CAPÍTULO 15

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🪐🪐🪐
WILL


      O lago pelo visto fica na parte mais baixa da caverna, já que tivemos que descer por uma série de rampas circulares, tão fundo que a luz das tochas lá de cima não chegava até nós. Mas depois de alguns passos incertos na completa escuridão, uma suave luz nos ilumina.

    — oh. — exclamo quando enfim chegamos a uma espécie de gruta, com um imenso lago azul no centro, onde a luz das tochas é refletida e deixa tudo ao nosso redor super iluminado. É como se água tivesse luz própria.

     Há inúmeras estalactites no teto, como se fossem enormes adagas de pedra apontando para baixo, por onde gotas gordas deslizam tranquilamente e caem ao nosso redor como uma garoa fina.

      O ar é úmido e quente. Um calor reconfortante que sinto pela primeira vez desde quando coloquei os pés nesse planeta (tirando o de quando estou com Yake). Também observo várias bolhas subirem pela água e criarem pequenas ondas, como se água estivesse fervendo.

     — por aqui, Will.— Yake me puxa pela cintura para um canto mais afastado da gruta, mas não sem antes pegar uma porção de pedrinhas vermelhas que estavam numa pilha próxima a água, me fazendo levantar uma das sobrancelhas enquanto o sigo.

     — para onde estamos indo? O lago não é esse? — pergunta, roçando o meu quadril no seu enquanto tento caminhar ao seu lado, e não atrás.

     — esse lago é dividido entre todos. Não queremos ser interrompidos do nada quando estivermos...

     — okay. Okay. — o interrompo, sentindo minhas bochechas arderem um pouco. A facilidade e tranquilidade com que eles falam sobre sexo é um pouco assustadora.

      — ... Então quero te levar para um lugar um pouco mais privado, meu Will. — ele completa, sorridente, me conduzindo entre algumas estalagmites pontiagudas e da grossura de postes.

       Pouco tempo depois, chegamos a uma pequena entrada escuras. Apesar de eu poder entrar com facilidade, Yake precisa se espremer um pouco para fazer isso.

      — eu não lembrava de ser tão apertado assim. — ele exclama baixinho quando a escuridão começa a nos envolver novamente.

      — tem certeza de que não vai ficar entalado??

     — sim, o começo é bem mais estreito mesmo. Agora vai ficar mais fácil. — ele tenta me tranquilizar, e mesmo com a falta de luz, consigo ver duas orbes azuis luminosas me encarando de volta.

      Depois de algum tempo descendo a rampa, nós chegamos a outra gruta, só que dessa vez bem menor e menos iluminada. A água continua luminosa e azul, mesmo que eu consiga ver nenhuma tocha por aqui.

    — de onde vem a luz daqui??— olho curioso para todos os lados.

     — os lagos são conectados pelo subterrâneo, então a luz é refletida por baixo. — Yake explica. Eu dou um passo para frente e sem querer chuto uma pequena Pedrinha azul. Com curiosidade, abaixo-me e pego-a para a analisar.

     — nossa!!— exclamo. Não sei muito sobre pedras preciosas, mas essa aqui com certeza é alguma. Talvez um topázio? Lápis lazulí? Turqueza? Ou quem sabe até um diamante...?

     — Isso impressionou você? Essas coisinhas estão por todos os lados aqui. — meu alienígena diz, abaixando-se para pegar alguma coisa no chão, antes de estender para mim. Estendo a mão e observo enquanto ele deposita uma pedra nela, só q essa é de um verde brilhante.

     — me lembra seus olhos. — diz, me fazendo corar um pouco. Ela é realmente muito linda. Jogo a pedra azul de volta no chão, mas guardo a verde num pequeno bolso da minha roupa. Elas podem não ter nenhum valor aqui, mas agora essa tem um valor sentimental para mim.

QUASAR [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora