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Dificilmente haveria lugar melhor para descobrir como a outra metade da humanidade vivia que o Palazzo Damiano, pensou S/n.
Os pisos eram de mármore, os lençóis de linho e a deliciosa comida servida em delicada porcelana.
Todo o seu pequeno apartamento cabia facilmente no quarto que lhe fora oferecido, sem falar na pequena porém confortável sala de estar que conduzia a ele e ao luxuoso banheiro contíguo.
Seu carro de segunda mão parecia humilhado ao estacionar ao lado da limusine do Príncipe e do elegante veículo de sua madrinha.
Logo que todo aquele absurdo chegasse ao fim, porém, pensou, ao contrário de tantas outras coisas, ele ainda estaria lá e lhe seria bastante útil.
Assim como também aconteceria, esperava, com o seu emprego, mesmo que seu noivado tivesse deixado todos no escritório espantados, para seu enorme embaraço.
Um dos diretores a chamou para uma conversa particular e perguntou, sem preâmbulos, quanto tempo antes do casamento pretendia deixar o trabalho. Atônita, havia corado e gaguejado, dizendo que amava seu trabalho e que não tinha intenção de abandoná-lo, tendo recebido em resposta um desconfiado arquear de sobrancelhas e o comentário de que seu fidanzato podia pensar diferente.
O mais irritante de tudo era ter que suportar suas visitas regulares ao palazzo, para jantar com eles várias vezes por semana.
Ele também lhe enviava flores. Sua sala de estar estava repleta delas.
E a beijava. Na maior parte das vezes na mão e no rosto, é verdade, mas às vezes também nos lábios, sempre quando era impossível fugir dele.
Nove entre dez mulheres se perguntariam por que, afinal, iria querer evitar ser beijada por um dos homens mais atraentes de toda a Itália. Não sabiam que sua atitude se devia ao fato de saber que os beijos dele eram fruto, não de desejo, mas do dever, e que a última coisa que queria era que Tobirama Senju a desejasse. Aqueles breves momentos na cama, em seus braços, quando subitamente se transformara em uma completa estranha, haviam lhe ensinado isso. Aquela lembrança ainda tinha o poder de deixá-la com a boca seca e fazê-la estremecer de uma maneira que lhe era totalmente desconhecida.
Devo ser uma solteirona por natureza, pensou, sem obter nenhum conforto daquela reflexão prosaica.
Não tinha sido poupada nem mesmo de ser apresentada aos parentes dele. Sua tia Dorotea fora uma das primeiras a ligar, uma matrona formidável que havia avaliado S/n da cabeça aos pés e então feito um abrupto meneio de cabeça como que expressando sua satisfação.
A signora Luccino trouxera a filha Tullia consigo, uma moça de rosto doce e feliz, casada com um advogado há um ano que, em outras circunstâncias, poderia até ter se tornado uma amiga de S/n.
A condessa Cosima também a visitava com frequência, alarmando-a com suas conversas a respeito de igrejas e vestidos de casamento.
Suas roupas, na verdade, haviam se transformado numa questão à parte.
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𝐎 𝐃𝐈𝐀𝐁𝐎 𝐕𝐄𝐒𝐓𝐄 𝐀𝐙𝐔𝐋❜ 𝗍𝗈𝖻𝗂𝗋𝖺𝗆𝖺 𝗌𝖾𝗇𝗃𝗎
Fanfiction𓏲𝐎 𝐃𝐈𝐀𝐁𝐎 𝐕𝐄𝐒𝐓𝐄 𝐀𝐙𝐔𝐋"ꪶ﹆ཻ⁚ 𝖠𝗌 𝖾𝗌𝗍𝗋𝖺𝗍𝖾́𝗀𝗂𝖺𝗌 𝖽𝖾 𝗆𝖺𝗇𝗂𝗉𝗎𝗅𝖺𝖼̧𝖺̃𝗈 𝖽𝖺 𝗉𝗈𝖽𝖾𝗋𝗈𝗌𝖺 𝖿𝖺𝗆𝗂́𝗅𝗂𝖺 𝖲𝖾𝗇𝗃𝗎 𝖺𝗉𝗋𝗂𝗌𝗂𝗈𝗇𝖺𝗋𝖺𝗆 𝖲/𝗇 𝖡𝖾𝖺𝗎𝗆𝗈𝗇𝗍 𝖾𝗆 𝗎𝗆 𝖼𝖺𝗌𝖺𝗆𝖾𝗇𝗍𝗈 𝖽𝖾 𝗂𝗇𝗍𝖾𝗋𝖾�...