HelenaEu mal podia acreditar que Massimo me deixou ficar com o gatinho. Achei que quando ele viu o bichano, iria me dar uma bronca, mas fez totalmente o contrário.
Depois que ele saiu, abri a bolsa de roupas e fiquei maravilhada com as peças que a irmã dele mandou pra mim.
Tinha três vestidos, um preto, um branco e um verde claro, três calças jeans, quatro bermudas e várias blusinhas bonitas, de tecido e cores diferentes.
Algumas peças eu teria que ajustar, mas não vi nenhum problema, pois eram de longe as roupas mais bonitas que eu já tinha visto na vida.
Vitoria De Leone tinha muito bom gosto e dinheiro, pois os tecidos mostravam que não deveriam ser peças baratas.
Guardei todas as roupas com cuidado, sorrindo feito uma boba, enquanto ajeitava tudo.
Fiquei ansiosa para usar as roupas, mas logo lembrei que não tinha aonde ir com coisas tão chiques.
No dia seguinte, depois de tomar café, Massimo pediu que eu fosse ao seu escritório, então tirei as coisas da mesa, lavei as mãos e segui para lá.
A porta estava aberta e ele fez um sinal para que eu entrasse e me sentasse.
— Aqui está o seu pagamento pelo primeiro mês de trabalho — ele disse e me entregou um envelope — confira o dinheiro.
Fiz o que ele pediu.
— Tem mais dinheiro do que combinamos — falei, pois ele poderia estar me testando.
— Sim, porque você trabalhou mais do que o combinado. Considere uma hora extra.
Fiquei surpresa e muito feliz por ele reconhecer as horas que passei limpando aquela casa, demorou duas semanas para colocar tudo em ordem e nesse período eu trabalhei até tarde todos os dias.
— Muito obrigada — agradeci.
— Não precisa agradecer, só continue fazendo um bom trabalho — falou e desviou os olhos para o computador.
— Era só isso? Se for vou voltar pra cozinha.
Ele assentiu, mas depois me encarou.
— Helena — chamou de repente.
— Sim
Ele pensou, pensou e pensou.
— Nada, pode ir — respondeu e abriu uma gaveta para disfarçar.
Voltei para cozinha e suas palavras ficaram repetindo o dia todo.
O que será, que ele queria?
***
A noite Marina me mandou uma mensagem me convidando pra ir em um barzinho no fim de semana e eu fiquei bem tentada a ir, mas depois lembrei que minhas saídas iriam depender de Massimo ficar na vinícola ou não.
Nosso acordo, não tinha obrigatoriedade de cozinhar nos finais de semana, a não ser que ele pedisse, no entanto, eu vinha cozinhando todos os dias, com exceção de quando ele avisava que não iria precisar dos meus serviços.
Respondi a ela, que iria esperar para saber se o patão ficaria na vinícola ou viajaria no fim de semana.
A ideia de sair com Marina me animou, pois em Milagres, me sentia mais a vontade para sair e quem sabe conhecer outras pessoas, só precisava descobrir se Massimo não iria se importar.
Se eu morasse na vila dos funcionários, seria mais fácil, teria mais liberdade, mas pelo que entendi, as casas eram destinadas somente para as famílias das pessoas que trabalhavam nas terras dos De Leone, e achei que isso se estenderia a mim, mas ele não me deu essa opção.
Após lavar a louça do jantar, sai pela casa apagando as luzes e encontrei Massimo na sala de estar, ele estava olhando alguma coisa no celular, mas desviou o olhar da tela, quando percebeu minha presença.
Passei por ele e continuei apagando as luzes, menos a do cômodo que ele estava.
Antes de ir para o meu quarto me aproximei dele e parei próximo ao sofá que ele estava.
— Desculpe incomodar, mas queria fazer uma pergunta — falei e ganhei sua atenção.
— Pode perguntar — autorizou.
Assenti e fiquei toda nervosa.
Massimo me deixava muito intimidada, seu olhar era profundo, sempre intenso e frio, como uma tempestade acinzentada que se aproximava no horizonte.
— Queria saber se o senhor vai viajar no fim de semana — questionei de uma vez.
Massimo analisou meu rosto e demorou alguns segundos para responder.
— Ainda não sei, por quê?
Não queria que ele desconfiasse que eu estava ansiosa para que ele viajasse, para que assim eu pudesse sair com Marina, mas uma parte minha queria ver sua reação.
Estava literalmente dividida e nem sabia o motivo.
— A sobrinha de Carmela, me convidou para sair no fim de semana, mas falei para ela que precisava ver se o senhor iria precisar dos meus serviços — falei de uma vez.
Não houve nenhuma reação em seu rosto e entendi como um bom sinal.
— Em primeiro lugar, pare de me chamar de senhor, não sou tão velho assim. Quando estiver só nós dois, pode me chamar só pelo nome mesmo — Pediu.
— Tudo bem, vou tentar me acostumar.
Ele assentiu.
— Em segundo lugar, nos fins de semana você pode fazer o que quiser, o que te prende aqui é o fato de morar no seu trabalho, mas de minha parte está tudo bem, pode sair com a sua amiga — explicou e meu peito quase explodiu de felicidade.
Massimo tinha me deixado com o gato e permitido que eu saísse com a minha nova amiga e eu não consegui disfarçar o sorriso bobo que surgiu em meus lábios.
Eu finalmente poderia usar as roupas bonitas que a irmã dele me deu. Pela primeira vez faria alguma coisa legal, de uma garota da minha idade.
— Obrigada se... ops, Massimo. Muito obrigada — agradeci e ele só balançou a cabeça.
Aquele gesto sempre deixava claro que a conversa estava acabada.
Fui para o meu quarto feliz da vida e encontrei o gatinho dormindo tranquilamente em minha cama e fiquei o admirando por vários segundos.
Ele ainda não tinha um nome, então me sentei perto dele e alisei o seu pelo, enquanto pensava em como chamá-lo.
Vários nomes passaram pela minha cabeça, pensei em um nome simples, mas aquele gato tinha um pelo tão negro e brilhante, que se fosse uma pessoa, seria alguém importante, tipo o senhor De Leone.
Que pensamento idiota.
Pensei em chamá-lo de vários nomes, mas quando, Lorde, apareceu em minha cabeça, foi quase que um registro imediato e tive a sensação de que jamais poderia chama-lo de outro nome.
— Pronto, batizado, de agora em diante, você será o meu Lorde — ele abriu os olhos e se esticou todo preguiçoso.
Fui até o guarda-roupa e passei os dedos pelas peças que havia ganhado de Vitoria De Leone.
Estava ansiosa para que sábado chegasse e eu pudesse me arrumar e me divertir um pouco com Marina.
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O DESPERTAR DO VIÚVO: SERÁ RETIRADO EM 24 HORAS
RomanceO DESPERTAR DO VIÚVO - MASSIMO DE LEONE SINOPSE: Massimo de Leone é o poderoso dono das Vinícolas De Leone, um homem sério e atormentado que carrega no peito a dor de ter perdido sua amada esposa. Tomado pela dor, ele se fechou para o amor e jurou...