que a maluquinha tinha sumido. Fiquei me perguntando se eu ia ou não atrás dela. Ela parecia não ter ninguém com ela e uma mulher sozinha em uma boate já é problema, imagina bêbada. Então, comecei a passar o olho por todo o lugar e perguntei para o barman se ele tinha visto ela.

— Ela perguntou onde era o banheiro e foi em direção a ele. — Respondeu e eu agradeci, indo até o local.

A fila estava enorme e não consegui identificar a roupa preta que ela vestia em nenhum lugar dela. Com a música um pouco distante, eu podia ouvir o ruído de conversas na fila e os olhos em minha direção, abaixei a cabeça me encostando perto do banheiro. Um grito feminino não muito alto veio de trás dele, andei para onde veio o grito e me deparei com a maluquinha tentando se livrar dos braços de um otário. Puxei ele pra longe dela, que cambaleou e caiu no chão,assim como ela. Soquei a cara dele cada fez mas forte enquanto ouvia os gritos dela.

— Já chega! — Pediu do meu lado e eu não dei ouvidos. — Vamos antes que esse problema fique pior,por favor!

Me levantei olhando o idiota no chão rindo sozinho, com o nariz escorrendo sangue. Ele tava drogado, não sabia nem a merda que estava fazendo. Segurei a mão dela e coloquei na minha frente, caminhando no meio da multidão em direção aos camarins.

— Ei, para onde estamos indo? — Disse tudo embolado e eu não respondi nada. — Eu não posso entrar aí.

Passamos pelo segurança e fui até o camarim do Xamã que já tinha terminado de se apresentar fazia um tempo. Abri a porta e coloquei a garota para dentro.

— Superou a Giulia mais rápido que eu imaginei, cara. — Comentou observando-a. — Em que você se meteu agora?

— Sai no soco com um otário drogado por causa dessa doida. — Ela me olhou de cara feia. — Só pode ser louca pra ficar bêbada e sozinha em uma boate, né não?

— Tava esperando minha amiga. — Respondeu — Eu preciso ir embora. Um de vocês pode me emprestar o celular?

Xamã estendeu o celular na direção dela.

— Não! zero condições dela ir embora sozinha! — Agnes disse, saindo do banheiro. — Você se meteu nessa por que quis então é seu dever continuar ajudando a moça.

Entregou uma garrafinha de água do frigobar para ela.

— Não acho que ele deveria se intrometer em mais confusão por minha causa. — Disse a bêbada. — Consigo ir pra casa sozinha. Obrigada de verdade.

Saiu do camarim e fui atrás dela antes que a Agnes me matasse com o olhar. Ela ainda tava tentando passar pelos seguranças que não deixaram ela ir e eu soltei uma risada fraca.

— Te levo em casa pelo menos, pode ser? — ela não disse nada. — Até a entrada da boate?

— Acho que é a única forma desses brutamontes me deixarem passar então,sim por favor.

Passamos por eles e pude ver ela dando língua para os seguranças depois de passar por eles comigo. Balancei a cabeça rindo, colocando ela na minha frente e indo em direção a saída da boate. Na porta da boate,ela soltou minha mão se afastando um pouco enquanto procurava algo na bolsa.

— Se não for incomodo,pode me emprestar seu celular? — Pediu olhando para o chão.

Entreguei o celular na mão dela e vi ela entrando no app para pedir um carro. Ela morava há alguns quarteirões de onde estávamos então a corrida ficou pouco mais que 10 reais.

— Droga! — Resmungou baixo. — Paguei a corrida no seu cartão por acidente. Toma o dinheiro.

— Não precisa não. Fica como agradecimento. — Respondi vendo ela me encarar e colocar o dinheiro no meu bolso.

— Fica como agradecimento. — me imitou olhando o Uber chegar. — Você foi meu anjo da guarda. Muito obrigada.

Sorriu entrando no carro e eu sorri de volta, observando ela ir embora.

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