Ajudantes Desconhecidos

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ADRIOS

O garoto abriu os olhos e a primeira coisa que viu foi um menino parecendo ter a idade dele e com cabelos loiros, uma elfa? (seu pai já o tinha ensinado sobre outras raças) ruiva, um homem adulto de meia idade e um garoto que o encarava com uma estranha expressão.

-O-Olá quem são vocês?

-Nós te encontramos aí desmaiado na estrada com esse cara, você lembra do seu nome? - Perguntou o garoto loiro.

-A-A– Adrios se conteu, ele não podia contar seu nome original para eles.

-Lancelot, meu nome é Lancelot.

-Tem certeza? Você não parece estar seguro disso – Falou o garoto estranho que o encarava.

-Eu tenho certeza!

-Ótimo agora que já sabemos que você está bem vamos indo-

-Claro que não - interrompeu a elfa – eles vão conosco.

-Francamente ruivinha, você é um pé no saco, tanto faz garoto pegue esse cara aí e entre na carroça - e Adrios fez o que lhe foi ordenado, apesar de ter dificuldade em carregar o amigo, que acordou durante a viagem.

-O que diabos aconteceu?

-Bem cicatriz nós fomos salvos por essas gentis pessoas – explicou Adrios.

-E ficamos com os pertences dos goblins que vocês mataram muito obrigado – O garoto loiro complementou.

-Entendo, de qualquer forma podem me deixar com o garoto em Stifyr.

-Stifyr? Deram sorte pois estamos em direção a Stirkexd e podemos te deixar no caminho, além de que estamos bem perto de lá, vocês vão para a capital certo? – A menina indagou.

-Exato – cicatriz assentiu.

-Então ótimo – A elfa disse com um sorriso amigável.

O resto da viagem foi desconfortavelmente silenciosa, cicatriz tinha saído da carroça para ficar junto com o carroceiro e Adrios não sabia como puxar conversa com os três que estavam com ele.

-Então... o que pretendem fazer em Stirkexd? - O menino loiro que havia se apresentado como Zade olhou sério para ele.

-Eu tenho assuntos importantes a resolver por lá.

-Entendo... - o garoto foi curto e grosso com Adrios, ele tinha muita marra para alguém com uma aparência tão suave.

-Me desculpe pelo meu companheiro aqui – ela deu um soco no braço dele.

-Ai!

A elfa que atendia pelo nome de Lucie começou a contar a história de como conheceu Zade, com todos os detalhes até como chegaram a encontrar o outro garoto.

-E você ainda não lembra de nada? - Adrios perguntou.

-Acho que não tudo parece embaralhado para mim.

-Nem o seu nome você consegue lembrar?

-Não, mas tudo bem alguma hora eu irei lembrar.

-Espero que seja logo para eu me livrar de você - Falou Zade.

-Que falta de educação!! - A elfa gritou.

-É só uma brincadeira – disse ele sorrindo.

-Mas e você Lancelot? - ela perguntou.

-E-Eu? - ele não podia falar a verdade.

-Sim você ué, aposto que sua história deve ser interessante.

-B-Bem eu sou apenas filho de um fazendeiro, que me enviou para servir ao mosteiro – essa era a melhor história que ele conseguia pensar.

-Um garoto de cabelos prateados filho de fazendeiro!? Hum com toda certeza é um filho bastar- Lucie deu uma cotovelada na barriga de Zade.

-Mosteiro é? Você acredita em deuses? - perguntou Lucie.

-Não, acredito em um Deus apenas, mas ele não me foi muito apresentado só o conheci e acreditei quando li este livro que minha mãe me deixou – Adrios com cuidado tirou o livro de sua bolsa e o mostrou.

-Caramba você tem um mandamento! - ela parecia animada e curiosa ao mesmo tempo.

-Um mandamento?

-É dito que esse livro só abre para pessoas que entendem ou que procuram de todo coração entender o amor, também dizem que aqueles que possuem essa relíquia rara tem um grande destino pela frente.

-Caramba que impressionante! o que mais você sabe Lucie? - Adrios ficou tão empolgado que se aproximou demais dela.

-Se ficar levantando de repente vai acabar caindo com a cara no chão - avisou Zade.

-D-Desculpa – disse enquanto se afastava.

-Não, tudo bem Lancelot você ficou curioso, mas para nossa infelicidade isso era tudo o que eu sabia, acho que para saber mais só conversando com os átrios.

-Átrios?

-Sim, eles que comandam as igrejas e os mosteiros são a mais alta patente de líderes religiosos atuais.

-Entendi, muito obrigado Lucie!

Após um tempinho de silêncio Zade encontrou um baralho antigo e ensinou as regras de um jogo de cartas para todos jogarem. Não importava quantas vezes jogassem Zade sempre vencia.

-Você está roubando – Lucie o acusou.

-Não estou, vocês que são terríveis nesse jogo – ele sorria muito enquanto falava.

-O que você acha garoto? – ela perguntou para o menino que não lembrava o próprio nome, mas ele só deu de ombros.

-Dá muito trabalho não poder te chamar por um nome então vamos chamá-lo de...Athãn! - após Zade o batizar com esse nome o garoto fez uma expressão de puro terror, que só durou alguns segundos, mas foi o suficiente para Adrios notar.

-Parece um ótimo nome – ele comentou.

-Ótimo, mas enfim o que você acha Lancelot? Ele está roubando? – Lucie o interrogou.

-Em um jogo onde a sorte é o mais importante parece meio improvável alguém ganhar tantas vezes seguidas.

-Como se vocês bobões soubessem fazer contas – Zade fez um tom de deboche tão notável que Adrios desconfiou.

-Então é assim que você está ganhando todas as vezes? Usando matemática?

-O-Oque!? Do que está falando? - Zade era péssimo para disfarçar, todo mundo acabou caindo na gargalhada e ele ficou vermelho.

-Vocês são muito sem graça até mais! - falou ele enquanto saía da carroça subindo para o local do carroceiro com a carroça em movimento.

-Nossa que exagerado – reclamou Lucie.
-Sim, mas ele é legal – Acrescentou Adrios.

Após algum tempo alguém fora da carroça gritou.

-Chegamos em Stifyr!

-Bem acho que isso é um adeus – Ele falou.

-Se cuida – disse Athãn, Lucie o abraçou.

-Boa sorte meu amigo que o seu Deus o acompanhe.
-Obrigado Lucie, espero que nossos caminhos se cruzem novamente, ao sair cicatriz já o estava esperando do lado de fora enquanto conversava com o carroceiro, antes que pudesse se encontrar com o amigo, Zade o interceptou.

-Até mais cabeça de neve.

-Ei por que esse nome agora!?

-É a primeira coisa que pensei quando vi seu cabelo – disse enquanto ria.

-Tchau cabeça de palha – Adrios contra atacou.

-Haha! Essa foi boa! - de repente o sorriso de Zade sumiu.

-Tome cuidado eu sinto que algo está prestes a acontecer.

-O que como assim Zade?

-É só um pressentimento, nada para se preocupar de verdade – e foi nesse clima, olhando para trás que ele continuou sua jornada.

A Ascenção Do BárbaroOnde histórias criam vida. Descubra agora