drugs, ⠀ l7nnon

07.

𝗟𝗘𝗡𝗡𝗢𝗡

— Ae rapaziada, ela confirmou! — Comemorei,vendo eles rirem.

— Se eu não te conhecesse, diria que você tá afim dessa garota. — Ana falou enquanto pintava as unhas.

— E ele não tá não? — Ret se intrometeu,e me olhou. — Parece até eu quando conheci a Ana, pô.

Balancei a cabeça rindo, e fui pro quarto escolher a roupa que eu ia usar hoje com a bonitinha. Separei e coloquei tudo em cima da cômoda, até os acessórios e virei vendo o Theo na porta. Perguntei o que ele queria e respondeu que queria tomar sorvete escondido da mãe dele. Desde que conheci ele, eu sempre tomei sorvete com ele escondido da Ana porque ela não deixa o menino tomar "essas coisas com muita frequência" então ele só tomava uma vez no mês e olhe lá. Mas a gente toma sorvete escondido juntos toda vez que se vê.
Desci com o Theo no colo até a cozinha e aproveitei que a mãe dele tava na sala com o pai e peguei o pote com as duas colheres, saindo para a varanda.
O garoto tomou quase a metade do pote de sorvete mesmo eu avisando que se ele passasse mal eu não tinha nada com isso.

— Tá bom já,né? — Tapei o pote. — Depois você morre ai e sua mãe come meu fígado com farofa.

— Não gosto de fígado. — Falou limpando a boca e me entregando a colher dele.

— É? mas sua mãe vai adorar comer o meu,papo reto!

Entrei, guardando o sorvete e caminhei até a sala, onde Agnes tinha acabado de chegar. Ultimamente ela está super amiga da Ana,e as duas não desgrudam uma da outra. Ela perguntou onde seria a tal festinha que todo mundo estava dizendo no grupo e o Ret respondeu que ia ser na casa dele em Búzios para aproveitar que todo mundo estava livre nesse final de semana por conta do lollapalooza que vai ser na próxima. Avisei que eu vou ter que ir depois por conta do meu compromisso pra hoje de noite e ele disse que eu podia levar ela se quisesse. O problema é que a garota já demorou pra responder se ia só sair comigo, imagina levar ela para Búzios.

• • •

Era por volta de umas oito e meia da noite e eu já todo arrumado indo pegar o carro na garagem de casa. Antes de sair, mandei mensagem perguntando se o endereço dela era o que ela tinha colocado no app para pedir Uber, que confirmou depois de um tempo.
Em alguns minutos eu estava em frente a portaria do prédio esperando ela vir. Ajeitei o cabelo, a roupa e chequei para ver se tava tudo arrumado no carro até ouvir uma leve batida no vidro do carro. Era ela. Com o cabelo solto, toda produzida com uma roupa preta ainda mais bonita que no dia que eu vi ela na boate. Abri a porta para ela, que entrou com um sorriso leve e me cumprimentou. Segui o caminho até o restaurante onde eu tinha reservado uma mesa para dois hoje mais cedo.

— Tá toda bonitona você. — Elogiei, observando ela de canto, enquanto a gente entrava no restaurante. — Me colocou no chinelo, pô.

— Ah, para! você também tá super bonito. — Respondeu sentando na cadeira através da mesa a minha frente.

— Super bonito... —Repeti o que ela falou,olhando o cardápio.

Senti ela me encarar por alguns segundos e depois fazer o mesmo que eu fiz. Fizemos o pedido e enquanto não chegava a gente conversou. Perguntei se ela era daqui do Rio mesmo e ela negou dizendo que mora aqui desde criança mas nasceu em Minas Gerais e que sua família inteira era dela lá, incluindo o pai. Contou também que é design digital e que o sonho dela é ter uma ong de animais para onde iria uma parte dos lucros da mini empresa dela.