CAPÍTULO VI
Sem Um Amor
Olhei para a pequena loja através da janela do carro, acho que já estávamos parados ali há quase dez minutos. Eu apenas ficava olhando para loja, ouvi um suspiro e me voltei para Carlisle.
- "J", vai dar tudo certo.
- Mas e se o Sr. Morris não gostar de mim? - olhei mais uma vez para a loja, querendo pegar um vislumbre do homem que poderia me dar um propósito.
Ok, aquele era só um emprego, mas eu sabia que significaria bem mais.
A mão dele tocou o meu ombro dando um aperto gentil.
- Vai dar tudo certo. - Carlisle repetiu e o encarei mais uma vez.
- Certo, eu vou lá... - mas novamente, só fitei a loja, merda, por que eu não tinha coragem de ir lá?
Carlisle riu e o olhei com uma carranca.
- Não é engraçado!
- Na verdade, é... Parece que estou te levando para o primeiro dia de aula. - torci o nariz e ele riu mais.
- Eu não sou criança.
- Quer que eu entre com você? - o olhei com horror, negando e comecei a sair do carro.
- Já estou indo. - falei apressadamente, e ele sorriu.
- Certo! Boa sorte "J"! Não se preocupe, vai dar tudo certo, viu? - ele repetiu, eu sorri, mas só um pouquinho, esperava que ele estivesse certo.
- Sim, bem, eu estou indo... Obrigado Carlisle.
- Sem problemas rapaz, nos veremos mais tarde. Estou torcendo por você. - ele cruzou os dedos e sorri vendo o carro se afastar.
Minha convivência com Carlisle havia melhorado muito desde o dia da estação. Não era como a minha ligação com Esme, claro, mas nós já nos dávamos bem. Pelo menos estávamos tentando.
Respirando fundo, eu caminhei até a loja. Lá, havia uma pequena porta com um letreiro em madeira com letras bem coloridas onde se via escrito "Alice no País das Maravilhas"... Uma parte da parede era de vidro e dava para ter um vislumbre do lado de dentro, me aproximei para ver melhor, e quando percebi, já estava com a cara colada no vidro, tentando ver se o Sr. Morris estava por perto...
- Olá... - saltei para trás quase caindo de bunda, quando um Senhor enfiou a cara no vidro do lado de dentro.
- Jesus! - coloquei a mão no peito, tentando acalmar o meu coração disparado, vi o homem rindo e saindo da loja.
Ele deveria já ter mais de 50, o seu cabelo era de um preto com alguns fios brancos, não muitos, mas alguns, e o seu rosto alegre um pouco enrugado, contudo o seu sorriso e olhos brilhantes escondia bem a sua idade.
- Imagino que seja, huh, "J"?
- Sim, hmmm, eu sou "J"...
- É só "J", mesmo? Achei que quem o indicou não lembrasse o seu nome.
- Na verdade, eu não lembro o meu nome, por isso é só "J".
- Você me perdeu aqui, rapaz...
Merda, não estava indo bem.
- Acho melhor eu ir... - comecei, mas ele bufou e agarrando o meu braço começou a me puxar para a loja.
- Venha rapaz, nem conversamos ainda. - fui arrastado para dentro da loja quente e aconchegante, e embora a frente parecesse pequena, por dentro era enorme.
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PERDIDO ATÉ TE ENCONTRAR - ADAPTAÇÃO BEAUANY
Hayran KurguSinopse: Ele não sabia quem ele era nem mesmo de onde veio, se ele tinha uma família, se ele já teve alguém... Mas ele sabia que ela não se importava com quem ele fosse ou de onde ele veio, ou ainda, se tinha uma família, porque ela era simplesmente...