Tão logo Rhea se afastou, as ninfas viram surgir uma nuvem luminosa e, dentro dela, vislumbraram a imagem de Gaia, que as acalmou com um gesto. E em seguida ouviram sua voz clara e firme:
- Eu as convoco, Napéias, ninfas dos vales e das relvas, e a todas as ninfas, Oréadas, que ocupam as montanhas e as colinas, Dríadas, rainhas das grandes árvores e Hamadríadas, ninfas dos carvalhos gigantescos. Reúnam-se todas em torno desta divina criança e façam com que cresça em meio à paz, ao amor e à alegria. Sua existência jamais deverá ser conhecida pelos deuses. Ocultem-na do céu e da luz, do sol e da lua, dos mares e das nuvens. O destino dos deuses criados e incriados está em suas mãos, ó ninfas. Sejam sábias e, mais que sábias, sejam protetoras e sejam mães. Do alto, velarei por todos vocês e meu organismo físico lhes dará abrigo.
E, dizendo isto, tomou a criança nos braços, levou-a para o interior de uma gruta e depositou-a sobre um monte de capim macio. Feito isto, voltou aos céus. As ninfas trataram logo de amarrar o berço improvisado de Zeus entre duas árvores no interior da gruta, pois só assim Crono não o encontraria nem na terra, nem no mar nem no ar, no entanto a criança começou a chorar. As ninfas Adrasteia e Io a embalaram e cantaram acalentos, mas nada a fazia calar.
- Acho que tem fome - sugeriu uma delas.
As outras entoalharam-se.
- E como iremos alimentá-lo? De que se alimentam os deuses?
Desoladas, não encontravam uma solução. Com medo de que o choro do bebê fosse ouvido nos céus, chamaram rapidamente os Curetes e fizeram com que dançassem em volta do berço de capim, brandindo suas lanças e escudos em meio a um grande alvoroço, que logo abafou com seu ruído o pranto convulsivo.
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Olimpo: A Saga dos Deuses
Ficción GeneralAtenção: os capítulos estão passando por edições.