II - AGARRANDO A SORTE NOS BRAÇOS

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POV HOPE

Deixar Mystic Falls depois de achar que havíamos perdido nosso bebê foi o melhor e o pior que já fizemos. Voltei para NO com o Landon e, com muito esforço, convenci minha família a não cometer uma chacina na escola Salvatore, não valia a pena, não traria a criança de volta. Landon e eu não tínhamos força para isso, para mais nada, passamos quase três meses, existindo em completa agonia. Ele fazia de tudo para que eu soubesse que ele estava ali para mim, sendo minha fortaleza, mas sabia que sua estrutura era tão sólida quanto a minha. Separados, jamais teríamos passado por isso com alguma chance de nos recuperar. Com o passar do tempo, toda dor e vazio foram se transformando em raiva e angústia. Minha melhor terapia era pintar. Foi quando aconteceu, nunca vou esquecer aquele momento. Landon estava dedilhando algo no violão, no sofá do ateliê, eu adorava quando ele tocava, eu estava segurando o pincel, planejando a próxima pincelada, quando senti. Foi suave, mas foi ele. Deixei cair o pincel e a paleta de cores para levar as mãos à barriga. Landon largou o violão no sofá e correu até mim.

LA - O que foi ? - perguntou preocupado.

H - Ele mexeu. - disse baixo e de súbito.

LA - O quê ? Do que está falando, Hope ?!

H - O bebê, eu juro, eu o senti mexer! - disse me permitindo emocionar.

Seu olhar foi de confuso e preocupado para algo mais solene, pena talvez. Segurei suas mãos e levei-as até minha barriga.

H - Eu não estou louca, ele se mexeu.

LA - Hope, sabemos que isso... ah, meu Deus! - ele se interrompeu. - Ele chutou! - disse abrindo um sorriso que iluminaria o mundo. - Ele chutou!

Não consegui, nem queria, evitar o riso e as boas lágrimas. De alguma maneira, nosso bebê continuava ali. Meus olhos encontraram os do Landon e eu tive certeza de que nossa alegria era a mesma. Todo o vazio havia ido embora quando ele me abraçou forte. Foi assim que descobrimos que a criança ainda estava viva esse tempo todo. Segundo a tia Freya, inconscientemente, eu provavelmente o camuflei com magia. Se ninguém soubesse, ninguém o faria mal. O problema é que nem eu sabia. Landon e eu sofremos o inferno por achar que ele estava morto, mas aquilo não importava mais. Nosso bebê ainda estava vivo e toda e qualquer tristeza parecia pequena e distante demais diante daquilo.

Infelizmente, agora que a criança podia ser sentida de novo, todo o clima de tensão e perigo voltaram junto com a nossa felicidade. Foram meses difíceis, pessoas mortas, bruxas desesperadas, mas a pior parte foi todos que temiam nosso bebê se organizarem o bastante para se aliarem à Tríad. Com seus recursos informacionais, facções unidas e um objetivo cruel em comum, os outros 5 meses da gestação foram agitados demais. De alguma maneira, conseguiram dividir a família o bastante para que eu ficasse vulnerável. Um belo dia, eu estava esperando o Landon voltar com o café e, quando acordei, já estava em uma cela escura e apertada. Não é como se eu tivesse ficado menos poderosa, mas uma barriga relativamente grande me limitava um pouco. Eu sabia qual era o plano deles, mas não deixaria que ninguém tirasse meu bebê de mim. Sabia também que o Landon viria até nós, sabia que podia contar com a família.

Tentei fazer magia, mas deviam ter injetado acônito demais em mim, estava difícil me concentrar o bastante. Tentei entortar as barras, derrubar a porta gradeada, mas nada funcionava. Já estava cansada, frustrada e irritada quando alguém falou do outro lado das grades, surgindo no corredor:

C - Nada disso vai adiantar, é melhor poupar suas energias. - ele disse calmo. - Sou o Charles, a propósito.

H - Seu nome não vai importar quando eu matar você. - disse com raiva.

C - Esse é mesmo o tipo de coisa que um Mikaelson diria. - ele falou sorrindo. - Não precisa levantar a guarda contra mim, estou aqui para ajudar.

H - Eu sei muito bem o tipo de ajuda que todos os associados à Tríad têm a me oferecer, dispenso a sua.

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