- CAPÍTULO QUATRO -
Uma Carta que Vale uma Fuga.
Meu irmão me acordou lá pras seis e pouca da manhã, então dá pra imaginar o humor de merda que eu tava, né? Harry, ainda teve a cara de pau de dizer que já estava acordado desde as seis e, claro, todo arrumadinho. Como se fosse uma grande coisa. Que maravilha, né? Enquanto isso, eu mal conseguia manter os olhos abertos.
- Anda, levanta logo! A gente não pode perder mais tempo. - Disse ele, com aquele tom que me dava nos nervos.
Eu rolei os olhos, exasperada.
- Harry, quer saber? Vai se ferrar, sério. Eu levanto quando eu bem entender, tá bom? Que saco. Quem tá ligando pra essa porcaria aqui é você, não eu. Eu não tô nem aí. - resmunguei, sem fazer esforço pra disfarçar o desânimo.
- Ah, vai se ferrar você, então! Sabe de uma coisa? Eu vou lá, sim, e faço questão de não trazer a sua carta. Vai ver se eu me importo! - Ele saiu do quarto batendo a porta, todo ofendido.
Então ele saiu do quarto. Eu dei uma bufada, porque, olha, antes, eu estava decidida a ficar trancada ali por causa de uma carta que nem importava. Mas, sei lá, quando percebi, já estava nas pontas dos pés, tentando não fazer barulho. Saí do quarto e o encontrei lá, bem na frente da escada, como se estivesse esperando alguma coisa. O que eu não entendo é por que eu sempre me deixo levar por essas coisas.
Coloquei a mão no ombro dele e ele se virou, arqueando uma sobrancelha.
- Olha, vamos acabar logo com isso. Não dá pra acordar os Dursley, então vamos ter que descer aquelas escadas devagarinho, entendeu? Não quero que a gente faça uma cena e acabe chamando a atenção deles. - Falei, baixinho.
- Certo, certo. O plano é o seguinte: vamos esperar o carteiro na esquina da Alfeneiros e pegar primeiro as cartas do número quatro. O que você acha? - Sugeriu ele.
Revirei os olhos, mas um sorriso de canto se formou no meu rosto.
- Se eu fosse uma sobrinha boazinha, diria que isso é uma ideia idiota, mas como não tô nem aí... parece ótimo. Um pouco de adrenalina vai bem.
Harry sorriu, como se tivéssemos acabado de planejar um assalto.
- Então, vamos resolver isso de uma vez.
Com um leve aceno de cabeça, descemos as escadas sorrateiramente, sem acender nenhuma luz. A adrenalina começou a correr nas minhas veias quando atravessamos o corredor escuro até a porta de entrada. Tudo parecia estar a nosso favor... até que um grito horrível preencheu o silêncio.
- AAAAARRREE!
Harry deu um salto tão alto que, parecia que ia atravessar o teto. Ele tinha pisado em alguma coisa mole, grande e viva, lá no capacho. E aí, como se não bastasse, as luzes do primeiro andar se acenderam, e eu só conseguia pensar:
"Ah, que maravilha, mais essa agora." Mas, olha, o horror mesmo foi do Harry, porque quando a gente viu a coisa que ele tinha pisado... Era o Tio Válter. O cara estava dormindo na porta de entrada, num saco de dormir, só pra evitar que a gente fizesse o que a gente tava, de fato, tentando fazer.
A gargalhada saiu de mim antes que eu pudesse segurar. Era incontrolável, como se todo o nervosismo da situação estivesse explodindo em risos. Eu nunca tinha rido tanto na minha vida, enquanto Tio Válter, furioso, berrava com a gente por, sei lá, uns trinta minutos. Ele gritava com aquela voz que ele usava quando queria parecer o chefe de alguma coisa. No final, depois de muito resmungar, ele simplesmente nos mandou ir fazer chá, como se aquilo resolvesse tudo. Ridículo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Potter - 1° Livro
FanfictionEm um mundo onde a magia se entrelaça com segredos obscuros, Harry Potter, o garoto que sobreviveu, enfrenta desafios. Mas ele não está sozinho. Harper, sua irmã gêmea, é uma alma inquieta, uma rebelde que despreza as regras do mundo bruxo e busca...