Seis/Três

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Quando chega o fim de ano é a hora de você se acostumar com preparativos para as festas e outros, tudo isso toma conta de você, os arranjos de Natal, champanhe para o ano novo, isso me irrita completamente, não o fato das datas comemorativas, mas o que tem de ser feito, tudo, ter de me preocupar por exemplo, mas tudo tem o seu lado bom, e o lado bom disso é poder saborear um delicioso peru, em uma mesa cheia de parentes (mas não necessariamente devo estar entre eles) mas uns legais e os outros eu deixo de lado.
Eu aguento a provocação de primos idiotas,(Que são um caso perdido) e as tias que reclamam até do jeito que você anda,
elas ficam trocando receitas e conversando sobre coisa idiotas, já os tios, conversam sobre carros, mulheres, enquanto tomam uma cerveja,(O que eu acho bem errado) mas eu deixo de lado, hoje é Natal.

Estou observado tranquilamente a floresta a minha frente quando de repente surge meu primo, uma das pessoas mais estupidamente mal educadas de todo o universo. Enquanto ele caminhava em minha direção, olhei para o lado para ver se alguém estava por perto mas estavam todos bem longe de onde eu estava, então o jeito era aguenta-lo.
- Fala otário.
Por isso ele é detestável.
- Qual o seu problema?- eu disse
- O que?
- Qual o seu problema seu débil mental ? - isso foi o suficiente pra calar a Boca dele, mas não resisti e continuei. - Eu tenho seis anos de idade, enquanto você tem dezesseis, e eu tenho um nível intelectual mais alto que o seu, então some daqui. Você ainda não é digno de falar, olhar ou até respirar perto de mim. - Depois disso levantei sai, antes de ele disser alguma coisa.
Cheguei perto de onde a família estava reunida e estava tudo muito alto, la havia barulho de mais, então resolvi me esconder em algum lugar, passei despercebido e quando não tinha.ninguém perto de mim olhei para os lados e corri Até uma floresta ali perto, as árvores eram afastadas uma das outras e o chão era limpo então tirei a camiseta e a jaqueta e improvisei um lençol. Com tudo forrado no chão eu me deitei. E foi naquele chão duro, que eu passei o meu natal. Eu gosto do natal basicamente por ser um dia em que eu posso ficar sozinho, ninguém vai reclamar por eu ter sumido, ou por qualquer ato meu, e então enquanto eu olhava o céu entre as árvores, o vento estava hum... Ventando e então eu dormi, com um pensamento tolo em minha cabeça.
Para onde vamos depois do fim?

Quando eu acordei eu estava nos ombros de alquém, e foi aí que eu pensei que quando morriamos nós éramos carregados por um ogro até o céu ou o inferno, mas não tinha nada a ver um céu um inferno e um ogro, seria bem estranho então pensei que seja o que fosse àquilo estava me sequestrando, e eu começei a gritar.
-SOCORRO, ME AJUDEM, PELO AMOR DE DEUS... SOCORRO.
O ''ogro" olhou para mim então eu percebi que na verdade não era um ogro era meu tio.
- Bruno, se acalme!- Ele disse em tom confortador.
- Desculpa tio, eu achei que você era um ogro.
- Um ogro - Ele pareceu meio confuso.
- Deixa para lá.
- Bruno o que você estava fazendo na mata sozinho, e a noite. Estão todos malucos procurando você. Você simplesmente sumiu.
- Me desculpe. - E eu começei a chorar, mas não chorar por estar perdido, mas por fazer pessoas ficarem preocupadas, ter feito elas talvez chorarem, (talvez) apenas estou sentindo Raiva, muita raiva, raiva de mim mesmo, e me perguntando qual o motivo de eu ser tão inconstante, tão estranho.

Quando chegamos no lugar onde estavam os membros da família, todos nós olharam apreensivos, meus pais estavam com um olhar de preocupação e ao mesmo tempo de raiva. Quando chegamos neles, o meu pai me abraçou tão apertado que achei que o ar não poderia mais chegar aos meus pulmões.
- Meu Deus, Bruno onde você estava? - Ele começou.
Eu poderia apenas dizer que estava brincando e me perdi, ou que esqueci o caminho, mas resolvi falar a verdade.
- Eu estava triste, começei correr e quando percebi eu já estava na floresta, deitei no chão e acabei dormindo.
- NUNCA MAIS FAÇA ISSO. - Ele anúnciou como se fosses um decreto universal, que soou como se fosse uma ordem.
- É mesmo um otário - disse meu primo, o totalmente sem senso de ideia.
- Vai se FODER, seu imbecil - disse meu pai como se quisesse queimar meu primo com os próprios olhos.
E essa foi a primeira vez que eu o ouvi dizer tais palavras.
- Eduardo não diga isso perto de Bruno. - Disse a minha mãe.
- Vamos pra casa ! Afirmou meu pai.
E então fomos, depois de mais ou menos meia hora eu já estva dentro do meu quarto, sozinho, meus pais não brigaram comigo, nem deram conselhos, mas aqueles olhares com que eles olhava para mim as vezez na volta de carro, já foram o suficiente.
Na manhã seguinte tudo parecia normal, nada de bronca, apenas café da manhã e mais nada, eu acho que eles queriam que eu refletisse pelos meus próprios atos, Sozinho.

Dias depois já estava na noite de ano novo, o que foi legal já que nesse dia reuniam-se apenas tias, tios, primas e primos, vovó e vovôs. Sim vovó apenas por que a minha vó por parte de mãe morreu antes de eu mesmo nascer, então não comento muito sobre ela. Mas hoje é ano novo e eu estou quase pronto, coloco a camisa Branca, a calça preta, e os tênis, me olho no grande espelho acoplado a parede e me observo por pelo menos um minuto, observo os meus cabelos loiros quase escuros, meus olhos negros, e a pele clara, quase não tenho corpo mas não sou tão magricela, então paro de me olhar de repente e corro para a sala, e lá encontro os parentes, mas vou para o quintal e sento na grama, e pelo vidro que separa a sala de estar gigantesca de casa eu apenas fico olhando meus pais e vejo os cabelos castanho de meu pai e os cabelos também castanhos de minha mãe, ela tem olhos claros quase dourados, e mei pai tem os olhos azuis, eles tem quase o mesmo tom de pele claro moreno uma cor bonita e indecifrável, os dois estão sorrindo como se estivessem em um ensaio fotográfico, mas não tem muito a ver comigo, talvez o fato de eu ter sido adotado, tenha algo a ver, mas eu considerero eles como meus verdadeiros pais.
Está quase na hora de estourar o champanhe, e a parte que eu mais gosto, é super legal quando meus pais deixam eu estourar, mas eles nunca deixavam eu estourar e beber apenas estourar, mas isso só até quando eles me deram um champanhe, para estourar e depois me deram uma taça e deixaram eu beber, mas era um champanhe sem álcool.
Enfim começou a contagem.
Dez
Nove
Oito
Sete
Seis
Cinco
Quatro
Três
Dois
Um
Agora estávamos oficialmente em 2007. E eu tinha agora sete anos não mais seis, mas sim sete.

CÉU AZULOnde histórias criam vida. Descubra agora