Jungkook viu a briga à caminho antes que o primeiro soco descesse.
"Viado!"
Um grito atravessou a festa.
Ele odiava aquela maldita palavra.
Pegou sua cerveja e deu um passo mais perto de sua equipe. Ele só estava presente ali porque fora arrastado pelos caras do trabalho. Ele não queria sair. Normalmente ele vinha a esse bar somente aos domingos, ou quando fazia alguns bicos como barman, mas essa noite era feriado, então ele meio que estava de folga.
Noite importante pra muitos bares de Seul. Todos os anos - desde que um prédio comercial muito famoso no centro da cidade pegou fogo por horas e o corpo de bombeiros, os socorristas, os policiais e o corpo médico quase deram a vida pra salvar centenas de pessoas - bares da vizinhança ofereciam bebidas grátis aos heróis nessa noite. Assim, a equipe toda estava presente.
Jimin estava sentado no bar cantando com o jukebox, seu sorriso tortinho brilhava branco no néon das prateleiras de bebidas. Ele tinha os tipos de traços suaves, mas marcantes, que as garotas e os caras amavam. No momento, ele estava cantando um dueto com Taehyung, um paramédico amigo deles:
"O mundo... ainda é o mesmo... você nunca vai mudá-lo..."
Esta era a maneira de Jimin garantir que nenhum de seus amigos ficasse sozinho hoje à noite - jogando seu charme indecoroso pra cima de toda e qualquer vítima, ele atraía a atenção das "presas" com sua voz doce e suave e as apresentava pra seus amigos. O verdadeiro cupido.
"Tão certo... como as estrelas... brilham no céu"
"Você não é ninguém até que alguém o ameeee..."
Jungkook esgueirou um olhar, e percebeu, com certa facilidade, que um grupo de bonitas garotas já estavam se encaminhando em direção ao seu melhor amigo.
"Você não é niiiinguém até que alguém se importe..."
Sério? Que merda de música é essa? Foi o que Jungkook se perguntou mentalmente.
A briga continuava do outro lado do bar, e logo outro grito zangado na parte de trás, perto do banheiro, pode ser ouvido: "Viadinho filho da puta."
Aquilo definitivamente era uma briga e não algum tipo de brincadeira. Dessa vez Jungkook se virou pra olhar por cima das cabeças das pessoas. Outro par de caras do posto de bombeiros estava cantando junto com Jimin agora. Eles não tinham ouvido a confusão se iniciando, mas se as coisas ficassem muito feias, o bar teria prejuízo.
Ele somente tomava partido quando fazia uns bicos ali de vez em quando. Naquele momento, Jungkook não queira problemas.
Com um e setenta e oito de altura, ele era mais alto que, bem, praticamente todo mundo. Grande como ele era, tinha sido cuidadoso a vida inteira já que poderia chamar uma atenção desnecessária.
Ele abaixou sua cerveja. Os gritos de "viado" tinham vindo de trás, perto das máquinas de fliperama, e levou apenas dez segundos de varredura da suada e barulhenta multidão pra Jungkook detectar a fonte.
Um porto-riquenho com um corte de cabelo moicano estava puxando sua provável namorada pra ficar atrás dele enquanto olhava para um cara mais velho que tinha a cabeça raspada. Jungkook apertou os olhos tentando ler o cenário por cima da multidão. A menina parecia orgulhosa de seu namorado furioso.
- Pelo amor de Deus, hoje não. - Jungkook colocou sua cerveja no bar enquanto sussurrava pra si mesmo, e lançou um olhar pra porta. Os seguranças estavam ocupados checando as identidades dos adolescentes bêbados. De jeito nenhum daria tempo deles chegarem nos fundos do bar pra conter qualquer confusão que começasse.

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A Flame Like You
Hayran KurguJeon Jungkook já nem se lembrava a quanto tempo tem lutado contra os sentimentos impossíveis que sente pelo seu melhor amigo e colega de trabalho do Corpo de Bombeiros de Seul: Park Jimin. Infelizmente, depois de ver, por anos, o desfile de bonitas...