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Heeseung saiu do quarto de Riki, fechando a porta cuidadosamente atrás dele. A última coisa que queria era acorda-lo, ele precisava descansar antes do grande dia.

Ele estava transitando em um estágio transcendental, um que poderia muito bem ser o auge de sua doença.

Os sintomas e vários estudos mostraram que a doença estava progredindo, o que era preocupante. No entanto, ainda havia tempo para realizar a cirurgia.

Apenas mais alguns dias e tudo estaria pronto para a operação.

Com um pequeno sorriso decorando o canto de seus lábios rosados, imaginou todos os cenários que ambos esperavam.
Como poderia finalmente levá-lo para andar descalço sobre a grama macia, como lhe daria comida de verdade, com sabores muito mais cativantes do que o insípido arroz do hospital.

Depois de meses, Nishimura Riki seria capaz de viver. Se formar, sentar-se debaixo de uma árvore, comprar roupas, desenhar, se cobrir com os cobertores de sua própria cama. Cada vez faltava menos para recuperar todas aquelas coisas mínimas a insignificantes que, Heeseung sabia mais do que ninguém, não eram tão tolas ou óbvias como se acredita quando as tem.

Na última semana, cujos dias pareciam passar mais depressa do que o habitual, o mais novo adotou um entusiasmo muito intenso, que parecia especialmente belo.

Talvez tenha chorado durante horas, quando o médico o disse que suas cordas vocais nunca voltariam ao normal, mas, mesmo assim, ele não abandonou por um segundo aquela fome de vida que se formara em seu interior.

De tempo em tempo chegaria ao ponto de segurar a mão de Heeseung e, embora sua voz fosse quase inaudível e todo o seu corpo  estivesse prestes a entrar em colapso por causa da dor, lhe pediria sorrindo "Hee, vamos dar um passeio"

Era preciso perecer por sua insistência em vagar pelos corredores pálidos do prédio, sozinho ou acompanhado, mesmo que o destruísse internamente.

Afinal, o impulso de mudar, a necessidade de abandonar as quatro paredes que haviam de transformado em seu lar e prisão, eram muito maiores e mais poderosas do que as dificuldades.

Heeseung nunca em sua vida poderia explicar com palavras suficientes o quão orgulhoso estava daquele garoto

Estava com medo por ele? Sim, obviamente.

Em mais de uma ocasião, o médico o avisou com uma expressão perturbadora e sombria de como qualquer mudança súbita de humor seria suficiente para reviver aqueles sintomas contra os quais seu pequeno corpo lutava incansavelmente.

Se não fosse bem cuidado, o processo de crescimento das flores iria acelerar, a dor o faria desmaiar, as pétalas acabariam transbordando seus pulmões e começariam a procurar qualquer saída mecanicamente. Apenas imaginar isso lhe dava arrepios.

No entanto, Riki era forte. Só precisava mantê-lo longe de certos problemas, e tudo ficaria bem.

E falando de problemas...

Parou no meio do corredor quando seu olhar encontrou as duas pessoas que, provavelmente, mais odiava no mundo.

- O que estão fazendo aqui? Pensei ter dito para manterem distância.

O aparecimento de Shim Jake, sem dúvida, tocou o cadavérico.
Tendo-o visto Há alguns meses, era quase impensável que se tratava da mesma pessoa.

O cabelo castanho estava bagunçado e a súbita perda de peso era mais do que evidente em suas bochechas vazias. Sua mão pálida segurava a de sua parceira, Kely, como se oferecesse alguma forma de equilíbrio.

Wildflower | Hanahaki FicOnde histórias criam vida. Descubra agora