CAPÍTULO 07

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🪐🪐🪐
WILL

Yake espera do lado de fora pacientemente enquanto tomo banho. Me sinto um pouco incomodado em fazer ele ficar lá fora na neve enquanto faço isso, mesmo que ele tenha saído sem nem pestanejar e dizer não se incomodar com o frio.

Uso a água dos recipientes para lavar o meu corpo da melhor maneira possível, tirando o sangue seco e as manchas de sujeira. O pijama que estava usando está completamente encharcado e não vou entrar nele nem a pau, então o que me resta é ficar pelado, enrolando nos lençóis.

- yake! - chamo. Ele aparece na entrada da caverna poucos segundos depois, com vários flocos de neve presos no seu cabelo preto. Os olhos azuis focam diretamente em mim, enquanto ele caminha até a cama e senta ao meu lado.

- obrigado, por tudo. - digo algum tempo depois. Ele tem sido tão gentil comigo, tão amável...

Ontem a noite Yake me explicou sobre várias coisas do seu mundo, e algo que me chamou bastante atenção foi quando ele disse que é difícil encontrar alguém com quem ficar, já que o número machos supera drasticamente o de fêmeas. Na verdade ele citou alguma coisa como "machos Eest", que suponho ser mais ou menos algo como "macho alfa", o que no caso, é alguém como ele. Então há poucas fêmeas e machos que não se encaixam nessa descrição, dificultando a formação de pares...

Será que é por isso que ele está cuidando tão bem e atenciosamente de mim? Porque quer que eu seja seu "parceiro"?

Ergo o olhar e observo-o por algum tempo. Ele exibe um sorriso para mim, mas consigo ver por trás da sua expressão o quanto ele é solitário, e isso faz meu coração doer um pouco. Por quanto tempo ele tem esperado por alguém? Sem qualquer esperança?

- tudo bem, Will?- ele pergunta. Uma expressão de preocupação passa pelo seu rosto quando fico muito tempo sem dizer nada.

Mordo o lábio e começo a engatinhar em sua direção, passando por cima das suas pernas e sentando sobre elas, de frente para ele. Yake Arregala os olhos e abre e fecha a boca diversas vezes.

- quantos anos você tem?- pergunto, levantando a mão para tocar um daqueles pequenos carocinhos na pele do seu peito. Percebo pela primeira vez que isso se parece muito com o que muitas tribos indígenas tem, mas no caso deles é um processo de escarificação (como se fosse uma tatuagem) e não algo de nascença.

- anos? O que é isso?- ele pergunta. Yake não parece incomodado comigo tocando sua pele, então continuo explorando a pele sobre seus músculos duros. Ele realmente é muito gostoso.

- como vocês marcam o tempo aqui?- pergunto, surpreso com minha própria estupidez. É óbvio que ele não iria saber o que são anos, já que isso é algo próprio do meu planeta. Duuuh.

- A-a gente usa o alinhamento das três luas. Eu já passei por três desde que nasci.- ele gagueja quando toco o seu mamilo, o bico é durinho e bem convidativo. Olho para cima e encaro seus olhos azuis, que encaram intensamente de volta.

Porra. Eu quero ele para mim.

Solto um grunhido baixinho e levo as mãos até a base de seus chifres. Eles são lisinhos e não são frios como eu pensei que seriam.

- me beije. - peço para ele, encarando aqueles lábios carnudos. A gente pode continuar a conversa informativa depois. Bem depois.

- "beije"? O que é isso?- ele pergunta, colocando suas mãos enormes na minha cintura. Elas são tão grandes que juntas quase a envolvem por completo.

QUASAR [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora