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𝗠𝗔𝗥𝗜𝗔 𝗟𝗨𝗜𝗭𝗔

      Aproveitamos bastante o fim de semana em Búzios, fui com os meninos na praia e depois a gente foi na pista de skate porque o Lennon queria "se amostrar pra mim" segundo o Xamã. No mesmo dia, a Agnes tinha visto uma publicação de uma foto minha com o Lennon em um perfil de fofoca. Percebi que era o mesmo que curtiu minha última foto publicada. No início nem liguei muito,mas depois apareceram várias pessoas no meu perfil de repente e me senti um pouco desconfortável com isso.
Várias semanas passaram e eu estava muito sem tempo por causa do trabalho e quase não estava conversando com o Lennon, que também estava em vários cantos por causa dos shows. Conversavamos mais no meio da madrugada quando ele estava no caminho de um show e eu estava salvando um projeto.

- Malu - Gaby hesitou antes de continuar quando me encarou. - Seu irmão me ligou, é a sua mãe...

Meu coração parou por um segundo. Sempre imagino como e quando os dias ruins vão acontecer para tentar amenizar mas não funciona nem um pouco.
Em seguinda ela disse que minha mãe tive um ataque cardíaco e foi parar no hospital, porém pela falta de um plano de saúde teve que ir para o hospital público onde ela não foi reanimada mas não medicada por falta de recursos. Minha mãe descobriu esse problema há alguns anos, porém não se cuida como deveria. A sorte é que ela mora não tão longe e no momento,a Gaby está aqui com o carro dela que vai facilitar ainda mais para mim.

Corri até o quarto arrumando umas roupas na mochila junto com minha amiga e descemos na mesma velocidade para o carro. Queria dirigir mas ela me impediu, dizendo que eu estava abalada demais para isso e deveria me manter calma mas eu já estava quase chorando enquanto tentava contato com meu irmão. Quanto mais as hora passavam mais agonida eu ficava, pois não conseguia notícias de nada. Fiquei a viagem toda tentando ligar mas foi em vão.

- Calma Malu, o celular dele deve ter descarregado. - Gaby tentou me acalmar, encostei a cabeça na janela do carro.

Ouvi meu celular tocar logo depois. Olhei o visor imediatamente, mas suspirei desanimada vendo o nome do Lennon ao invés do meu irmão.

- Não é o seu irmão?  Perguntou sem me olhar e eu neguei. - Quem é?

- Lennon. - Ela me olhou confusa. - Não quero falar com ele agora.

Ela revirou os olhos, dizendo que eu devia atender para me distrair e acalmar enquanto a gente não chega no hospital. Então atendi.

- Acabei de finalizar minha agenda e tô voltando pro Rio agora! quer fazer alguma coisa? - Sua voz estava um misto de cansado e satisfações.

- Ah que bom mas não tô no Rio. - Tentei parecer o mais normal possível porém percebi que não deu muito certo quanto ele me perguntou se tinha acontecido alguma coisa. - Não, tá tudo bem só estou indo resolver algumas coisas em Cabo Frio.

Gaby me olhou com as sobrancelhas franzidas e perguntou sem voz "Por que você está mentindo?" e eu respondi da mesma forma "Não tem necessidade dele saber"

- Malu? - A voz dele tomou minha atenção novamente. - Tem algo que eu possa fazer para te ajudar?

- Não, não precisa se preocupar. Vou ter que desligar,tchau.

Eu sabia que era desnecessário ter mentido mas não queria contar para ele sobre meus problemas pessoais. Nossa relação não é tão forte ainda para eu compartilhar meus problemas com ele. E de qualquer forma, ele não poderia ajudar nem se relamente quisesse.
Encostei a cabeça no encosto do banco, fechei os olhos por uns instantes e na mesma rapidez, acabei pegando no sono. Só soube que tínhamos chegado quando Gaby me acordou.

•••

- Vocês deveriam ter mais humanidade! dizem se importar tanto com as pessoas mas quando devem fazer algo não o fazem. Bando de monstros hipócritas... - Minha amiga dizia aos berros para a recepcionista do hospital enquanto eu falava com minha mãe.

- Mamãe, a senhora sabe que deve se cuidar mais. O dinheiro que eu mando para comprar os remédios não é suficiente?  - Ela negou. - Se não compra os remédios com ele, pelo menos deveria pagar um plano de saúde. Por que não me disse que estava sem?

- Seu irmão também não está em bons momentos. Está devendo dinheiro para um agiota e graças ao seu dinheiro ele não está morto agora. - Falou com um pouco de dificuldade.

- Não acredito que Murilo fez isso outra vez! Ele só faz porque sabe que a senhora sempre vai ajudar, tem que deixar ele resolver os problemas dele sozinho, mamãe.

- Você não deve me dizer o que fazer, Maria Luiza! - Me repreendeu e eu bufei olhando meu irmão se aproximando com dois copos de café. - Não quero que fale nada com ele.

Assenti com a cabeça, levantando com minha mãe e indo em direção ao carro enquanto chamava minha minha amiga e o homem que eu chamo de irmão.
Eu entrei no lugar do motorista com minha mãe na frente, logo Gaby sentou no banco de trás com Murilo. Dirigi até o hospital particular e quando estacionei minha mãe já estava reclamando dizendo que eu não precisava fazer isso.

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