CAPÍTULO 3

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CAPÍTULO III


Sem Um Amigo



- Então, qual é a sua cara? Tentando dar um golpe nos Urrea?

Bem, ela era a mulher mais bonita que já vi, mas todo o seu encanto morreu quando ela abriu a boca...

- Acho que não entendi a sua pergunta. - murmurei ainda chocado com a sua hostilidade, ela era bonita sim, mas um tanto quanto grossa.

- Você me entendeu, o que faz aqui?

- Huh, Esme me convidou?

- Isso eu sei, mas quero saber o porquê de ter vindo. Por que veio para uma casa cheia de estranhos, por que está aqui, "J"? - ela me encarou com uma sobrancelha arqueada, eu suspirei pensativo, a sua voz estava cheia de deboche.

- Eu não sei, mas me pareceu melhor do que ir para um abrigo, ou fosse lá para onde eu tivesse que ir... Quando não se tem ninguém, e nem memória sobre quem se é ou de onde se vem... ...essa talvez fosse à opção mais significativa...

Ela me olhou atentamente por alguns longos minutos, minutos esses que me deixaram desconfortável com a intensidade de seu olhar, de repente, ela começou a se aproximar de mim, e só então notei que ela usava um uniforme, exatamente como o da enfermeira Deinert.

- Você é enfermeira? - falei de repente e ela parou de andar e olhou para as suas roupas.

- Não exatamente, eu ajudo no hospital. Mas não sou formada, eu...

- Ah, me desculpem... Carl, huh, ele não estava muito bem. "J", deixe-me apresentá-los, essa é Any Gabrielly Soares. Ela é nossa vizinha e também é a noiva de Noah.

A moça fez uma careta.

- Prazer Any Gabrielly, eu sou "J". - ela arqueou uma sobrancelha e tentei sorrir, não era só porque ela teve uma atitude de merda que eu teria que ter também.

- Ótimo! Agora que todos já nos conhecemos, que tal almoçar? - Esme sorriu para mim, e embora eu quisesse muito dizer que sim, eu neguei, não havia chance alguma de que eu sentar-me-ia à mesa com aquela moça e o Sr. Urrea ao mesmo tempo.

- Eu não estou com fome Esme, irei dar uma volta pela rua, se não se importar...

- Oh, sim, vá, mas não vá muito longe, não quero que se perca, sim?

- Claro, só caminharei pelo quarteirão.

- Sim, sim, e você Any? - a moça afastou os olhos de mim, eu suspirei aliviado, ela não parava de me encarar, se voltando para Esme, ela sorriu.

Um lindo e verdadeiro sorriso que a fez ficar mais bonita ainda.

- Eu adoraria Esme.

- Bem, então vamos. Não quer mesmo comer conosco "J"?

- Não, eu estou bem... - ela assentiu e se foi com Any Gabrielly em seu encalço.

Assim que me vi sozinho pude respirar calmamente.

Então Any Gabrielly era a noiva de Noah. Huh, agora até acho que teria sido bom ser mesmo Noah, bem, mais ou menos, embora ela fosse linda, era meio desagradável, na verdade, ela não era a única... Esme parecia ser a única pessoa boa na família.

Eu estava decidido por realmente espairecer um pouco, para poder ficar longe de tudo, então apertei a bengala firmemente na mão e saí pela porta.

O tempo estava bom, muito agradável, estava quente, mas havia uma brisa suave que me fez fechar os olhos por um momento, só apreciando o sol, o som dos pássaros e do vento chacoalhando as folhas... Eu bem sentia falta desses sons, eu sentia... ...abri os olhos de repente.

PERDIDO ATÉ TE ENCONTRAR - ADAPTAÇÃO BEAUANY Onde histórias criam vida. Descubra agora