-11-

257 12 5
                                    

Steve Pov

     Encaro Polly chateado, minha pequenina não quer que eu lhe dê comida na boca e passou o almoço inteiro reclamando.

- Polly minha filha, vamos. Todos já almoçaram menos você. - Digo respirando fundo e encarando minha esposa, Sharon está fingindo que nada está acontecendo, provavelmente não querendo esquentar a cabeça com mais nada. O problema é que minha sogra também já tirou metade de minha paciência e não sei se Polly está ciente disso.

- Mas eu não gosto e não vou comer, papi. - A menininha diz convicta de si. Reviro os olhos. Deve estar aprendendo isso com Paul. Ela tenta sair de meu colo mas a aperto. - Me solta papai!

- Você vai comer nem que seja a força, mocinha. Onde já se viu criança ficar sem almoço? 

- Mas eu não quero paiii... - Choraminga insinuando que iria fazer birra mas eu a corto.

- Se fizer birra vai ficar meia hora no cantinho. - Falo sério vendo a pequena ceder e cruzar os braços numa postura emburrada. Suspiro de alívio vendo que ela vai colaborar. Já estou sem paciência demais por hoje. Mas hoje, justo hoje, parece que o universo está contra mim porque escuto gritos vindo da sala de estar. Encaro Sharon e ela faz uma cara que sei que quer dizer: Você resolve, eu cuido da pequena. Sendo assim, vou até a sala e ouço os palavrões.

- Você é um trapaceiro de merda! - Arregalo os olhos ao ver Paul agarrando Patrick pelos cabelos. Me aproximo com passos rápidos segurando Paul pelo bíceps. 

- Enlouqueceu, garoto!? - Falo alto lhe dando uma forte palmada. - Que tipo de linguagem é essa, jovem?! 

- Pai, ele trapaceou no UNO e disse que eu era imbecil! - Paul gritou com raiva tentando se soltar. Encaro Paddy que está com os olhos marejados. 

- Os dois vão me explicar isso no escritório. Agora vão. - Falo sério soltando Paul e meus meninos correm para o escritório que tem na casa. Era o local onde meu sogro escrevia seus livros de terror. O famoso R.L Carter. Vou até a suíte que eu e Sharon estamos dormindo e pego uma escova de cabelo. Ando em passos firmes até o escritório e ao chegar lá vejo meus meninos sentadinhos. Paul está emburrado e Paddy com cara de choro.

- Papai, não fui eu que... - Patrick tentou se defender mas levantei a mão o fazendo se calar.

- Primeiro eu falo. - Digo ficando na frente dos dois. - Olhem... já vou logo avisando que os dois vão apanhar juntos e que... - Paul me corta saltando do sofá.

- O que?! Não pode fazer isso pai!

- Claro que posso, Paul. Os dois brigaram e chegaram a se agredir.

- Mas... a culpa foi dele. - Paddy acusa o irmão que o encara com raiva.

- Eu não sei de quem foi a culpa e é isso que quero saber. - Falo cruzando os braços.

- Pai, a gente estava jogando e Paddy trapaceou. O resto dos seus filhos defendeu ele, como sempre, mas eu tenho certeza de que ele trapaceou, e, além disso, ficou se gabando e me chamando de imbecil. - Paul fala com seriedade na voz. Encaro Paddy e depois o encaro de novo.

- Isso sendo verdade ou não, sabe que está muito encrencado não sabe? - Pergunto tentando fazer um teste de consciência com meu filho do meio. Paul revira os olhos. - Estou falando sério, Paul.

- E você acha que eu estou brincando? Ele tirou minha paciência, pai! Eu só fiz o que você faz quando perde a paciência também. - O encaro com dureza me aproximando lentamente. Paul recua alguns passos. 

- Patrick, na parede. - Falo encarando o moleque a minha frente. Meu ruivinho me obedece sem questionar. - E você. - Falo pegando Paul pela orelha, o garoto fez uma careta - Hoje eu vou te ensinar alguns valores, meu filho. - Disse o empurrando sobre a enorme mesa do cômodo o fazendo ficar de bruços. Abaixo sua calça e posso ouvir sua respiração acelerar. 

POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT Aiaaaiii!
POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT Paaaii!!

Desço a escova com força moderada sobre seu bumbum coberto apenas por uma boxer vermelha.

POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT para paaii!!
POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT

- Eu já te falei. Nada de xingar seus irmãos, Paul. Quando vai aprender?! POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT Ahaaii POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT - Parece que só na marra mesmo. POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT paraaaa POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT uiiii POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT

O solto e meu menino desliza até o chão se encolhendo e chorando com força. Sinto meu peito apertar.

- Eu te odeio!! - Ele grita para mim e sinto os olhos marejados. Aponto para o canto tentando ignorar o que meu filho acabou de dizer e Paul caminha até o canto do quarto esfregando o bumbum.

- Papai... - Patrick tenta mas levanto a mão o fazendo se calar.

- Não discuta, filho. Por favor. - Peço já cansado disso tudo vendo meu menino andar até mim com passos pesados. Apoio minha perna no sofá e puxo meu filho para meu colo. Paddy cai de bruços e posso sentir sua tensão.

POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT Ahaaii!
- A vida já é bem conturbada Patrick, então não procure confusão pois ela vem atrás!
POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT
POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT Paiii
POFT POFT POFT POFT POFT  POFT POFT POFT POFT POFT POFT

Paro ao ouvir seu soluço. Já foi o suficiente por hoje. Levanto Patrick e o coloco sobre os próprios pés. Ele me encara com lágrimas nos olhos. O abraço rapidamente e saio do escritório. Preciso de um tempo sozinho. Meu filho disse que me odeia...

Rogers FamilyOnde histórias criam vida. Descubra agora