9- A Contagem Regressiva para a Liberdade.⚡

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— CAPÍTULO NOVE —

A Contagem Regressiva para a Liberdade.⚡

Olha, o meu último mês na casa dos Dursley foi um verdadeiro tédio. Duda, aquele imbecil, estava tão apavorado comigo e com o Harry que não queria nem ficar no mesmo cômodo que a gente. E, cá entre nós, isso foi a única coisa boa daquela droga toda. O cara mal conseguia olhar pra gente sem ficar todo nervoso, como se fôssemos alguma espécie de monstros. É, foi uma maravilha.

Tia Petúnia e tio Válter não nos trancaram no armário nem nos mandaram fazer coisas estúpidas, e nem gritaram. Na verdade, nem sequer trocaram uma palavra com a gente. Era como se estivéssemos sentados em cadeiras vazias, e eles agiam como se não existíssemos. E olha, por um lado, isso até parecia uma evolução, mas depois de um tempo, ficou bem deprimente para o meu irmão. Eu queria que eles fizessem barulho, xingassem, sei lá, qualquer coisa, mas ficar assim, sem reação, era como viver com fantasmas, e isso era um saco.

A gente ficou, cercados pelas nossas corujas, que pareciam as únicas criaturas sensatas daquele lugar. Eu batizei a minha de Scribe, uma brincadeira meio escrota com a ideia de que ela era uma escriba, mas, sejamos francos, quem se importa? A ironia estava lá, mas ninguém ligava. O meu irmão, por outro lado, achou que era uma boa ideia chamar a dele de Edwiges, um nome que pegou em algum livro de História da Magia.

Os livros de escola até que tinham um certo charme, mas, sinceramente, eram um tédio. Enquanto ele se jogava na cama, se afundando em páginas até a madrugada, eu ficava desenhando, tentando achar um sentido em toda aquela bagunça.

Edwiges e Scribe ficavam voando pela janela, como se a casa fosse delas. Sorte que a tia Petúnia parou de aparecer com aquele maldito aspirador de pó. Sério, acho que Edwiges sabia disso, porque ela não parava de trazer ratos mortos e largar no meu quarto. Uma beleza. Toda noite, antes de dormir, o Harry riscava mais um dia naquele papel idiota que ele pregou na parede, contando os dias pra ir embora daqui. Como se ir pra Hogwarts fosse resolver todos os problemas do mundo.

⚡[...]⚡

No último dia de agosto, Harry teve a brilhante ideia de falar com os nossos adoráveis tios sobre a ida à estação no dia seguinte. Eu, obviamente, não achei isso tão genial assim, mas acabei indo junto. Descemos até a sala de estar, onde os Dursley estavam, claro, assistindo a algum programa estúpido na TV, como se aquilo fosse o ponto alto do dia deles. Harry deu uma tossidinha ridícula pra avisar que estava ali. E, sem surpresa nenhuma, Duda, claro, agiu como o grande covarde que é e soltou um berro antes de sair correndo da sala. Ridículo. Todo mundo naquela casa é ridículo.

— Hum... tio Válter? — Harry começou, sua voz baixa, quase relutante.

Tio Válter soltou um grunhido, aquele tipo de barulho que qualquer animal faria se você o acordasse no meio de um sono profundo, sabe? Aquele som meio irritado, como se estivesse dizendo: ‘Vai se danar, deixa eu dormir em paz!

— Hum... nós precisamos estar na estação amanhã, para pegar o trem para Hogwarts — Continuou, com aquele tom educado demais para alguém que já devia saber o que esperar.

Mais um grunhido. Eu já estava ali, contando quantos mais ele ia soltar antes de conseguir dizer uma frase decente. Sabe como é, né? É como se as palavras fossem veneno pra ele.

— Será que o senhor pode nos levar? — Harry perguntou.

Mais um grunhido. Típico. Harry, sempre o otimista, quase se virou para subir as escadas, achando que isso era um "sim" quando, finalmente, o velho bufão resolveu se pronunciar.

Uma Potter - 1° LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora