VI - NOSSA MAIOR CERTEZA

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POV HOPE

Landon e eu não conseguimos dormir naquela noite, eram pensamentos e medos demais para nos permitirmos relaxar o bastante ao ponto de descansar. Se soubesse o dia estressante que me aguardava, teria feito um esforço para burlar minha preocupação. Logo pela manhã, tia Freya apareceu para avisar que havia entregado o bilhete e que nosso segredo ainda estava seguro. Tomamos café e tiramos o dia para comunicar à família que havia um perigo em potencial. Todos estavam em alerta, embora não pudessem ajudar muito estando longe. O pacote da Davina e do tio Kol chegou naquela manhã, a aura mágica daquela coisa ainda me assustava, mas faria bom uso dela. Guardeia em um lugar acessível, mas escondida com um feitiço, claro. Landon ainda estava abalado com a viagem interdimensional que havia feito com o Luck, ele não pediu, mas fiz questão de estar junto dles o tempo todo, sabia do seu medo de acontecer de novo e ele sentir que nosso filho estava em perigo por causa dele e com ele – acho que por isso ele ficava tentando encontrar motivos para nos deixar a sós. Estávamos na sala, comigo vendo o Luck brincar no chão com o Landon quando ele falou:

LA – Acho melhor ir comprar mais brinquedos. – ele disse sério.

H – Só porque ele incinerou um ursinho ?

LA – Ele parece entediado com esses.

H – Belo exemplo daremos ao nosso filho: "está entediado com seus brinquedos, compraremos novos". Não, definitivamente ele não precisa de novos brinquedos. – falei quase rindo da situação.

LA – Então vou preparar o jantar.

H – Landon, acabamos de almoçar.

LA – Eu sei, só quero fazer um bom jantar.

H – Landon, para. – falei fazendo-o me encarar. – Sei exatamente o que está fazendo.

LA – Hope...

H – Não, chega. Está tudo bem...

LA – Agora!

H – Sim, e é o agora que importa. Você se sentar e brincar com o nosso filho não vai colocá-lo em perigo. – disse séria.

LA – E se... e se acontecer de novo ? – ele perguntou triste e preocupado.

H – Eu encontro vocês e trago de volta. Damos um jeito. – disse fazendo-o sorrir.

LA – Como você sempre faz, certo ? – ele falou levantando com o Luck nos braços.

H – Certo. – disse beijando-o. – Fizemos isso a vida toda, vamos encontrar uma maneira de ficar juntos e manter o Luck seguro. Essa é a única certeza que eu tenho. – falei deixando o Luck brincar com meus dedos.

LA – A única, é ? – ele perguntou pretensioso.

H – Não, uma delas.

LA – Estou curioso quanto à outra...

H – Acho que eu posso deixar isso bem claro lá em cima, o que acha ? – falei voltando a beijá-lo devagar.

LA – Acho uma ótima ideia. O que me diz, filho ? Que tal se divertir no seu quarto enquanto sua mãe me esclarece algumas certezas ?

Luck sorriu quase como se soubesse que estaria agradando o pai obedecendo. O mundo podia estar desabando e nós podíamos não saber ao certo o que fazer sobre isso, mas não perdíamos a chance de estarmos juntos – seja passando um tempo com nosso pequenino, ou fazendo coisas censuráveis. Landon então me beijou novamente, deixando bem claro que ele, tanto quanto eu, adoraria relaxar um pouco, mas não tivemos a sorte de nos dar àquele luxo.

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