Chamas

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ADRIOS

-Mas eu não quero! – exclamou Adrios

-É necessário filho – o nobre duque flameworth estava preocupado com seu filho, no entanto o garoto não via motivo para ser mandado a Stirkexd.

-Lá você será treinado como cavaleiro- o pai acrescentou.

-mas pai eu já sei usar a espada, você mesmo me ensinou.

-E é por isso que eu tenho certeza da sua necessidade de treinamento- o duque disse enquanto sorria.

-Eu já tenho dezesseis anos, idade suficiente para decidir meu destino – o nobre riu carinhosamente.

-Ah meu filho se você soubesse o que é destino, arrume suas coisas para partir imediatamente – Adrios caminhou irritado para fora do enorme salão de jantar e passou pelo seu corredor preferido o apelidado “túnel do tempo” contém o retrato dos antepassados de Adrios até a sétima geração.

O primeiro retrato era dele com seu pai, a mãe e o irmão.

O garoto decidiu seguir para seu quarto, passando pela porta de mármore inspirou profundamente, o cheiro de roupa lavada e madeira antiga seria uma lembrança quando viajasse, a cama com a figura de uma fênix, o brasão de sua casa, sua espada cujo apelido era ferroada, e livros de história espalhados por todo o canto, aquele definitivamente era um bom quarto.

Após guardar tudo em sua mochila ouviu o pai chamando.

-Adrios venha falar comigo antes de ir! – assim que o menino chegou no corredor seu pai se aproximou com um olhar diferente do habitual, seus cabelos loiros estavam despenteados e os olhos verdes tinham uma vermelhidão em volta, o que era estranho pois seu pai sempre exaltava a importância de estar apresentável a todo momento, o nobre olhou profundamente nós olhos de Adrios e o abraçou.

-Você é meu orgulho filho – disse soluçando.

-Tome isso e só abra quando tiver certeza de que está sozinho – após falar isso o nobre entregou um envelope com o selo da Fênix para Adrios e o mandou prosseguir, ao sair da grande casa o garoto se deparou com uma velha carroça com dois cavalos esqueléticos, era muito estranho mas Adrios apenas ignorou e foi entrando com sua mochila na parte de dentro de deparou com um de seus guarda costas Jhonatan cicatriz, sua expressão era mortalmente séria e até sua cicatriz na bochecha estava imóvel juntamente com seus olhos e curtos cabelos negros, após um breve momento de silêncio que fez o coração de Adrios quase saltar pela boca, a carroça começou a andar e Jhonatan falou finalmente.

-Adrios você está com a carta? – ele disse como se a vida dos dois dependesse disso.

-S-sim- respondeu Adrios.
-Otimo não a mostre pra ninguém – ele fez uma pausa.

-Vista isso – ele jogou um manto velho para o menino, enquanto Adrios se vestia Jhonatan explicava.

-Na verdade não estamos indo para Stirkexd e sim a outra cidade, você a partir de agora atenderá pelo nome de Lancelot, faça tudo o que eu mandar e vai sobreviver.

-Para onde estamos indo? - disse Adrios preocupado.

-Você irá saber depois - após falar isso cicatriz fez uma careta colocou um manto e foi atiçar os cavalos, o resto da viagem foi relativamente tranquila o vento acariciava as grandes plantações de trigo carregando um agradável aroma, além de ser uma ótima vista, Adrios sempre que podia colocava e cabeça fora da carroça e poder apreciar melhor a vista, mas cicatriz que estava conduzindo a carroça deu um olhar carrancudo para Adrios e ele decidiu dormir.

Mas o sono não durou muito pois antes dele começar a sonhar a carroça parou, e cicatriz abriu a porta.

-Seguinte garoto, agora estamos longe o suficiente pode sair- adrios saiu e percebeu que estavam em um planalto com uma vegetação de pequeno porte, mas que eram da altura do seu tronco.

-Eu vou te deixar em um mosteiro do lado de um vilarejo chamado Stiver perto da cidade de Stifyr, preste muita atenção pois qualquer problema que você tiver vá direto para a cidade e procure por benjamin, esse será meu novo nome entendeu? - adrios assentiu, ele achou estranho pois Stifyr ficava no Sul justamente o oposto de Stirkexd que ficava no norte.

