Cap. 03

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- O que faz aqui tão cedo, professora Helena? - Ela escuta e olha para ver quem era.

- Estou esperando um convidado que irá vim para a escola, Saci. - Helena responde sorrindo.

Saci sorriu de volta, e se aproximou, pulando.

- Quer companhia? - Ele perguntou.

- Vai me roubar alguma coisa? - Helena pergunta erguendo uma sobrancelha.

- Você não esquece nunca disso? - Saci diz rindo.

- Óbvio que não, foi meu primeiro dia como professora aqui, e você me deu o maior susto. - Helena fala fazendo bico.

- Foi por que reconheci você, - Saci responde. - Você não mudou tanto desde que era criança.

- Mesmo assim, precisava daquilo? - Helena pergunta.

- Foi maior que eu, - Saci responde ainda rindo. - Quando vi você tão perto do riacho.

- Eu achei que estava sozinha, e do nada, senti duas mãozinhas e eu estava na água, e você ainda pegou minha varinha. - Helena fala revirando os olhos.

- E foi ai, que eu gostei de você, - Saci fala sorrindo. - Ao invés de ficar brava, você me olhou e veio correndo.

- Claro, eu me lembrava de você quando eu era mais nova, mas quando me tornei adulta e estudei sobre você, fiquei empolgada. - Helena responde.

Quando Saci ia responder, os dois ouviram um barulho alto, automaticamente, Saci desapareceu com o vento.

- Achei que ia me fazer companhia. - Helena fala, ja olhando para onde vinha o barulho.

Um homem vinha na vassoura, e Helena só conseguiu o ver, quando ele aterrissou.
Helena estava pronta para seja la, qual fosse a grosseria.
Mas quando o homem olhou para ela, ele sorriu.

Veio em sua direção, ja com o braço esticado.

- Oi, - Ele fala, apertando a mão dela. - Desculpa a demora, eu meio que me perdi.

- Está tudo bem, é meio difícil achar a escola mesmo. - Helena responde sorrindo.

- Eu sou o Carlos Weasley, - Ele se apresenta. - Mas pode me chamar de Carlinhos.

- Helena Scamander, - É a vez dela se apresentar. - Professora de trato das criaturas mágicas.

- É um prazer senhorita Helena, - Ele fala ainda sorrindo. - A diretora me avisou que a professora de trato das criaturas mágicas seria a minha ajudante.

- Isso, - Helena fala, guiando ele até a escola. - Quando irão chegar? - Helena pergunta e quando Carlinhos a olha confuso, ela completa. - Os dragões.

- Hoje a tarde, - Ele responde. - Tem que ser feito o transporte adequado, ja que eles são muito grandes e agressivos.

Foi quando Helena finalmente reparou nele.
Ele era bonito aos olhos dela, o cabelo meio longo e ruivo, estava amarrado, sua roupa tinha pequenas manchas, mas lhe caia muito bem, ja que ele era forte também.
Helena imaginou que seria pelo fato de ele lidar com os dragões, e quando viu as cicatrizes e queimaduras, teve certeza disso.
Ele era alto também, e tinha várias sardas pelo rosto, que ela achou adorável.

- Está começando a me deixar sem graça, senhorita Helena. - Ele diz, sem nem mesmo a olha-la, provocando ela.

Helena riu, e se virou para frente.

- Pode me chamar somente de Helena, - Ela fala. - Bom, eu estava só imaginando o por que dragões.

- São criaturas incríveis, - Ele disse empolgado. - São agressivos sim, mas são especiais. - Ele então a olha. - Imagino que saiba como é, ja que é uma grande magizoologista.

Helena ergueu uma sobrancelha, o que faz Carlinhos rir.

- Conheço a senhorita, - Carlinhos diz, sorrindo ao ver ela o olhar pelo "senhorita". - Na verdade, sou um grande fã dos seus livros.

- Não achei que fosse esse tipo de pessoa, para ser sincera.

- Que tipo? - Carlinhos pergunta. - Que é fã de alguém?

- Não, do tipo que lê. - Helena responde.

Carlinhos para e raciocina um pouco, até começar a rir de novo.
Ela o provocou, por que ele tinha começado, e ele estava adorando aquilo.

- Cuidado senhorita, - Carlinhos diz, se virando para ela. - Se conhecesse meus irmãos, saberia que não se pode brincar comigo, é um caminho sem volta.

- Eu dou aulas para crianças e adolescentes, moro poucos metros da onde tem o famoso Saci, - Helena diz sorrindo para ele. - Acredite em mim, suas brincadeiras não irão ser grande coisa.

Carlinhos se aproximou dela, perto o suficiente para Helena ter que erguer a cabeça para olha-lo.

- É um desafio? - Ele sussurra, e ela escuta por estar muito próxima.

Helena sentiu o rosto queimar e se esquivou, continuando andando em sua frente.

- A diretora o aguarda. - Helena fala somente.

O coração de Helena batia rápido, tinha muito tempo desde que o coração dela não ficava daquele jeito, logo, ela se lembrou do rosto "dele".
A memória veio do nada. Ela agachada, sangue escorria pelo rosto, Pérola estava em seu bolso, e Helena a cobria, a protegendo, e ele sorria  macabro para ela. "Nunca achará outro como eu", ela lembrou ele dizer, logo, balançou a cabeça para esquecer, ela não estava disposta a entrar em um relacionamento de novo.

Mas ela não sabia, que tinha plantado algo no coração de Carlinhos, e ele estava disposto a conquistar a mulher que o provocou, na mesma medida que ele, ele ja admirava e achava ela encantadora, quando lia seus livros, agora, pessoalmente, ele só conseguia sorrir para ela.

A MagizoologistaOnde histórias criam vida. Descubra agora