CAPÍTULO 03

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CAPÍTULO 03

Helena Dias.

Ainda estava escuro quando o despertador do meu celular começou a tocar uma música de Jorge e Matheus, mas silenciei o bichinho com medo de que ele acordasse o meu excelentíssimo patrão.
O que seria um pouco improvável devido a distância entre os nossos quartos.

Entrei no chuveiro e liguei na água gelada sentindo minha pele se arrepiando em contato com a água fria.
Desde o dia em que saí da casa de Rosalia, eu costumava tomar banho gelado, para me lembrar de que eu nunca mais queria voltar para aquele lugar.
Ela e meu padrasto nunca tinham dinheiro e nossa luz era cortada várias vezes durante o ano.

Foi uma infância infeliz, vendo coisas que até Deus duvida, por isso tinha que agradecer a tia Nair que sempre me socorria quando as coisas ficavam insustentáveis.
Aquele banho frio, no primeiro horário da manhã, era para nunca esquecer, de que por mais difícil que aquele dia pudesse ser, eu já tinha passado por coisas piores e poderia superar.

Ao sair do banho pensei em que roupa usaria naquele dia de trabalho e optei por um jeans escuro e regata cinza e mais uma vez prendi o cabelo no alto da cabeça.

Segui para a cozinha e percebi que teria umas duas horas até que Massimo aparecesse na mesa do café, então, resolvi fazer um bolo de fubá cremoso, que minha tia sempre fazia na fazenda Assunção .
Mesmo que ele tivesse pedido só ovos mexidos e café preto, já tinha percebido que ele parecia gostar de bolos e sobremesas, então não custava nada agradar aquele ogro com doses diárias de açúcar.

Bati o bolo rapidinho e enquanto assava eu dei uma arrumada na sala onde eram servidas as refeições, já que alguns moveis estavam empoeirados.

Odiava servir comida em qualquer ambiente sujo, então depois de passar um pano em tudo, abri as janelas e deixei que os primeiros raios de sol iluminassem todo o ambiente.

O cheiro de bolo já perfumava toda a casa, então segui para a cozinha e coloquei a água esquentar para fazer o café.
Faltava dez minutos para as oito da manhã, quando terminei de arrumar a mesa.

Escolhi uma louça branca com as bordas douradas e ainda colhi mais flores para colocar no vasinho que eu tinha montado na noite anterior, pois algumas murcharam e acabei trocando por galhinhos novos e floridos.

— Bom dia, Helena.

Máximo cumprimentou no exato momento em que eu estava arrumando as flores.
Me virei e o encontrei vestido de jeans escuro e polo preta.

Será que ele nunca usaria uma cor diferente?

— Bom dia, senhor De Leone.

Ele assentiu e se acomodou a mesa.
Fui até a cozinha e peguei o carrinho com as coisas para servi-lo e notei que ele espichou o olho para o meu bolinho de fubá.

Servi os ovos mexidos e uma xicara de café e deixei o bolo em cima da mesa.

— Se precisar, estarei na cozinha — avisei.

Ele assentiu e começou a comer.

Enquanto lavava a louça fiquei pensando nos cômodos que ainda faltavam limpar e cheguei à conclusão de que eu demoraria uma semana inteira para colocar tudo em ordem.

Carmela tinha comentado que antes da esposa dele morrer, eles tinham muitos empregados e até uma governanta que cuidava de tudo, mas depois que ela faleceu, Massimo, transferiu os funcionários para outras propriedades e preferiu que poucas pessoas tivessem acesso a casa.

Quando voltei para a sala de refeições, Massimo estava no telefone com alguém, mas percebi que ele tinha se servido com um generoso pedaço de bolo.
Disfarcei meu contentamento ao perceber que eu tinha acertado em fazer aquele "agrado"

O DESPERTAR DO VIÚVO: SERÁ RETIRADO EM 24 HORAS Onde histórias criam vida. Descubra agora