-Otimo, agora chegando lá você não deve chamar a atenção então disfarce sua aparência - e então Adrios olhou para seu reflexo em uma poça d’água, com cabelos prateados e uma altura considerável, combinados com olhos verdes e um rosto com o característico queixo flameworth, talvez ele devesse esconder mesmo o rosto.

-A vila fica ao lado de um mosteiro que é pra onde você deve ir, é só falar o seu nome e pronto os monges cuidarão de você lá.

-E quando você diz meu nome quer dizer...

-O seu nome falso óbvio.

-Ah sim claro.

-Enfim, fique no mosteiro até eu ir te buscar.

-Entendi- Adrios estava um pouco confuso, mas assentiu.

Cicatriz avisou que era hora de seguir viagem, mas Adrios pediu para ele esperar um pouco, pois queria ver o sol se pôr, e era lindo junto com a paisagem natural de e um vento suave o Sol se pondo foi uma ótima pausa daquilo tudo e ele decidiu dormir na carroça.

Seu pai apareceu, o duque flameworth estava em frente a sua mansão com uma expressão de pura tristeza, até que uma voz grossa começou a falar atrás de Adrios, mas ele não conseguia se virar para ver o rosto do dono da misteriosa voz era como se suas pernas tronco e braços estivessem petrificados.

-Uma excelente noite não é senhor flameworth?- disse o desconhecido.

-Acabe logo com isso- falou o duque em melancolia.

-Pois bem, imagino que o seu filho está lá.

-Eu nunca deixari-

-Eu sei que está já verificaram a sala secreta- Após o desconhecido falar isso uma grande explosão destruiu a casa de Adrios.

-Não!!- gritou seu pai enquanto a casa era transformada em escombros incandescentes.

-Adeus senhor flameworth- um musculoso braço agarrou o pescoço do Nobre.

-Nãooooo!!!- adrios acordou suando frio, a carroça não estava em movimento então ele decidiu sair, cicatriz estava comendo uma maçã.

-Bom dia Lancelot, gostaria de uma maçã? - o nome novo era um incômodo, mas a fome era maior então adrios assentiu.

-Aqui está- ele mexeu em um saco e jogou uma maçã para o garoto, que começou a comer de pouco em pouco.

-Deliciosa! - exclamou.

-É porque são para os cavalos- cicatriz sorriu, um sorriso que parecia tirar sarro, mas não de Adrios ainda assim a aparência dele era melhor quando sorria.

-Os cavalos precisam mais do que a gente- Adrios deu um leve sorriso e entregou sua maçã para o cavalo.

-Não se preocupe garoto- exclamou cicatriz.

-Os cavalos só aparentam serem fracos, em um ou dois dias comendo a grama e maçãs eles voltam ao normal.

-E a nossa viagem vai demorar esse tempo? - Adrios se deu conta de que sabia a distância, mas não sabia o tempo que poderia levar.

-Três dias quatro no máximo, porque usaremos rotas alternativas.

-Entendi- Adrios sabia o que iam fazer, mas o motivo permanecia confuso, será que tinha alguma coisa a ver com o sonho que ele teve?

-Enfim vamos continuar a viagem- Cicatriz largou o resto de sua maçã no chão na grama alta, fazendo a fruta sumir em segundos.

Horas se passaram deixando Adrios entediado até que ele se lembrou de algo que estava em seu bolso de suas vestes maltrapilhas, a carta de seu pai ainda imaculada estava lá, ainda esperando para ser aberta, Adrios a colocou com delicadeza em seu colo e a encarou tentado a abri-la, no entanto seu pai disse para só ler quando estivesse sozinho, apesar de cicatriz ser seu aliado Adrios decidiu guardar a carta e mexer em sua mochila, que continha um pão doce pela metade em um pedaço de pano, algumas moedas de ouro, sua faca preferida e o livro deixado pela mãe para ele antes de morrer, Adrios analisou a capa, o título estava um pouco desbotado “Livro da orientação sagrada” e uma imagem bonita e bem ornamentada de um cordeiro.

Adrios decidiu aproveitar enquanto estava claro e começou a ler.

A Ascenção Do BárbaroOnde histórias criam vida. Descubra agora