29 de Janeiro >quinta-feira

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O dia foi beeem complicado. Muita coisa aconteceu. Agora tudo que me resta é descontar todas as energias ruins e boas também neste diário.

Então vamos lá!

Como eu já registrei aqui ontem, eu e minhas primas queremos nos acostumar a acordar mais cedo para estar preparadas quando as aulas começarem. Mas quando a Júlia deu essa ideia ontem, em plena meia noite pouco antes de irmos dormir, achei que iríamos começar aos poucos. Tipo, um dia vamos dormir 00:00hrs e acordamos 08:00hrs, no próximo às 23:00hrs e levantamos às 07:00hrs e assim por diante.

Nunca imaginei que ela fosse derrubar eu e a Paula da cama plenas 06:30hrs da manhã. Levando em conta que fomos dormir lá para meia noite, não tivemos nem 7 horas de sono, sendo que o recomendado são 8 horas, pelo menos. Claro que eu e a Paulinha tentamos convencer a garota que era desnecessário, que tínhamos que ir aos pouquinhos e que nos deixasse dormir porque estávamos parecendo zumbis, cheias de olheiras e dormindo em pé. Mas parece que essa garota respira energia, a Julinha estava elétrica e não caiu na nossa, empurrou a gente para o banheiro e deu 10 minutos a cada para se arrumar para uma caminhada. D.E.Z M.I.N.U.T.O.S! Míseros 10 minutos para despertar e tentar desfarçar essa cara de peixe morto!

Ainda mato essa garota!

Com tudo isso, meu dia já começou ótimo como pode ver! Ironia sempre.

E lá fomos nós, caminhar às 07:00hrs da manhã. E o mais incrível é que eu podia jurar que a Júlia estava se divertindo com o meu sofrimento e o da Paula. Essa menina parece uma mini psicopata! Depois de um tempo andando sem rumo, nós decidimos que iríamos correr em volta de um novo campinho de futebol aberto que tinha ali perto.

Como sou muito lerda de manhã, recusei de início. E só depois que a Paulinha me disse: "prima em campinhos de futebol, sempre tem jogos de futebol, e em jogos sempre tem jogadores de futebol..." que eu fui me ligar no que elas queriam mesmo e concordei em irmos, mesmo que eu não tenha muito interesse em ver carinhas suados correndo feito loucos atrás de uma bola de couro.

Chegamos bem rápido no campinho. Logo que começamos a correr em volta da quadra improvisada, notei alguns olhares em nós, mas pra ser sincera, nem liguei e também não prestei muita atenção. Como eu conheço bem as primas que tenho, eu já sabia que elas iriam ficar comentando sobre os garotos que estavam jogando. Mas eu não estava afim de conversa fiada, então logo peguei meus fones de ouvido, coloquei em uma play list qualquer e liguei o volume no máximo. Me desliguei do mundo e só me concentrava em meus passos e na música. Não sei se porque o meu som no modo primeira fileira de um show me deixou invisível, ou se foi porque as forças magnéticas dentro de mim me odeiam. Só sei que a maldita bola veio em minha direção como um raio e uma pancada forte na cabeça me fez cair meio inconsiente. Mas ainda deu tempo de ver ele, Bruno. Ele corria em minha direção desesperado, todo suado, -provavelmente porque estava jogando e eu nem notei- me pegou no colo com muito cuidado enquanto gritava para que chamassem uma ambulância. E eu desmaiei.

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Quando enfim acordei, não tive coragem de abrir meus olhos. Sabia onde estava. No hospital. Conseguia sentir algo percorrendo minha veia. Soro, imaginei. E aí me dei conta: ESTOU INTERNADA. Eu nunca fiquei internada. Me desesperei. Ainda de olhos fechados deixei escapar um "ah não!" . Paula, que eu não havia notado que estava no quarto até aquela hora se pronunciou, me chamando. Relutante abri meu olhos. E me arrependi no mesmo instante. Não era só a Paula que estava ali, a minha tia e o Bruno também estavam.

__ Olha, Tasha, me desculpa mesmo pelo meu colega. Ela é péssimo de bola e acabou te acertando. Como você está se sentindo? - Bruno balançava os joelhos freneticamente, parecia nervoso sentado na poltrona ao lado da minha tia.

Diário de uma CupidaOnde histórias criam vida. Descubra agora